quarta-feira, maio 23, 2007

68 “Não podemos voltar a ser os perdedores!”

68
ESCRITO POR DUDU GUIMARÃES

Essa foi a frase que meu pai pronunciou na nossa janta depois do jogo do Grêmio, agora há pouco, no Panchos, uma parrilleria uruguaia na Protásio, onde antes ficava o Pão & Fiambres, quase debaixo do viaduto com a Goethe.
“Não podemos voltar a ser...” Se não podemos voltar a ser, era porque éramos, e deixamos de sê-lo em determinado momento, e corremos o risco de o sermos novamente. Essa a seqüência.
É engraçado, mas nunca chegamos a perder tudo, ao fundo do poço, ao bêbado na sarjeta, lambendo o cordão da calçada. A situação estacionou no “fede-nem-cheira”; no “não vai nem racha”; na “figurância” - se é que essa palavra existe!
Teve que vir um cara para nos sacar da letargia. “O cara”. Um cara com visão, com moral, com planos, com noção. E com espírito. Muito espírito.
Igual a eles. Tento imaginar a vida de um torcedor gremista no início da década de 80. O Inter era tri-campeão brasileiro, invicto na última das taças; o Grêmio, nada. Absolutamente nada. Até o Fábio Koff.
Que fez mais do que ganhar: implantou uma ideologia. Criou um mito, do qual os gremistas se valem até hoje: o “imortal tricolor”. E difundiu a idéia. Grande marqueteiro. O mito.
Desde então, eles até se ferraram mais que nós. Bem mais que nós, com certeza. Mas tentaram mais, também. E chegaram mais.
Senhores, o que quero dizer com isso, é que o espírito de Fernando Carvalho não pode morrer! O Inter vencedor não pode se limitar a um ano. O conformismo do tipo “ganhamos o Mundial [FIFA] e agora podemos descansar por 10 anos” não pode sufragar nossa vontade, a vontade de todo Colorado, de ganhar de novo e chegar lá sempre. Xongas! "A vida inteira eu esperei por isso"!
Não canso de pensar que um comando forte, com um grande presidente, um grande vice-de-futebol, e um grande treinador, faria desse grupo atual do Internacional o melhor time do Brasil.
Ora, se daquelas pedras do Grêmio têm saído água, imaginem o que sairia das nossas uvas!