Ele fala um pouco, corta o quadro e vai pro Caio óculos fLashion Júnior, falando sobre os mesmos assuntos. “Legal”, pensei eu, melhor só se fosse depois do jogo de domingo pra ver o que ambos iam argumentar sobre os rumos que a partida tomou.
Mostra umas imagens daqui, uns gols dali, e lá pelas tantas entram lances daquela nhaca de Inter X flamengo. “A-há!”, pensei eu, e abri os olhos de vez e me sentei na cama. Achei a entrevista muito bacana, porém incongruente em determinados pontos. Vejamos:

Brasileirão/centenário: nosso técnico tem a real dimensão da importância de, uma vez eliminado da Copa do Brasil, buscar a vaga na Libertadores do ano do nosso centenário. Assim como sabe que conseguir essa vaga no brasileirão é muito mais difícil. Eu particularmente ainda tenho o palpite de que o Inter vai ser campeão esse ano.
Sport: disse Abel que estava tudo nos conformes, ganhamos o 1º jogo sem levar gol, marcamos um gol lá e que o grande problema foi que os guris (zagueiros reservas) tiveram que entrar na fogueira. Não, não foi. Foi o recuo do time inteiro, o que acabou chamando o adversário pra cima. O Fernandão estava tão recuado que não se pode dizer que não havia experiência na zaga. E o melhor jogador em campo até sair lesionado era um zagueiro jovem do time.
Caio Flashion Jr.: falou que seu time tinha entrado muito abatido no vestiário depois de encerrar o primeiro tempo perdendo por 1 x 0. Voltou pro segundo e fez 2 gols em 10 minutos. O que me dá a entender que o Colorado voltou muito feliz pro vestiário. Tão feliz que esqueceu que tinha que seguir jogando o segundo tempo. Soberba?
Psicológico: Abel admitiu que é fundamental e que tanto ele como os jogadores ficaram muito abalados depois de Recife. Pelo jeito a depressão ainda não passou. Ou é falta de vontade. A primeira se resolve com churrasqueada e cervejada. A segunda com peteleco na orelha e cascudo na cabeça.
Obrigação de ouvir e cumprir: sobre a cultura tática dos jogadores, Abel afirmou que todos têm a obrigação de ouvir, entender e cumprir as orientações dele. Na teoria tá lindo, na prática nem tanto. Seria o caso de abandonar o peteleco e partir pro telefone pra ver se desentope alguns ouvidos?
Fazer além: uma vez cumprida a etapa acima, disse o professor que os atletas têm toda a liberdade para criar, fazer a mais, etc. Não sei se concordo. Essa idéia só vale pra alguns. Outros têm mais é que se limitarem ao feijão com arroz. Não cagando já é um bom começo. Marca, desarma, passezinho de 3 metros pra quem sabe e volta pra guardar posição. Ponto.
Consolo: “Não ganho a 3 jogos. Estou louco, não durmo direito e estou até mal-humorado em casa”. Abel, ZH de hoje. Bom, ao menos não somos só nós torcedores. Resta saber se os jogadores também estão fazendo sua autocrítica...
Em linhas gerais gostei da entrevista e me passou a impressão de que o Abel tem plena consciência do que está errado. Levou um voto de confiança meu. Favor não nos decepcionar – tanto ele quanto os jogadores.
(foto: Alexandre Lops)