ESCRITO POR Dudu Guimarães
Toda a vez que eu e meu pai estamos diante da TV para assistir um jogo do Colorado (fora de casa) e o repórter lá começa a dar a estatística do confronto - "o Inter não perde há 5 jogos para esse time" - ou a classificação ("esse time está em último na tabela, precisando da vitória para sair da zona de rebaixamente"), meu pai me olha e me diz, sempre, sempre mesmo, sem exceção: "ihhh, vai ser hoje..."
Por que o Internacional gosta tanto de ressuscitar morto? Por que gostamos tanto de dar mais um sopro de vida àqueles que estão lá, tal qual dizia Januário de Oliveira, "com o corpo estendido no chão"?
Falta maldade... falta impiedosidade no coração. Falta dar o último tiro. Falta, principalmente, gostar de massacrar o adversário, de vê-lo pedir "penico", sem ar, torcendo para o jogo acabar.
Esse o principal problema. É cultural. É o mesmo problema que faz o time recuar sempre quando tem alguma vantagenzinha.
Sabem aquela piada do galo? O sujeito chega na rinha e pergunta: "Qual o galo bom?" E o outro responde: "O branco." Aí o sujeito aposta tudo o que tem no galo branco. E se rala. O branco leva uma cabaçada de pau. E vai tirar satisfação com o outro: "Mas o branco não era o bom?" E o outro: "É, mas o marvado é o preto!"
Só espero que no sábado nosso Gallo seja o marvado...