terça-feira, abril 20, 2010

30 Debater o clube, não pessoas

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Há menos de um mês, escrevi neste espaço: "Se há Movimentos Políticos no âmbito do clube que estudam e desenvolvem projetos para uma gestão ainda mais qualificada, podem e devem se organizar a fim de apresentar aos sócios, no momento adequado, suas respectivas alternativas eleitorais. Todavia, se as vaidades individuais ou coletivas estiverem acima dos interesses da instituição, estaremos sempre sujeitos a abalos sísmicos que provocarão rachas não somente numa eventual conjuntura eleitoral, mas também nos alicerces do vestiário colorado. E isso é inadmissível! Ainda mais em ano de Libertadores!" (Racha na Situação)

Hoje, para minha satisfação, leio um texto do Conselheiro Colorado João Patrício Hermann, que foi publicado no blog do Hiltor Mombach, do Correio do Povo, bem como no blog Arena Vermelha, externando a mesma preocupação que manifestei no meu post acima citado. Trasncrevo, abaixo, as palavras do Conselheiro João Patrício, "Debater o clube, não pessoas":


"Nos últimos anos, houve avanços em diversas áreas, mas o Clube ainda tem muito para melhorar. A eterna "pessoalização" do debate – que se concentra em nomes e menospreza as ideias, as propostas e os conceitos – nos leva a uma situação peculiar. Em vez de se mobilizar pela conquista de mais um título continental, o Clube hoje se depara com um elevado número de candidaturas à presidência, inclusive dos vice-presidentes eleitos. Todas com objetivo de conquistar ou manter poder; nenhuma delas amparada em projetos de uma nova forma de administrar o Clube e eliminar vícios crônicos típicos dos clubes de futebol brasileiro.

A profissionalização bate às portas do Beira Rio. O novo salto para o Clube está na adoção das melhores práticas de governança corporativa.Debates internos estão sendo feitos sobre essa oportunidade, mas as resistências ainda são significativas em diversas áreas, especialmente naquelas que foram contempladas com colaboradores ligados aos movimentos políticos que integram a gestão – mas despreparados para servir o Clube caso essa gestão seja alterada.

Os dirigentes eleitos democraticamente terão sempre a responsabilidade de tomar as decisões estratégicas do Clube. São eles que garantem a manutenção da história e da paixão nos rumos do Internacional. Mas está na hora de acrescentar a este modelo a profissionalização das funções gerenciais. Buscando, se necessário, profissionais de mercado para desempenhá-las com o máximo de eficiência e foco nos resultados.

Questões relevantes, como a modernização do complexo Beira Rio, têm de ser debatidas à luz das modernas práticas de gestão, com base nos mais rentáveis estádios do mundo. É um debate que precisa envolver todos os colorados e ser norteado por aquilo que é melhor para o futuro sustentável do Internacional. Queremos sediar jogos da Copa de 2014 ou não? Como podemos aproveitar melhor as áreas do Complexo Beira Rio em benefício do Clube? Não podemos deixar de considerar esses questionamentos no planejamento do futuro do Internacional. Do contrário, ficaremos para trás, mais preocupados em exaltar o passado do que em construir o futuro, que é o dever dos conselheiros do Internacional e também dos sócios colorados que serão convocados para a Assembléia Geral no final desse ano.

Portanto convido todos a refletir sobre a nova prática política que deverá prevalecer no Clube, deixando de lado o debate de nomes e priorizando a discussão de ideias. De projetos. O que estamos vivendo, hoje, dentro da própria diretoria do Internacional, é uma briga de grupos pelo poder. Briga inoportuna, quando disputamos a mais tradicional competição de futebol das Américas e que certamente terá reflexos negativos no resultado de campo – e no da própria gestão.

Nosso Conselho Deliberativo, junto com os líderes do Clube, tem a responsabilidade e o dever de promover estas mudanças no debate político, mesmo que sob resistências e divergências pontuais. Temos de ser um Clube que vence e sabe porquê venceu, em constante evolução e jamais acomodado com nada que não seja títulos e glórias. A grandeza do Internacional não nos permite.

Que venha o bi-centenário com outras centenas de taças no armário."

João Patrício Centeno Hermann
Conselheiro do Sport Club Interacional