6 Hoje começa de verdade a Libertadores

ESCRITO POR DENILSON MONTENEGRO

No site Trivela.com tem uma boa análise dos times participantes. Resolvi reproduzir uma parte por aqui também... é um texto meio longo mas é bom para cada um tirar suas conclusões.

por Ubiratan Leal ubiratan@trivela.com

10/fevereiro/2007

A Libertadores vem aí

Neste ano, a primeira fase da Copa Libertadores nem serviu de aquecimento válido. Todas as eliminatórias foram resolvidas com facilidade, a maioria já no primeiro jogo. De qualquer maneira, já deu para o continente entrar no espírito de sua principal competição de futebol, que começa em sua fase de grupos nesta terça com Defensor Sporting x Gimnasia La Plata e Cúcuta x Tolima, que reeditarão a última final do Campeonato Colombiano.

Para você não ficar boiando demais, veja um pequeno (bem pequeno) resumo das chances de cada equipe na competição.

Candidatos ao título

América (MEX)
No Mundial, ficou evidente que o América, por mais que tenha bons jogadores, estava envelhecido e tinha muito talento concentrado no ataque. Para apagar a imagem internacionalmente manchada, a diretoria contratou meias de qualidade e trata a competição como prioridade do primeiro semestre.

Boca Juniors (ARG)
Caiu muito depois da saída de Alfio Basile e virou um time sem conjunto e força. Em 2007, o técnico é Miguel Ángel Russo, mas a equipe continua claudicante, caindo duas vezes (uma nos pênaltis) para o River Plate nos Torneos de Verano. Mas sobra talento no ataque e o Boca Juniors tem facilidade ímpar de disputar a Libertadores.

Internacional (BRA)
O time campeão do ano passado tinha Rafael Sóbis, Jorge Wagner, Bolívar, Tinga e Fabiano Eller. Ainda assim, o Colorado continua forte, pois soube fazer a transição sem perder competitividade e ainda vê surgir o talento de Alexandre Pato para fazer companhia a Fernandão e Iarley.

River Plate (ARG)
Está se reconstruindo aos poucos e já pode ser considerado candidato ao título. O time tem falhado nos momentos decisivos nas últimas temporadas, mas ganhou crédito com a torcida depois de passar pelo Boca duas vezes nos Torneos de Verano. Precisa recuperar o crédito no cenário continental.

Santos (BRA)
Por algum motivo incompreensível, parte da imprensa brasileira cismou que o Santos é um time tecnicamente limitado, mesmo no cenário nacional. Não é verdade. Um time com Fábio Costa, Maldonado, Cléber Santana, Zé Roberto e, agora, o bom Marcos Aurélio está acima da média. E, se acreditar que tem potencial ao invés de reclamar da própria sorte, pode encarar qualquer adversário do continente.

São Paulo (BRA)
A perda de Mineiro será muito sentida, pois Frédson está longe de ser tão eficiente quanto o novo volante do Hertha Berlim. Ainda assim, o São Paulo tem um dos elencos mais fortes do Brasil, joga a Libertadores com desenvoltura e tem grande capacidade de resolver seus problemas na competição sem sofrimento.

Toluca (MEX)
O clube cresceu muito nos últimos dez anos e se tornou o principal representante fora o eixo Cidade do México-Guadalajara. É considerado especialista em mata-mata – costuma crescer nos playoffs do Mexicano – e tem um estádio apertado onde a torcida faz muita pressão (não à toa é chamado La Bombonera). Como a Libertadores é prioridade no clube, os mexiquenses merecem muito cuidado.

Potencial de surpresas

Cerro Porteño (PAR)
Apesar de ter perdido a final do Paraguaio (para o Libertad) e a repescagem para a Sul-Americana (para o Tacuary), pode ser considerado o melhor time do Paraguai de 2006 pela regularidade ao longo da temporada. O problema é que perdeu Barreto (goleiro) e Fretes (volante/meia) em 2007 e pode sentir isso. Tem, porém, uma torcida fanática que transforma seu estádio La Olla em caldeirão em jogos decisivos.

Colo Colo (CHI)
É o melhor time da América do Sul fora do eixo Brasil-Argentina-México. O técnico argentino Cláudio Borghi montou um time rápido e ofensivo, que joga com inteligência. A saída de Matías Fernández será sentida, mas Aléxis Sánchez já desponta como jovem maestro do meio-campo colocolino.

Flamengo (BRA)
Montou um time bastante interessante, com Renato Augusto e Renato como meias eficientes e Juan e Leonardo Moura formando uma boa dupla de laterais. O ataque tem potencial com Obina, Roni e Souza brigando por duas vagas. Atrás, Bruno é um goleiro seguro. Se a responsabilidade não cair sobre essa equipe ainda nova, o Flamengo pode surpreender. No entanto, é precipitado falar em título.

