terça-feira, setembro 28, 2010

22 De Volta

22
Nada como retornar ao Beira-Rio com um jogaço, grande público e um baita resultado! Mais que os 3 x 2, bater o Corinthians com gol do Tinga e vitória aos 48 do segundo tempo, com bola desviada na barreira e na trave é pra castigar devidamente o torcedor corinthiano (além de outros menos cotados).

Se não pude ver as vitórias contra o São Paulo e o Vasco, pude dar uma espiada na Inter de Milão na Itália, além de conversar com alguns torcedores italianos. E, para minha surpresa, encontrei com certa facilidade quem conhecesse o nosso Inter e soubesse da disputa da Copa do Mundo de Clubes.

Para começo de conversa, assisti a vários chamadas de TV da MediaSet Premium, uma espécie de PFC italiana, fazendo propaganda do pacote de TV por assinatura para assistir ao Campeonato Italiano, à Champions League e à FIFA Club World Cup. As imagens da peça publicitária, quando se referia ao mundial, eram apenas da Inter de Milão.

Mas conversando com italianos, encontrei num trem, de Roma para Milão, pai e filho torcedores do Milan. O pai devia ter na faixa de 40 anos e o filho aparentava uns 15. Ambos conhecem o Inter e sabiam que somos os atuais campeões da América do Sul. O guri achava que quem disputaria a “Intercontinentale” (assim eles continuam se referindo ao Mundial), era o Atlético de Madrid, que bateu a Inter na Supercopa da Europa, a Recopa deles. O pai dele sabia que o título era entre o campeão da Champions e os demais campeões continentais.

Os dois são fãs incondicionais do Pato, que segundo acreditam, será o maior atacante de todos os tempos, pois ainda é muito jovem e tem muito o que amadurecer. Inegavelmente, seu potencial é imenso e conhecido por todos nós. Admiram demais os jogadores brasileiros, pois o Milan, historicamente, os tem muitos em seus quadros.

Mas um verdadeiro torcedor interista eu conheci em Veneza. Um gondoleiro, para ser mais exato. Andrea é um fanático que estava ansioso pela estréia do seu time na Champions deste ano. Empataram em 2 x 2 com o Twente, fora de casa. Andrea conhece o nosso Inter e me disse que temos um grande craque: D’Alessandro. Disse não saber porque não obteve sucesso na Europa, talvez por problemas de adaptação.

Segundo Andrea, a Inter de Milão é imbatível quando seus jogadores estão todos focados. Ele é fã dos brasileiros Júlio César, Lúcio (que ele não sabia que tinha começado carreira no colorado) e Maicon. Mas o melhor jogador de todos ele considera ser Diego Milito, homem-gol nas finais da Copa da Itália e da Champions League. Claro que pra eles, a Champions vale mais, mas ele dá valor ao mundial e reclamou que não havia informações sobre como conseguir ingressos para os jogos em Abu Dhabi.

Essa figuraça tirava onda de um amigo torcedor da Juventus. Mostrava pra ele a minha camisa do Inter e dizia que os dois estariam no Mundial, que a Juventus nem sonha em chegar. Me disse que os torcedores da Juventus são “tutti ladri”. Então eu lhe disse que a Juventus brasileira se chama Corinthians.

Mas afora os contatos com torcedores que encontrei pelas ruas, pude notar a imprensa italiana preocupada com a queda defensiva do time de Rafa Benítez em relação à equipe de Mourinho. A Inter vem sofrendo gols em praticamente todos os jogos e quem tem salvo o time, na frente, tem sido Eto’o. Esse sim, tá jogando muito! De qualquer modo, reforcei a impressão que eu já tinha: a Inter é poderosíssima, mas não imbatível.

Enfim, de volta, posso afirmar que viajar é um dos melhores investimentos que conheço, mas não há nada com voltar pra casa. Ainda mais com casa cheia e com gol no último minuto!