Jogador de futebol tem mais é que ganhar rios de dinheiro, vale pela insalubre condição de aturar choro de torcedor.
É tão difícil assim aceitar que ninguém entrou em campo contra o Sport? Que jogamos bosta nenhuma e que eu de salto fino acertaria mais passes que o tradicional incansável Guiñazu naquele meio campo? Sinto muito aos estrategistas para diversificadas teorias da conspiração, mas foi exatamente o que aconteceu. Quando Fernandão não joga bem, via de regra o time entoa o mesmo ritmo, desajustado. E isso aconteceu porque se tratam de pessoas, e pessoas jogam mal às vezes, acontece...
Não poderiam jogar mal numa partida tão importante? Não, mas jogaram. Faltou a vontade que sobrou no adversário? Visível que sim. Podemos cobrar da equipe esse resultado? Com certeza, devemos! Era o caminho mais fácil pra Libertadores no centenário, não poderiam ter-se dado o direito ao desestímulo, ao erro, ao desperdício de gol. Falharam como humanos que são e ficaram devendo ao seu torcedor. Haviam muitos desfalques, mas o time em campo deixou a desejar na vontade mesmo. E pagamos todos por isso. Depois de uma partida brilhante e inesquecível contra o Paraná, é triste e quase um paradoxo perder a vaga num jogo tão mais fácil como o que se encaminhava ao fim do primeiro tempo em Recife.
Isso tudo é verdade e não foi falta de grupo, foi o grupo em falta (conosco).
Na seqüência, nova derrota para o Palmeiras. Jogo fora de casa, expulsões, placar de 2x1. Isso é crise? Mas então, pela madrugada, vou encomendar uma tonelada de óleo de bebê pra passar no popô cagado do bando de chorões que há duas semanas votaram sim, eu confio no time, porque ganharam o Gauchão; e hoje amanheceram “desconfiados”. Ai que medo. Mas cadê aquela moça, aquela, a tal da personalidade?
Eu quero saber agora quem é sincero: macaco de selva, não de circo. Quero saber quem variou seu voto a cada rodada de todas as competições até aqui e por que. Quero saber quem vota a mesma coisa desde o princípio. Quero saber quem mudou a confiança no time no decorrer do percurso e qual o motivo. Meu voto é sim desde sempre e hoje não foi diferente. Diante dessa frescurada toda de quando ganha é maravilha, quando perde é o fim, só me resta exaltar a insuperável capacidade do companheirismo feminino, que não menospreza ao lidar com fragilidades e nos faz muito mais fortes que vocês, seus fracos! Falo isso pela Anelise e Mariana que se manifestaram hoje cedo. Isento os pessimistas de plantão, pois apesar de repetitivos, são convictos. Também não direciono aos moços que excepcionalmente desenvolvem a capacidade do apoio, artigo raro na classe que mija em pé.
Nessas horas eu admiro as lésbicas, seres evoluídos, algo que nessa encarnação eu não serei, pela condição irredutível de hetero. Elas não lamentam a ausência do ator principal, afinal de contas, nem gostam. E de quebra se livram dessa porcaria de chororô masculino, que no assunto futebol fica insuportável. O problema de vocês é o único do universo, a crise depois da derrota é irreversível, o cara não joga nada e desse jeito não vai dar e só falta aparecer um “acorda direção”. Suas bichas!