Grêmio (BRA)
A reta final do Brasileirão mostrou um pouco como é o Grêmio. O time é forte e extremamente competitivo dentro de seu estilo aguerrido, mas sentiu um pouco a responsabilidade nos momentos decisivos e perdeu partidas bobas. Na Libertadores, a equipe deve estar mais madura e menos sujeita a esses escorregões. Ainda assim, está um nível abaixo dos favoritos.

Necaxa (MEX)
Os 1.870 m de altitude de Aguascalientes não são problemáticos para os visitantes, o que já tira uma possível força da equipe. O Necaxa é um time médio até no cenário mexicano, pois não investe tanto e não tem brigado pelos títulos. Prioriza a Libertadores e tem força para complicar a vida de muita gente, mas deve ficar pelo caminho.

Paraná (BRA)
Começou a competição como incógnita pelo fato de estar com um time remontado depois de perder seu técnico e vários jogadores importantes durante as férias. Mas, pelo futebol seguro mostrado contra o Cobreloa, sobretudo quando soube explorar a necessidade do adversário fazer o resultado em Calama, ganhou crédito.

Tolima (COL)
Apesar de ter perdido no Apertura e no Clausura, foi o time mais estável e consistente da Colômbia em 2006. Considerando que manteve a base e seus compatriotas se enfraqueceram, espera-se que seja a melhor aposta do país nessa Libertadores.

Vélez Sársfield (ARG)
A base é parecida com a do ano passado, quando o Vélez fez uma grande primeira fase e era considerado candidato ao título até esbarrar nas Chivas nas quartas-de-final. O problema é que, mesmo no cenário doméstico, o time perdeu um pouco o embalo e já sofre de alguma instabilidade.

Coadjuvantes em busca de um brilhareco

Banfield (ARG)
Fez uma temporada 2005/6 muito boa, mas teve um segundo semestre de 2006 fraco. Tem de recuperar o ritmo para fazer um bom papel na Libertadores. De qualquer forma, sempre merece atenção quando joga em casa.

Caracas (VEN)
Como tem jogadores colombianos (principalmente o atacante Carpintero), não é tão ingênuo para os padrões internacionais. A defesa é o ponto forte para um time que quer apenas fazer um papel digno.

Cúcuta (COL)
O time foi campeão da segunda divisão colombiana em 2005 e, no ano seguinte, já ganhou a primeira. O ponto forte é a defesa, como era no Once Caldas campeão sul-americano em 2004. O problema é que o time perdeu Jorge Luis Pinto, técnico que pegou o time na segundona e levou ao título, que deixou o Cúcuta depois de receber convite da seleção colombiana.

Deportivo Pasto (COL)
Único time colombiano dessa Libertadores que tem altitude a seu favor. Vendeu, porém, boa parte do elenco campeão no primeiro semestre de 2006 e aposta em um time jovem e inexperiente. Pouco para brilhar no cenário internacional.

El Nacional (EQU)
Não é um clube cheio de craques, mas fez um trabalho razoável nas categorias de base e conseguiu formar alguns jogadores que hoje estão na seleção equatoriana. É uma equipe bastante regular e que tem a altitude de Quito a seu favor.

Gimnasia y Esgrima La Plata (ARG)
O time foi bem em 2005/6, mas foi patético no último semestre. Chegou a tomar de 7 a 0 do rival Estudiantes e passou a humilhação de ver sua torcida pedir para entregar um jogo contra o Boca Juniors para não ver os pinchas campeões argentinos. Se quiser ir bem na Libertadores, tem de mudar muito. O que não parece que ocorrerá.

LDU Quito (EQU)
Seria, em teoria, o melhor representante do Equador na Libertadores. Em 2006, por exemplo, foi o único time a vencer o Internacional. No entanto, na última rodada do Equatoriano de 2006, se envolveu em uma batalha campal com o Barcelona e algum de seus principais jogadores foram suspensos por até um ano.

Libertad (PAR)
O time é muito instável, mas tem, no papel, a equipe mais forte do país. Fez uma boa Libertadores em 2006 (semifinalista) e manteve boa parte da base para esse ano. Mas o futebol irregular do segundo semestre de 2006 serve de alerta. A falta de torcida, que não lota o Defensores del Chaco mesmo nos jogos mais importantes, também é um fator negativo.

Nacional (URU)
Depois de ir muito bem em 2005/6, o Nacional entrou em crise, reformulou bastante o elenco e ainda não se recuperou. Foi muito mal no segundo semestre do ano passado e está desesperado para montar rapidamente um time competitivo para a Libertadores.

UA Maracaibo (VEN)
Tem um bom goleiro Angelucci (ex-San Lorenzo-ARG), o volante Mea Vitali e o meia Urdaneta, todos da seleção venezuelana, e o técnico Jorge Pellicer fez um grande trabalho na Universidad Católica-CHI em 2005. É um time do mesmo nível do Caracas e que pode atrapalhar quando jogar em casa.

Os demais times são considerados figurantes na competição, pelo analista.

Clique aqui para ver a matéria completa no site trivela.com