Foi fantástico conquistar o continente. Toda a repercussão, o reconhecimento da mídia internacional, a vaga no mundial, enfim, foi demais! Então fomos para o Japão. Que coisa linda! Que momento! Campeões do Mundo! O time todo de branco, o capitão recebendo a taça FIFA das mãos do Joseph Blatter no pódio montado sobre o gramado de Yokohama! Sensacional! Mas passou.
Voltamos para casa e a realidade foi dura. Eu já achava, antes de todas aquelas conquistas, que o nosso grupo de jogadores tinha uma média de idade muito avançada. A renovação do plantel se fazia necessária e alguns ídolos teriam que deixar o time. Mas a direção foi omissa.
Eu até que tentei segurar um pouco as minhas críticas, mas os fatos não me deixam mais. Já cansei de falar que nosso presidente não manja nada de futebol, só fica lá no seu trono, com sua arrogância característica, como se fosse um grande estadista. Até parece.
Nosso homem do futebol até que fez boas contratações, mas parou. O mercado da bola é dinâmico e estamos perdendo tempo. É ilusão achar que há jogadores bons para todas as posições. É preciso ter visão, pensar nas peças de reposição, sempre tão necessárias. O segundo semestre ainda é uma incógnita.
O time está se desmanchando em campo! Trocar o goleiro não fez com que parássemos de sofrer gols. Também, nossa zaga é composta por jogadores velhos, sem a mesma imposição física de temporadas passadas. Os laterais são insuficientes, isso me parece indiscutível. O meio se tornou improdutivo. Nosso camisa 8, que sempre se destacou mais pela força que pela técnica, parece ter perdido completamente o tempo de jogo, até mesmo para cometer faltas. No ataque, os jovens têm que aguardar na fila, pois o vovô centroavante precisa aumentar suas marcas pessoais às custas do clube.
Bem, o que dizer do nosso técnico então? O barrigudo é um fanfarrão! Por favor, o argumento de que ele ganhou isso e aquilo não me serve mais. Isso é história. Os fatos mais recentes são desclassificação e perda da vaga na continental. Há quanto tempo ele não consegue acertar uma boa escalação? E, quando o faz de saída, estraga tudo nas substituições. Como é que pode um cara velho desses não ter peito pra tirar alguns figurões do time? Tem uma gurizada boa no banco, mas que nunca recebe oportunidades suficientes. Quando entram, é na fogueira.
E aí vem outro problema: o vestiário. Não dá mais pra agüentar aquela panelinha. Os caras já ganharam praticamente tudo pelo time, mas isso não faz deles donos do clube! É muito jogador acima dos trinta, já não correm mais como antes. Vigor físico no futebol moderno é um diferencial. Tem jogador no grupo que tá na casa dos quarenta! Esses caras não pegam mais nem banco nos clubes de primeira linha da Europa e, se bobear, nem mesmo nos do Brasil.
Neste ano, batemos a Internazionale. Foi uma grande vitória, comemoramos muito. Mas qual o seu resultado prático? A Inter está festejando seu título nacional, está na Champions League. E nós? Um clube do tamanho do nosso não pode ficar pensando pequeno. Temos a obrigação de estar sempre disputando o título continental. Temos que buscar o mundo. Sempre!
(Giuseppe Cornetto, torcedor do Milan)
Essa é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes, lugares e acontecimentos reais terá sido mera coincidência.
Voltamos para casa e a realidade foi dura. Eu já achava, antes de todas aquelas conquistas, que o nosso grupo de jogadores tinha uma média de idade muito avançada. A renovação do plantel se fazia necessária e alguns ídolos teriam que deixar o time. Mas a direção foi omissa.
Eu até que tentei segurar um pouco as minhas críticas, mas os fatos não me deixam mais. Já cansei de falar que nosso presidente não manja nada de futebol, só fica lá no seu trono, com sua arrogância característica, como se fosse um grande estadista. Até parece.
Nosso homem do futebol até que fez boas contratações, mas parou. O mercado da bola é dinâmico e estamos perdendo tempo. É ilusão achar que há jogadores bons para todas as posições. É preciso ter visão, pensar nas peças de reposição, sempre tão necessárias. O segundo semestre ainda é uma incógnita.
O time está se desmanchando em campo! Trocar o goleiro não fez com que parássemos de sofrer gols. Também, nossa zaga é composta por jogadores velhos, sem a mesma imposição física de temporadas passadas. Os laterais são insuficientes, isso me parece indiscutível. O meio se tornou improdutivo. Nosso camisa 8, que sempre se destacou mais pela força que pela técnica, parece ter perdido completamente o tempo de jogo, até mesmo para cometer faltas. No ataque, os jovens têm que aguardar na fila, pois o vovô centroavante precisa aumentar suas marcas pessoais às custas do clube.
Bem, o que dizer do nosso técnico então? O barrigudo é um fanfarrão! Por favor, o argumento de que ele ganhou isso e aquilo não me serve mais. Isso é história. Os fatos mais recentes são desclassificação e perda da vaga na continental. Há quanto tempo ele não consegue acertar uma boa escalação? E, quando o faz de saída, estraga tudo nas substituições. Como é que pode um cara velho desses não ter peito pra tirar alguns figurões do time? Tem uma gurizada boa no banco, mas que nunca recebe oportunidades suficientes. Quando entram, é na fogueira.
E aí vem outro problema: o vestiário. Não dá mais pra agüentar aquela panelinha. Os caras já ganharam praticamente tudo pelo time, mas isso não faz deles donos do clube! É muito jogador acima dos trinta, já não correm mais como antes. Vigor físico no futebol moderno é um diferencial. Tem jogador no grupo que tá na casa dos quarenta! Esses caras não pegam mais nem banco nos clubes de primeira linha da Europa e, se bobear, nem mesmo nos do Brasil.
Neste ano, batemos a Internazionale. Foi uma grande vitória, comemoramos muito. Mas qual o seu resultado prático? A Inter está festejando seu título nacional, está na Champions League. E nós? Um clube do tamanho do nosso não pode ficar pensando pequeno. Temos a obrigação de estar sempre disputando o título continental. Temos que buscar o mundo. Sempre!
(Giuseppe Cornetto, torcedor do Milan)
Essa é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes, lugares e acontecimentos reais terá sido mera coincidência.