segunda-feira, maio 26, 2008

55 O jogo tem 90 minutos...

55
Esqueceram disso no vestiário?

Talvez a solução seja o jogo contínuo, o intervalo tá fazendo mal à rapaziada.
Ou então interrompe, mas não vira, é a outra goleira que dá azar.
Ou, de repente, deixem tocar o Hino Nacional quando a equipe voltar a campo, assim podemos enganar que o jogo está iniciando, vai que a gurizada acredita?

A zaga vive dias de mãe do juiz, coitada. Não é falta de velocidade, eles ficam na ruim com os adversários, tudo porque lento está o ataque. Muito demorado o último passe, acabam perdendo a bola e os outros, que não são bobos, vêm com tudo no contra ataque. Assim têm se desenhado as derrotas do Inter fora de casa, indecisão na frente que resulta em chumbo grosso atrás. Tem que finalizar, chutar em gol e não perder essa bola quando o domínio é nosso.

E vem o contra ataque e só é parado com falta. Além da oportunidade que oferecemos em bola parada, acabamos chamando o time adversário pro nosso campo e começa a ficar difícil sair dessa armadilha. E tudo começa na frente. Tá faltando objetividade no ataque e a defesa vem respondendo por isso. Um fulano qualquer segue em velocidade, o zagueiro corre uma, duas, três, na quinta vez ele não chega mais.

Os problemas do colorado estão mais do meio pra frente que pra trás, penso eu. E... Nilmar, se a terapia do toquinho não funcionou, vamos ao tratamento de choque: dá um bico nessa maldita e faz entrar na marra!

Por hoje é só pessoal, estou vivendo dias de rotina em ritmo frenético. Escrevi estas poucas linhas para que não passe em branco o difícil dia da semana: segunda-feira, ao menos hoje ensolarada. O colorado que não se comporta e eu que fico de castigo entre linhas, retas, curvas, papéis, lapiseiras, mouse, monitor... Acordar no primeiro dia da semana cansada significa que na seqüência vai ficar pior.

Sábado assisti ao jogo na companhia de um senhor desconhecido, naquela situação de dividir a mesa do bar entre colorados. Uma simpatia ele, só que eu não entendia o que ele falava; dicção difícil e a voz bem baixinha. Eu ficava sorrindo com cara de pastel sem entender uma palavra do vovô que balbuciava por vezes com expressão brava e outras sorrindo. Lá pelas tantas consegui compreender algumas partes:
Eu sou mais anti-gremista que colorado”.
Respondi que eu não e ele: “Ah eu sim!”.

Sou sócio do Inter desde 1957! Um dia pegaram minha carteirinha para trocar por uma nova, eu não queria entregar, queria a minha carteirinha original de lembrança. Não me deixaram ficar com ela. Fiquei tão brabo que disse: Nessa merda eu não entro mais. Até hoje torço pelo meu colorado amado na frente da tv, isso faz uns doze anos”.

Perguntei se ele tinha cancelado a matrícula e ele me mostrou a carteirinha atual. É sócio até hoje, mas não vai ao estádio, ficou magoado. Disse-me ainda que pensa em futuramente voltar ao Beira Rio, fiquei pensando
“Quando? Se tá quase abraçado no José Pinheiro Borda”.
Nem na final da Libertadores o vovô teimoso cedeu... Vai entender?
Lembrei da sabedoria popular: de perto ninguém é normal.

Boa semana a todos.