terça-feira, maio 08, 2007

24 MATA MATA # 4 (SEGUNDA FASE)

24
Bom então vamos ao Ultimo Mata Mata antes das Semi-Finais. Acho que teremos um novo Bloguista já no inicio do Brasileirão. A semi final será entre Bloguistas 4, 6, 8 e o Vencedor de 13 contra 9. Vamos lá então!

BLOGUISTA # 13

"Corda Esticada"

Devo dizer que estava em dúvida sobre o tema dessa coluna, já que o assunto do momento – Gallo e as outras aves que habitam o Beira-rio – é deveras debatido pelos amigos e eu não teria nada a acrescentar a esse respeito. Torçamos!

Confesso que também não tinha muita vontade de voltar a abordar o tema da última coluna, mas o “Sala de Redação” de ontem me fez mudar de idéia, ainda que a retomada seja apenas parcial.

O assunto do programa era o Grêmio e suas visíveis limitações, a necessidade do time de jogar sempre no limite das forças para poder fazer frente às boas equipes que há, sempre com a “corda esticada”.

Começou a cornetagem, o Kenny Braga lembrando da melhor partida jogada na história do Internacional (na minha modesta opinião), o arrodião que demos no São Paulo na final da América no Morumbi, o Cacalo retrucando, dizendo que com eles é sempre sofrido e no limite, e por aí foi.

Seguia-se o bate-boca, quando alguém acrescentou, acho que o Lauro Quadros, e isso me chamou a atenção: “mas com o Inter também foi assim. Com a ‘corda esticada’”.

“É verdade”, disse o Professor. “É verdade”, pensei eu. É o óbvio lulante, mas é verdade.

O exemplo é até recente: Libertadores e Copa do Mundo da Fifa. Partos. Coração na boca. Termina esse negócio, seu juiz!

E não tem como ser diferente, aqui é assim, no peito e na raça. Mas como isso é possível? Do que precisamos para isso?

Jogador bom? Claro que precisamos! Assim como leite não sai de pedra e árvore não cresce no deserto, taça não se levanta com pereba!

Treinador bom? Claro! Ou alguém espera que algum dia seremos campeões com Joel Santana?

Direção boa? Claro que precisa! E como! A direção é o suporte, o porto-seguro. E escolhe os jogadores e o treinador. Todo time campeão tem sempre um baita presidente.

Tchê, mas será que é só isso?

Ouso dizer que “não”. Ou acho que não. Não, não só acho, tenho certeza. Não e não! Não mesmo, porque se fosse só isso (que nem pouca coisa é), dava a taça pro São Paulo, pro Chelsea e pro Barcelona antes de cada campeonato que o assunto já se resolvia!

O elemento que faz o campeão, especialmente por aqui, e, especialmente, o Colorado campeão, é o ESPÍRITO.

Esse “espírito”, é o sentimento que une os bons jogadores, o bom treinador e a boa direção. O espírito é um só e traz ao time aquilo que o Iarley disse uma vez que o Inter do ano passado tinha: o “olho de tigre”, o caráter, a entrega.

O espírito é que faz a corda esticar até o máximo, que mostra ao adversário que “tu podes até ser melhor, mas não vai levar isso de mim”, que faz jogadores meia-boca se tornarem bons, tudo porque esse sentimento dá segurança, dá força, e assusta quem vem pela frente, seja qual for o
tamanho. Seja qual for o tamanho!

O espírito está lá, só precisamos reencontrá-lo. Pra chegar de novo, só com a corda esticada.



BLOGUISTA # 9

CULTURA DE PAZ

Os atos de violência crescente entre torcidas gaúchas, tornam necessária a difusão e enraizamento de uma cultura de paz no futebol gaúcho. A rivalidade entre Inter e Grêmio é uma das mais antigas do país, pois não foi sendo cultivada aos poucos; mas vem desde a fundação do colorado. Entretanto, uma visão saudável, madura e racional não pode deixar de ver um Gre-Nal como um jogo. Um grande jogo de futebol, no qual ora se ganha, ora se perde.

Quando um problema surge aos poucos e agrava-se lentamente, muitas vezes fica difícil de percebê-lo. A violência é assim. Cresce aos poucos e temos a tendência natural a nos "acostumar" com ela pouco a pouco. Imagine que tu morasses numa cidade na qual não havia nenhum problema em dormir com a porta destrancada, muito menos houvesse necessidade de grades para te proteger, mas em questão de dias atingisse os níveis atuais de violência. Haveria uma revolta geral, mobilização e ataque às raízes desse problema, evitando que ele se agravasse. Entretanto, a violência cresce ao longo dos anos, das décadas. Na rua em que moro, por exemplo, nos anos 80 havia poucas grades, a maioria não passava de cercas para cachorros e algumas casas nem precisavam delas. Aos poucos surgiram as primeiras grandes, as cercas elétricas e os avisos de alarme.

É isso que acontece no futebol, a violência cresce, cresce e vamos aceitando, aceitando. Uns lamentam, outros desdenham, outros acham natural e alguns até gostam, por demonstrar como somos machos, iguais aos argentinos(!). Atualmente estamos passando por um período crítico. As demonstrações de violência grenal após grenal têm sido constante. E o problema que visualizo acima desse problema é a falta de vontade por parte dos dirigentes dos clubes em assumir a vanguarda de ações promovedoras da paz nos estádios. Pelo contrário, dão um péssimo exemplo discutindo através da imprensa, como têm feito o Píffero e o tal do Pelaipe. Passam-se uns meses desde o último grenal, houve até o episódio do aeroporto contra o Carvalho e o Dallegrave(este com mais de 80 anos), mas preferem tratar o caso como um ato isolado e continuam deixando a questão às escuras, como se fizesse parte do passado.

A intolerância e a violência, além de afastar público dos estádios, revelam uma falta de civilidade, que, acredito, não combine com a imagem do Rio Grande. Portanto o problema da violência nos estádios deve ser atacado urgentemente. Seja através de campanhas, de ações conjuntas, ou mesmo pela criação de uma zona mista fazendo um meio termo entre o lado azul e o vermelho. Os gremistas, que tanto "odiamos" nas ruas, na verdade são os pais, irmãos, tios, avós e amigos de outros colorados e coloradas. Somos pessoas de um mesmo povo, mesma história, mesmas famílias, mesmos problemas sociais e mesma cultura. Resta saber se deixaremos prevalecer uma cultura de violência e barbarismo ou de paz e civilidade.