escrito por Diana Oliveira
Já ouvi que a pessoa mostra-se como é na maneira que joga futebol. Fico tentando dar personalidade aos jogadores do Inter e vejo, por exemplo, que o Perdigão quando joga é muito fiel a sua postura de companheiro, comemora intensamente os feitos dos colegas e nas quatro linhas promove o gol dos outros, joga pro time. Não sei o quanto disso vale como regra ou coincidência, mas vou levar esse princípio a uma análise mais ampla. O futebol é, além de esporte, uma via de manifestação popular, por isso a tese de exposição do caráter do indivíduo no jogador pode se reproduzir com o coletivo, através dos clubes e suas torcidas.
O Rio Grande do Sul é um estado diferente do restante do Brasil, habitamos o extremo meridional, sentimos frio no país tropical, cultuamos o chimarrão e tantas outras peculiaridades. O único lugar onde a população sabe mais a letra do hino estadual que a do nacional é o Rio Grande do Sul. Aliás, acredito que aqui seja também a exceção do país em saber cantar os dois, valorizar a tradição é algo tão nosso que por vezes confundimos princípios com teimosia. Acho engraçado que nos pampas se vende mais Pepsi do que Coca (não sei se ainda é assim, há um tempo atrás era), só pra sermos do contra e depois, Coca é mais saborosa do que Pepsi, mas a gente não gosta de refrigerante então compra o mais barato e se ainda existisse Barecola, certamente derrubaria as outras duas.
A simbologia da resistência está enraizada na gente, desde a composição do Hino até os dias de hoje e tudo em nós começa com a Revolução Farroupilha. Nós comemoramos uma guerra que não vencemos, mas também não perdemos. Não efetivamos a independência, mas conquistamos igualdade econômica e atenção merecida ao Estado que até então era ignorado pela corte.
De tudo que representa o sirvam nossas façanhas, o que mais nos orgulha não é a revolução em si, mas a bravura dos soldados, os mau vestidos, farrapos. Foram subestimados, mas tinham tática de guerra inigualável. O fim da revolução era imprescindível ao Império para que os nossos soldados pudessem representar a pátria na guerra do Paraguai. É o levante contra alguma injustiça que nos move, o favoritismo do inimigo alimenta nossa gana e, conseqüentemente, o reconhecimento de alguma incapacidade nos mata.
Antes tínhamos a busca, essa era a causa, agora é uma questão de auto-crítica, de evolução, de superar os próprios problemas e não necessariamente o adversário. Por isso temos sido pouco otimistas, porque lutamos contra o descrédito de nós mesmos. Já não exaltamos nossos soldados, porque o comando decepcionou. É tão mais fácil xingar toda a árvore genealógica do Zveiter que repetir as desilusões com o Piffero. Cansa, abate.
Mas hoje é dia de jogo e não aconteceram as modificações que me tranqüilizariam. Eu gostaria de ver especulações pro anúncio do Junior, seria um alívio ter certeza de que o Vargas fica, como eu quero um zagueiro com mais de 20 anos, mas também, não mais de 30 com contrato de quatro anos.
Mas hoje é dia de batalha e vou dar uma forcinha, registrando uma mensagem de otimismo, evocando o espírito histórico destemido. Vou acreditar, nem que seja só no Capitão e seus soldados na linha de frente, tropa e cavalaria. Já não sei se digo isso por convicção ou por ser vítima da minha gaúcha e farroupilha insistência, mas colorado, nada, nenhuma crise, nada mesmo, vai nos separar.
O Rio Grande do Sul é um estado diferente do restante do Brasil, habitamos o extremo meridional, sentimos frio no país tropical, cultuamos o chimarrão e tantas outras peculiaridades. O único lugar onde a população sabe mais a letra do hino estadual que a do nacional é o Rio Grande do Sul. Aliás, acredito que aqui seja também a exceção do país em saber cantar os dois, valorizar a tradição é algo tão nosso que por vezes confundimos princípios com teimosia. Acho engraçado que nos pampas se vende mais Pepsi do que Coca (não sei se ainda é assim, há um tempo atrás era), só pra sermos do contra e depois, Coca é mais saborosa do que Pepsi, mas a gente não gosta de refrigerante então compra o mais barato e se ainda existisse Barecola, certamente derrubaria as outras duas.
A simbologia da resistência está enraizada na gente, desde a composição do Hino até os dias de hoje e tudo em nós começa com a Revolução Farroupilha. Nós comemoramos uma guerra que não vencemos, mas também não perdemos. Não efetivamos a independência, mas conquistamos igualdade econômica e atenção merecida ao Estado que até então era ignorado pela corte.
De tudo que representa o sirvam nossas façanhas, o que mais nos orgulha não é a revolução em si, mas a bravura dos soldados, os mau vestidos, farrapos. Foram subestimados, mas tinham tática de guerra inigualável. O fim da revolução era imprescindível ao Império para que os nossos soldados pudessem representar a pátria na guerra do Paraguai. É o levante contra alguma injustiça que nos move, o favoritismo do inimigo alimenta nossa gana e, conseqüentemente, o reconhecimento de alguma incapacidade nos mata.
Antes tínhamos a busca, essa era a causa, agora é uma questão de auto-crítica, de evolução, de superar os próprios problemas e não necessariamente o adversário. Por isso temos sido pouco otimistas, porque lutamos contra o descrédito de nós mesmos. Já não exaltamos nossos soldados, porque o comando decepcionou. É tão mais fácil xingar toda a árvore genealógica do Zveiter que repetir as desilusões com o Piffero. Cansa, abate.
Mas hoje é dia de jogo e não aconteceram as modificações que me tranqüilizariam. Eu gostaria de ver especulações pro anúncio do Junior, seria um alívio ter certeza de que o Vargas fica, como eu quero um zagueiro com mais de 20 anos, mas também, não mais de 30 com contrato de quatro anos.
Mas hoje é dia de batalha e vou dar uma forcinha, registrando uma mensagem de otimismo, evocando o espírito histórico destemido. Vou acreditar, nem que seja só no Capitão e seus soldados na linha de frente, tropa e cavalaria. Já não sei se digo isso por convicção ou por ser vítima da minha gaúcha e farroupilha insistência, mas colorado, nada, nenhuma crise, nada mesmo, vai nos separar.


Fernandão, O Ídolo dos dois clubes, sagrou-se campeão em nosso campo, mas também fez história em seu clube de origem, o Goiás.