Escrito por Rafael Severo
Momento crucial na vida de Roberval. E Roberval concentra-se. Na marca da cal, a bola o espera. E Roberval mira-lhe a forma arredondada em tom solene de desejo. O silêncio nas arquibancadas é, paradoxalmente, ensurdecedor: a aflição do grito contido, prestes a explodir, é responsável pela contradição.
Mas Roberval continua lá, impassível e indiferente a toda e qualquer periferia que o circunda neste instante. É decisão. É o título em jogo. É o jogo da vida do Roberval, do time do Roberval, da mãe do Roberval e de todos os ancestrais do Roberval.
É notória a capacidade de concentração do Roberval, craque do Morrendo de Fraqueza, time fundado por seu pai por volta de mil novecentos e "catifundas", lá nos confins do Fim do Mundo, bairro notório da Cidade dos Excluídos, capital do País dos Banguelas. E bola fora significaria um fim todo particular de mundo para o Roberval.
Roberval sabe que tem um compromisso inadiável nesse dia. Mas não lembra o quê... Tudo há de ser menos importante no momento. É pênalti. É sagrado. E fim de papo! Entre as traves, o goleiro adversário agora é mero entrave. Mera testemunha privilegiada desse momento histórico na vida do Roberval e da comunidade de Fim do Mundo. "Ah, glória, nada vai nos separar", pensa Roberval.
Com a marca registrada da confiança brilhando na testa, Roberval prepara o ato lascivo, obsceno e quase pornográfico do chute que lhe dará a consagração definitiva que o elevará aos céus, libertando-lhe o gozo - líquido e certo - do grito próprio dos vencedores. Roberval finalmente avança para a bola. Um, dois, três passos... pé esquerdo no solo, pé direito na bola e...
...no exato momento do chute, a lembrança do tal compromisso inadiável irrompe o cérebro do Roberval como um tiro certeiro disparado contra as têmporas. De repente, tudo trava. A cabeça voa, a respiração descompassa, os olhos embaçam. Um aperto no coração e no cu...
De fato, era dia de jogo, mas também aniversário da Dulce. Dulce era uma mulher de talento, irresistivelmente charmosa e indiscutivelmente bonita, com reconhecida retidão de caráter e dona de valores mais sólidos que concreto, mas Roberval era o talento do time, tinha uma perna direita dos infernos e uma frieza polar nas decisões, além de um time que dependia doentiamente dele.
Roberval era a personificação da alma do Morrendo de Fraqueza FC. Nada poderia ser mais importante que isso. A não ser o aniversário da Dulce, dona do coração do dono do time. Apesar do nome da amada sugerir doçura, ela não haveria de perdoar-lhe o esquecimento.
Roberval bateu o pênalti e errou. Jogou a bola escandalosamente por cima do gol adversário. Perdeu o pênalti e o amor de Dulce. Tudo ao mesmo tempo, no mesmo dia. Roberval caiu em desgraça. Foi o fim do mundo. Foi o fim do Fim do Mundo. O fim de um relacionamento delicioso que Roberval manteve com a deliciosa Dulce.
E hoje o que mais dói em Roberval é saber que Dulce provavelmente estará ainda melhor agora, depois dos trinta...
O Inter está repleto de jogadores na faixa dos trinta. Isso significa mais qualidade e experiência? Ou significa mais debilidade física e decadência? Com a palavra, os amigos...
Momento crucial na vida de Roberval. E Roberval concentra-se. Na marca da cal, a bola o espera. E Roberval mira-lhe a forma arredondada em tom solene de desejo. O silêncio nas arquibancadas é, paradoxalmente, ensurdecedor: a aflição do grito contido, prestes a explodir, é responsável pela contradição.
Mas Roberval continua lá, impassível e indiferente a toda e qualquer periferia que o circunda neste instante. É decisão. É o título em jogo. É o jogo da vida do Roberval, do time do Roberval, da mãe do Roberval e de todos os ancestrais do Roberval.
É notória a capacidade de concentração do Roberval, craque do Morrendo de Fraqueza, time fundado por seu pai por volta de mil novecentos e "catifundas", lá nos confins do Fim do Mundo, bairro notório da Cidade dos Excluídos, capital do País dos Banguelas. E bola fora significaria um fim todo particular de mundo para o Roberval.
Roberval sabe que tem um compromisso inadiável nesse dia. Mas não lembra o quê... Tudo há de ser menos importante no momento. É pênalti. É sagrado. E fim de papo! Entre as traves, o goleiro adversário agora é mero entrave. Mera testemunha privilegiada desse momento histórico na vida do Roberval e da comunidade de Fim do Mundo. "Ah, glória, nada vai nos separar", pensa Roberval.
