terça-feira, agosto 12, 2008

35 O X da questão

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Talvez eu não entenda nada de futebol. E talvez o que vou escrever hoje não passe de um monte de besteiras para a grande maioria, senão todos.

O que segue são apenas conjecturas. Idéias de futebol de alguém que, como a maioria dos frequentadores do BV, não vive o dia-a-dia e não lida com a árdua tarefa de treinar um time de futebol. Alguém que não precisa lidar com o aspecto tático, técnico, físico e motivacional dos atletas e da comissão técnica.

O primeiro alicerce de uma boa equipe é a qualidade. Jogadores com boa aptidão técnica e física. Creio que neste quesito, vamos bem. O grupo tem carências, mas se comparado a média do futebol brasileiro, nos credenciamos a postular a um dos melhores plantéis.

No entanto, aqui cabe o primeiro porém. Além de qualidade, é preciso diversidade. Não adianta sobreposição de jogadores com as mesmas características. Ai é preciso ter competência para identificar essas deficiências, como por exemplo as laterais.

O segundo alicerce é a preparação física e o trabalho médico. Este ano, estes fatores deixaram a desejar. Seja devido a um inédito surto de hepatite, seja devido as inúmeras lesões, tudo isto somado a atletas que se juntam ao grupo durante o ano, a verdade é que temos um grupo extremamente heterogêneo e descompassado em termos físicos.

Quem bate uma bolinha de vez em quando sabe que quando o físico não anda bem, o técnico fica bastante comprometido. Quem lhes fala isso é um amador, que joga futebol 2x por semana, e que quando para 15 dias já sente uma virtuosa "queda de produção"(haha). Eleve isso ao âmbito profissional. Deve fazer uma bela diferença, não é?

O último, e talvez mais importante alicerce, e justamente aonde quero chegar, é o entrosamento e a repetição. A chamada parte tática. Definição de uma estrutura de jogo. De papéis, de substitutos, de MECÂNICA DE JOGO. Postura, independente do resultado, do adversário ou do local do jogo.

Hoje o Inter padece de triangulações, de jogadas pelos flancos, de articulação. Estamos em agosto. Jogadores desempenhando papéis errados. Formatação tática e indefinida. Um caos coletivo. E aí, caro colorado, não tem jogador que renda o esperado.

O que se vê, para desespero do torcedor, são pornochanchadas explícitas do ponto de vista tático.

É Edinho armando jogo (e sendo crucificado por isso), Guinazu correndo de campo a campo para tentar ajudar o ataque, e mesmo assim tendo que fazer a cobertura do Marcão (que deveria ser feita por um zagueiro), Nilmar recebendo só bolas mastigadas, e sem parceria (qual time teve seus últimos 7 gols marcados pelo mesmo jogador?), time que joga com 4 volantes e mesmo assim seu sistema defensivo vaza a toda hora (vide jogo Cruzeiro) isso entre outras "peripécias".

Hoje o Inter joga um futebol de muita correria, e pouca produtividade. Todos tentam desempenhar várias funções, mas raramente desempenham com eficácia a tarefa primordial a que são destinados.

A falta de consistência tática prejudica o desempenho de todos. Mais do que nomes, o INTER PRECISA DE PAPÉIS. E bem desempenhados. E não me importa se for fulano, beltrano ou ciclano. E que ninguém se engane. Não é mudando meio time por rodada e colocando jogador na fogueira que isso se resolve. Muito menos sem condição física. Tá mais do que na hora de deixarmos de ter um agrupamento de jogadores, e ter um time.

Afinal, se nome ganhasse jogo, ô joguinho sem graça que seria esse tal de futebol.

Bom, mas isso é só a opinião de um mero torcedor. Que provavelmente não entende nada de futebol.