quarta-feira, setembro 30, 2009

26 Apenas uma Reflexão

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Gostaria de compartilhar com vocês um texto que encontrei através do Orkut. Este texto data ainda do gauchão de 2006, antes de nossas maiores conquistas. Segue:


Presente da arquibancada


Quarta-feira à noite, na arquibancada atrás da goleira do Estádio Santa Rosa, um colorado que vestia uma camisa simples mas vermelha derramava-se em satisfação por assistir ao seu Inter contra o Novo Hamburgo.

Com o entusiasmo de quem não vê o time com freqüência, o torcedor que aparentava 40 anos de idade falava em voz alta à mulher e à filha em sua volta:

- Sou colorado de fé. Como é bom ver o time de perto. Não tenho dinheiro nem para comprar uma camiseta. Mas sempre que posso dou um jeito e assisto aos jogos do Inter.

Impressionado com o arrebatamento do torcedor, o analista de sistema S. Cardoso, 29 anos, perguntou-lhe:

- Você não tem dinheiro para comprar camiseta?

- Não, não tenho condições de comprar... sou trabalhador, sou vigilante, meu. Ganho R$ 350 por mês, mas não podia deixar de vir aqui.

- Não tem mesmo nenhuma camiseta?

- Pô, mal consegui juntar R$ 16 e vir a Novo Hamburgo, sou da redondeza...

- Cardoso então tirou a camiseta oficial que vestia e a ofereceu ao torcedor anônimo.

- Toma, é tua.

Atônito, o vigilante recusou o presente:

- Não, não posso aceitar! Esta camiseta é sagrada!

- Mas eu estou te dando, é de presente, pra você poder torcer com a camiseta!

- Não vou poder pagar, meu amigo, é melhor, não.

Com a insistência do analista, o vigilante aceitou a camiseta de malha e a vestiu ali mesmo. Aprumado com o presente, o vigilante desandou a chorar. Beijava a camiseta e dizia para a mulher e a filha, entre lágrimas:

- Uma camiseta do Inter! Agora eu tenho uma camiseta do meu time!

E saiu pulando pela arquibancada, mostrando o regalo. Cardoso assistiu ao restante do jogo sem camisa. Mais tarde, o vigilante reapareceu à sua procura:

- Olhaí, meu amigo, só consegui R$ 6 para te pagar a camiseta.
Fonte: ZH 04/03/2006




Confesso que me emociono cada vez que leio ou vejo tamanho gesto de paixão incondicional a um time.

Paixão que faz sacrifícios financeiros pela satisfação de acompanhar, vibrar e se emocionar com o seu time.

Ah se invés de um balcão de negócios o FUTEBOL colorado fosse tratado mais com um pouco dessa paixão.