quarta-feira, setembro 09, 2009

69 Contra tudo e contra todos

69
Detesto chororô.

Detesto àqueles que buscam em terceiros desculpas para seus infortúnios, mas detesto ainda mais quem desdenha de quem foi prejudicado.

Infelizmente, no “puritano” mundo do futebol, capitaneado por interesses escusos, a politicagem ainda reina soberana. E está na hora de virar esse jogo: “quem não chora não mama!”

Não queria vir aqui lembrar que em 2004, na última rodada, perdemos vaga na libertadores para o São Caetano porque nossos dois principais jogadores da época – Nilmar e Daniel Carvalho – foram servir a seleção sub-20.

Nem tampouco lembrar que em situação semelhante, Diego e Robinho foram dispensados para ajudar o Santos a conquistar o título nacional.

Não se pode esquecer do fatídico ano de 2005, onde Sveiter, Márcio Resende de Freitas e a corja que dirige o futebol brasileiro roubaram nossa preciosa e almejada estrela em uma intervenção sem precedentes no futebol tupiniquim.

A banca paga e recebe. E até achei que apesar do conveniente e visível interesse na conquista Corinthians, que os repetidos e constantes erros na Copa do Brasil em favor do clube paulista foram fortuitos, mera coincidência.

No entanto, as coincidências começam a acumular: punições exacerbadas a jogadores chaves colorados e brandas a jogadores dos “outros times” (vide Diego Souza e Dentinho), convocações e dispensas sem critério para seleções de base, alteração de calendário e, é claro, erros recorrentes e clamorosos que sempre, coincidentemente, beneficiam “este” ou “aquele” mesmo clube, que é claro, por ventura, é do eixo.

Mera casualidade!?!?

Com tantas coincidências, em mim fica um inquietante sensação de estar sendo usurpado, retirado um direito básico de tratamento em pé de igualdade com os demais clubes.

A não dispensa de Giuliano e Sandro para mim é a gota d´água.

É hora da direção colorada reagir e lutar incansavelmente em favor da preservação de nossos direitos e interesses dentro do futebol brasileiro, que a cada ano apresenta maiores e aparentemente irreversíveis sinais de decadência, tanto politica quanto moral das instituições encarregadas de dirigi-lo.

Se a direção colorada não fizer algo relevante agora, corre de o risco de ver a situação se repetir futuramente e sermos deixados pra trás na poeira dos gananciosos.
Os dirigentes da entidade máxima do futebol brasileiro escondem-se atrás das cortinas escuras de seus interesses políticos, escusos e tendenciosos. Interesses que estão sempre objetivando acumular cada vez mais influência, respaldados pelo poder e dinheiro.

Há sim a possibilidade de não haver mais nenhuma garantia de que seremos respeitados e tratados com igualdade no cenário do futebol brasileiro. A hora da verdade se aproxima.

A hora em que só unindo forças, protestando e não aceitando passivamente decisões arbitrárias é que seremos capazes de fazer frente ao poder que se organiza no centro do pais e procura entre seus princípios travestidos de metas económico-sociais, a hegemonia politica e financeira do futebol brasileiro.

Tudo o que queremos, e quando falo, creio que falo pelo torcedor colorado é que haja transparência em todos os âmbitos, em todas as esferas política, jurídica e organizacional do futebol brasileiro.

Nós, torcedores colorados, queremos que saibam que não assistiremos calados e de braços cruzados as decisões tomadas longe da luz da verdade e da honestidade.

Não há lugar a luz da consciência pra existência de máfias, sejam elas quais forem.

Tudo o que queremos é que a razão, a verdade e o que é de direito adquirido sejam respeitados e que nossos valores sejam sempre levados em consideração devido ao alcance de nossas grandezas conquistadas ao longo desses mais de cem anos de existência

Nossa esperança e confiança como torcedores é que não haja só justiça, mas equilíbrio com autoridade, aliado a responsabilidade na provisão de mecanismos que compensem a falta de perfeição de um sistema que sempre foi utilizado pra favorecer uma suposta elite do futebol brasileiro.

Nós torcedores, eternos apaixonados, nos recusaremos terminantemente a aceitar um papel secundário no cenário futebolístico brasileiro e mundial.

E agora a hora é a vez de vocês, dirigentes colorados, de tomarem as primeiras fileiras do movimento e corroborar a nossa vontade, fazendo dela, única e poderosa bandeira de luta em busca dos nossos objetivos comuns.

Enquanto isso, nós, torcedores comuns, estaremos empenhando todo nosso coração e nossa alma em um apoio irrestrito, na retomada de nosso lugar de direito, o topo do futebol nacional.

Contra tudo e contra todos.