Com a marca registrada da confiança brilhando na testa, Roberval prepara o ato lascivo, obsceno e quase pornográfico do chute que lhe dará a consagração definitiva que o elevará aos céus, libertando-lhe o gozo - líquido e certo - do grito próprio dos vencedores. Roberval finalmente avança para a bola. Um, dois, três passos... pé esquerdo no solo, pé direito na bola e...
...no exato momento do chute, a lembrança do tal compromisso inadiável irrompe o cérebro do Roberval como um tiro certeiro disparado contra as têmporas. De repente, tudo trava. A cabeça voa, a respiração descompassa, os olhos embaçam. Um aperto no coração e no cu...
De fato, era dia de jogo, mas também aniversário da Dulce. Dulce era uma mulher de talento, irresistivelmente charmosa e indiscutivelmente bonita, com reconhecida retidão de caráter e dona de valores mais sólidos que concreto, mas Roberval era o talento do time, tinha uma perna direita dos infernos e uma frieza polar nas decisões, além de um time que dependia doentiamente dele.
Roberval era a personificação da alma do Morrendo de Fraqueza FC. Nada poderia ser mais importante que isso. A não ser o aniversário da Dulce, dona do coração do dono do time. Apesar do nome da amada sugerir doçura, ela não haveria de perdoar-lhe o esquecimento.
Roberval bateu o pênalti e errou. Jogou a bola escandalosamente por cima do gol adversário. Perdeu o pênalti e o amor de Dulce. Tudo ao mesmo tempo, no mesmo dia. Roberval caiu em desgraça. Foi o fim do mundo. Foi o fim do Fim do Mundo. O fim de um relacionamento delicioso que Roberval manteve com a deliciosa Dulce.
E hoje o que mais dói em Roberval é saber que Dulce provavelmente estará ainda melhor agora, depois dos trinta...
O Inter está repleto de jogadores na faixa dos trinta. Isso significa mais qualidade e experiência? Ou significa mais debilidade física e decadência? Com a palavra, os amigos...
15 Comentários:
O Milan foi CAMPEÃO MUNDIAL FIFA com os vovôs Maldini, Cafu, Inzagui, Emerson e Ambrosini.
Acho que esta respondida a tua questão.
Abraço.
Quais amigos, Severo? Os teus ou os do vestiário...ahauhauahuahauhua
Sempre é bom ter experiência no time, desde que mescle com juventude (não o clube, claro...ahauhua). Média de idade até 25 anos tá beleza.
Querer é poder!!!...basta saber quais realmente querem alguma coisa e ainda podem render técnico e fisicamente para isso...vamos dar um restart e ver o que acontece nesses primeiros jogos.
Galera do Bv de Porto Alegre...vamos ver o jogo no SESC da protasio alves...caronas . confirmações e detalhes no
bvfutebolclube.blogspot.com
eu acho q a pessoa melhora depois dos trinta... hehe
E a pergunta que não quer calar...
ONDE ESTÁ O NOLCI???
(Não vale responder que tá em Dubai...tem de ser mais especifico)
será que sequestraram nosso reporter?
Gonça sera que nao tem internet em dubai Hahaha :/
Belo texto Severo, eu concordo com o Dadinho, o MIlan cheio dos trintões é "só" campeão do mundo - fifa.
Por aqui temos a cultura que depois dos 30 jogador não serve, eu discordo.
Acho que o pessoal que pensa assim é muito "SEVERO" auhauhauhauahuaha
Essa foi tão podre que me despeço por hoje!!!!!
Bah Louis acho que a grafia dos teclados deve ser em Arabe ae lascô...muito pouco tempo pra aprender hehehe
estranho, nessa pagina de futebol, nem um torcedor do Stuttgart fala no jogo. Um chega a falar...proximo amistoso:
Friendly Matches VFB Stuttgart:
19.January 2008 SSV Reutlingen vs VFB Stuttgart
23.January 2008 FSV Mainz vs VFB Stuttgart
sera que é time A do stuttgart que ta indo?
o link
http://www.bigsoccer.com/forum/showthread.php?t=613909&page=17
Este comentário da Diana foi prá mim, tenho melhorado há quase 25 anos, huauauauaaa
Grande Texto Rafa !
Essa estória do Milan é pra boi dormir. Um time que tem Kaka e Pirlo...
E o ponto relevante: muitos velhinhos do Milan aceitam o banco de reservas como lugar cativo.
Eu acho time do Inter velho e preguiçoso. Soma-se a isso alguns jovens, como o Alex, que não correm, não marcam, fazem nada basicamente.
O Inter é muito bem servido em algumas posições, mas pode estragar a temporada de 2008 em razão de algumas carências importantes.
Aos 31, eu jogo melhor que o Clemer. Aos 25 eu jogava muito, muito mais, que o Clemer.
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