segunda-feira, setembro 03, 2007

18 A maldição do quase gol

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Escrito por Diana Oliveira

Não adianta culpar o Christian, se o batedor oficial de pênalti é o Alex, vamos refrescar a memória com o empate contra o Flamengo, quando o mesmo Alex também errou a cobrança. Foi outro empate com gosto de derrota, porque dominávamos o jogo e perdemos dois pontos por incompetência nossa, como tem sido de praxe.

Sempre se faz necessária uma Geni, joga pedra nela. Antes era o Gallo, hoje é a vez do Christian. Foram várias chances desperdiçadas durante o jogo, talvez esta tenha sido a mais explícita, mas a verdade é que o quase gol esteve presente na pequena área do Náutico. Ou melhor, esteve o próprio gol, mas em estado latente.

Críticas e mais críticas ao Abel, destas, diversas coerentes e inúmeras tão infundadas quanto às que sofria seu antecessor, pois não é invenção o Monteiro na lateral direita, não temos Granja e antes mesmo de sair, o Ceará desfalcou a equipe por lesão. Temos então o Jonas, que até agora quando entrou foi melhor que o Monteiro, simplesmente porque é da função, mas não acho que deva sair jogando, terá o mesmo destino cruel do Diego no jogo contra o Vasco, porque é um guri faceiro, não é marcador e vai, inevitavelmente, abrir espaço em algum momento. Já temos uma lateral do campo aberta, com ou sem Rubens Cardoso, a idéia então seria conter a outra com o Monteiro, que eu particularmente faria com o Magal, sem realmente acreditar nesta modificação como sendo determinante, já que ambos são limitados, mas “éoquitem”.

Estabelecer os jogadores pra cada função é muito lindo na coluna diária de qualquer comentarista esportivo, mas na prática já não teremos o Guiñazu no próximo jogo, que, aliás, também não esteve à disposição na partida contra o Fluminense, porque se machucou...

As outras equipes têm seus desfalques? Tem, certamente, mas duvido que pelo menos um jogador por partida, como tem ocorrido no Inter. O meio campo consistente, com posições estabelecidas, jogadores atuando uns próximos aos outros, o último passe decente, tudo isso não ocorre e está nas mãos do treinador. Mas daí pra frente a busca incessante do bode expiatório tira das mãos e leva pras costas, na tentativa de se formular uma explicação racional pro que vem acontecendo, quando talvez esteja acima disso.

Não agüento mais tomar gol de contra-ataque, não suporto mais levar sufoco, ainda mais do Náutico, que isolou pelo menos uns dez chutes e tinha um a menos! Mas parei um pouco pra analisar a repetição de um quadro desolador no Inter, todo jogo é a mesma coisa, começamos bem, às vezes indo pra cima, outras contendo as investidas com autoridade, parece que o time está se afirmando, então começa um, dois, três, quatro malditos quase gols. Bola na trave, em cima da linha, milagre e deu, bate o terror. E é pavor geral, gramado e concreto na mesma aflição. Até que tomamos um gol e desanda mesmo. Ontem Pinga, Roger e Alex, um após o outro, investiram chutes alucinados no fim do jogo, evidenciando o quanto estamos frágeis diante de nós mesmos.

Como teria sido o histórico do jogo contra o Fluminense se aquela bola do Christian, o algoz do momento, não tivesse estourado a trave e sim, a rede? Mas foi mais um da coleção de quase gols, versão 2007.

Houve o pênalti perdido? Sim
Existem os defeitos velhos conhecidos do Abel? Normal
O Christian tá lento? Cruzes!

Mas não é só isso, tínhamos Michel e Ediglê no plantel do ano passado. O Tinga se machucou quase no auge da Libertadores. Sóbis nem iniciou a competição. O Abel era esse mesmo. É mais que isso, o time não se garante e nada pior que descrédito vindo de dentro pra fora. Não vou degolar ninguém. Não vou culpar o negão, o gordão, a direção...

Eu gosto de ti colorado, exatamente pelo que és.

Quero apenas que os jogadores sintam uma absoluta raiva de perder, sequer empatar. Pois o que sentem é medo, o que não impulsiona, pior, acua. O exclusivo rival do Inter, nesse momento, está embaixo da camisa. Tratemos de exorcizá-lo.