Escrito por Diana Oliveira
Tanto já discorri sobre o valor do tempo, mas ainda não havia considerado o que ocorre praticamente ao mesmo tempo. Magrão fez uma pintura de gol, pra quase simultaneamente o ex-Inter Souza também abrir o marcador no Maracanã. Isso sim é uma maravilha de coincidência do Sr. Tempo. Domingo mais vermelho impossível, do alvi ao negro. Cheguei a recordar de uma música do Trio Esperança, composta pro Flamengo, justinha para os clubes do povo: é gol, que felicidade, é gol, meu time é alegria da cidade...
Foi pra enterrar a toca e desenganar de vez a fama de pé frio do ENFRA. Acho que a sorte está no acaso, nunca havia encontrado tantos bloguistas BVs na mesma partida, quase sem querer. Chegando ao Beira Rio fui dar uma espiada no Gato do Alemão e encontrei o Gonçalves que se dirigia ao encontro do Fábio e do Alemão, não o dono do Gato e sim o assador que no sábado comprou um delicioso churrasco pronto no mercado Zaffari pequeno burguês. Tava ótimo! Na correria me despedi do Gonçalves e fui pra superior, onde encontrei o Darlan, depois o Caio e por fim o Rodrigol. Foram tantos encontros que não posso deixar de saudar meu querido amigo Dadinho, que acampou em frente ao Palácio Piratini no fim de semana, fardado de colorado que é, protestando contra a ação da governadora de não admitir os aprovados no concurso da Brigada Militar. Abração Dadinho, és a legítima resistência. Próximo ao encerramento da partida, depois de entoados incontáveis “ão, ão, ão, segunda divisão”, eu e Darlan miramos o lado oposto da arquibancada, o que restou de polenta, então me vi obrigada a enviar uma mensagem pro celular do Denilson com o recado “que diferença do jogo de ida, hehe”.
É filial... Tudo tem ida e volta, até campeonato de pontos corridos...
O jogo. Quero me deter em quatro jogadores: Orozco, Marcão, Fernandão e Magrão. O primeiro é zagueiro que dribla, errou um gol feito é verdade, mas eu particularmente cobro isso de atacante, na função foi muito bem e acredito na dupla Colômbia/Uruguai, descanso pro Índio.
Marcão foi melhor que Jorge Luis, porque é mais inteligente. Sem a velocidade do Rubens Cardoso, soube se posicionar pro apoio no ataque e cobertura eficiente na defesa. Com ele o time ganha em altura, junto com Sorondo, Magrão e Fernandão o que pra nós vinha sendo fragilidade está se transformando em arma, bola aérea. Na lateral esquerda, até agora, foi quem mais soube tirar proveito do pulmão Guiñazu e quem mais colaborou com o Gil. É tão importante a boa atuação do Marcão que o Alex jogou próximo do Fernandão, como tem que ser e volta a idéia original de o Capitão permanecer no ataque, com um jogador de criação no meio, o que não imaginei pudesse ocorrer esse ano e folgo em saber que está se concretizando. Já havia comentado aqui de o Fernandão recuar, em função do meio campo predador, mas com a lateral esquerda protegida não é necessário. Foi efeito cascata, Marcão foi bem, Guiñazu ficou mais solto, Edinho cão de guarda e Alex, meia.
Falem do Capitão! Com todo respeito, mas há poucos dias o Wianey Carlet questionou o fato de o Fernandão ser porta voz do time, quando seu futebol vinha deixando a desejar. Ora, perdi o discernimento ou quem deve ser o primeiro a responder pelo time é o capitão, independente do seu bom o mau momento, a braçadeira legitima, não? Realmente, esteve aquém do esperado pra um jogador do seu nível, mas há uma justificativa plausível pra isso, meses sem jogar. O pior pro atacante alto é retomar a velocidade e ontem ficou evidente que Fernandão está entrando no ritmo, o próprio gol do Magrão nasceu de uma disputa em que ele correu atrás de uma bola quase perdida na linha de fundo. O gol de falta não vale exaltar, foi boa a cobrança, mas penso que se o goleiro não aceitou, a barreira deu tiro no pé. O cabeceio sim, no melhor bom e velho estilo terror, matador.
Pra finalizar, Magrão é o cara! Que golaço. Foi outro que sentiu o despreparo pelo período fora de competições, mas vem pedindo passagem. Começa a mandar no meio campo, chega junto na frente e marcou nas três últimas partidas. O gol de ontem considerei o mais bonito da rodada. Por hora é isso, a euforia termina hoje. Paraná é pedreira, outra toca histórica e desesperada. Mantendo o foco, esse é o lema.
Mas tá bem bom esse início de semana heinhô...