quinta-feira, janeiro 03, 2008

16 E que tudo se realize...

16
Escrito por Diana Oliveira

Lá vamos nós. Todos os anos iniciam com ares de expectativa. As esperanças estão renovadas, embora saibamos que nada mudou. O Oriente Médio continua sendo um barril de petróleo e outro de pólvora. O Iraque segue ocupado pelas tropas americanas. O Bush ainda é presidente dos Estados Unidos. Píffero, do Inter.

A classe política brasileira segue desqualificada e desacreditada. Renan Calheiros permanece no senado, ainda que não mais presidente, não menos impune. Os pilares da governabilidade continuam sedimentados em disputa de poderes. Os critérios de negociação política ainda se baseiam em “toma lá, dá cá”. O benefício pessoal vai igualmente prevalecer sobre o bem comum. Alex ainda é o articulador.

Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam não... Monteiro ainda é o lateral direito.

Mesmo assim, insistimos em sonhar. Do cético ao desenganado, crédulos ou alienados, todos cultivam em algum cantinho do peito o involuntário pulsar confiante. E confesso, como é bom acreditar no ano novo. Que ótima sensação de reinício, recontagem. Que boa nova nos traz essa temporada? Quantos problemas ainda se repetirão e quantas vezes ainda relutaremos em aceitar que eles - os problemas – sempre existirão...

O ser humano cresce com intuito de evoluir e para isso vai perdendo inocência no caminho. Então a grande loucurinha da vida é que percebemos na maturidade uma lucidez que trava, cansa, desestimula. A realidade é repetitiva e o realista é quase sempre chato, pois lhe falta iniciativa que a verdade tomou. A propósito, a sua particular verdade, pois universal mesmo só futebol e Coca-Cola, o líquido negro do capitalismo... hehe... Ouvi isso de um hippie na primeira edição do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre.

Não se trata de viver na ilusão, aquela que cega. É deixar-se invadir pela insanidade que impulsiona. Essa estranha e peculiar sensação de reveillon aparece porque o ciclo da vida é perfeito. A cada novo ano somos tomados por uma espécie de febre ansiosa que aquece a vontade, reitera a busca e palpita os desejos, proliferando votos de felicidade aos nossos, aos vossos; enfim, a todos.

Portanto, vamos de novo atrás do novo, conscientes das limitações, dispostos à superação. O dia é dos vivos; a noite, dos bêbados; o sucesso, dos sonhadores e o vermelho... Ah o vermelho é do Internacional.

Saudações coloradas a 2008.

Achei essa foto por acaso e foi minha inspiração de hoje.
Lendo pensamentos: “quero ser igual a ele quando crescer”...