sábado, setembro 12, 2009

3 Não somos bárbaros

Dia 5 Setembro ocorreram jogos pelas Eliminatórias para Copa da África em vários locais do mundo. A exibição dos gols ocorridos na América do Sul e em alguns jogos na Europa são suficientes para demonstrar a diferença entre os "modelos" de estádio de futebol nesses continentes. E o Brasil? Em que nível estamos em relação ao mundo e, conseqüentemente, em relação ao desenvolvimento econômico do futebol?
Durante a Guerra Fria o mundo era dividido entre primeiro, segundo e terceiro mundo, sendo o primeiro os países do bloco capitalista, norte-americano; o 2º os países do bloco socialista, soviético e 3º mundo os países da chamada "periferia". Após a Guerra Fria, os estudiosos de política internacional do ex-1º mundo, passaram a auto-denominar-se de "países civilizados", termo que não ficava muito educado para designar os países do terceiro mundo, que não sendo "civilizado" seriam o que? Os bárbaros?
Atualmente, a terminologia mais adotada é a de "países desenvolvidos", "em vias de desenvolvimento" e "países sub-desenvolvidos". Os primeiros tem sua força política representada no famoso G-8, já os segundos no G-20 que tem como um de seus líderes o Brasil, aquele paisinho jovem, que à muito custo conquistou independência política e só nas últimas décadas vem adquirindo alguma independência econômica. Alguma.
O futebol não é um mundo totalmente isolado da conjutura política e social do mundo. Por isso, talvez seja uma caricatura muito interessante dessa "divisão do mundo", entre "bárbaros" e "civilizados". E nesse contexto que peço um pouco de atenção para as imagens abaixo. Dois lances de gols, dois lances de jogos disputados com o mesmo objetivo: vaga na Copa do Mundo e no mesmo dia, entretanto, um é caricatura de civilização; o outro, de barbarismo.
No jogo Chile x Venezuela no Estádio David Arellano, no Chile, o torcedor assiste o jogo através de grades e a segurança é feita por policiais comuns e está ali para reprimi-lo. Esse estádio, do Colo-Colo, entretanto, é tem cadeiras em todos seus lugares.
No jogo entre França e Romênia no Estádio da França, o torcedor assiste o jogo com conforto e a segurança, HUMANA, treinada e eficiente, está ali para servi-lo.
Assim como é certo que o desrespeito às leis faz parte da cultura brasileira e latino-americana, também é certo que nem sempre a Europa foi modelo de "desenvolvimento", tão pouco de civilidade. Antes de reprimir, deve-se informar, orientar, dizer o que pode e o que não pode. Quando a regra for descumprida, que se puna aquele que a descumprir, pessoalmente(!). É simples.
Transformar um jogo de futebol em um espetáculo esportivo é o maior legado que a Copa do Mundo tem a oferecer ao Brasil, mas é preciso romper com os velhos paradigmas do passado que não nos interessam mais. O primeiro e fundamental passo é acabar com as generalizações preconceituosas contra o "torcedor", como um ser anencéfalo, raivoso, animalesco e incontrolável.
O Brasil não é um país totalmente "subdesenvolvido", nem um país totalmente "bárbaro". Somos um país "em vias de desenvolvimento" e isso também se reflete nos estádios. Temos alguns com pequenos fossos, temos o Atlético-PR que está eliminando o fosso que eles construíram na já moderna Arena, mas temos também vários estádios com grades, alguns deles com arame-farpado. Um deles, em especial, com arame-farpado circular, aqueles de presídio.

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No Blog Beira-Rio, escrevi uma análise sobre a reconstrução do Estádio Renato Santos (ou "de Pituaçu"), no qual a Seleção Brasileira jogou contra o Chile na última quarta.
"Quando a torcida levanta, a tribuna de imprensa tem que levantar junto..." (Ernani Campelo da Rádio Guaíba).


3 Comentários:

Klaus disse...

PAra quem não acredita em ajuda aos paulistas:

"...Aos 38 minutos, aconteceu o lance mais polêmico do primeiro tempo. Marquinhos cobrou falta pela esquerda para o meio da área, Emerson, em posição legal, cabeceou, Rogério defendeu parcialmente e Augusto completou para o gol, mas o bandeira parou o lance para marcar impedimento do zagueiro avaiano no primeiro lance."

O jogo estava 0 X 0.

Interessante que os erros são sempre para o mesmo lado: São Paulo, CUrinthians e Palmeiras.

Klaus disse...

E outra:

"...O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) converteu em caridade a pena dada ao palmeirense, que já havia sido empurrada para o campeonato paulista de 2010."


E A IMPRENSA, NÃO FALA NADA?

CADÊ A RBS E O CORREIO?

Digo e repito: A IMPRENSA É TÃO CULPADA QUANTO A CBF!

cjr-sp disse...

Sobre o Projeto Gigante...

Tem algumas falhas que deveriam ser mudadas...

Todo mundo sabe que no RS chove sem parar...

Deus fez assim...vou botar ali as mulheres mais bonitas do mundo, mas em compensaçao vou botar um clima para acabar com qq um...hehehhehee

Enfim, nao vi nada previsto no projeto no sentido que quando o cara sai do estacionamento ate chegar na entrada vai ter algum tipo de cobertura. Pelo contrario, nao vai. Por isso o projeto já nasce errado. A cobertura pouco irá servir, pois nao vai adiantar muito com chuvas fortes e os traslados in/out dos estacionamentos serao todos na chuva...ou seja o problema dos acessos persistirão com aglomeraçoes, empurra empurra, corridas para nao se molhar tanto e mulheres escorregando e todo mundo aglomerado perto dos carros esperando a chuva melhorar para correr para os acessos do estadio.

Ou seja, mal, muito mal, a coisa.

Espero que consigam resolver isso...

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