quarta-feira, outubro 03, 2007

30 DESABAFO

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Recebi esse email do Nolci Santos, amigo que conheci no Japão e que hoje é Presidente da Confraria Tambores de Yokohama.
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Escrito Por Nolci Santos


Estamos entrando no último trimestre de 2007. O que deveria ser o melhor ano da vida de todos os Colorados, acabou se tornando uma grande frustração. Ainda não é hora de criticarmos. Estamos em plena batalha. O temor de uma segunda divisão, lugar cativo da "Azenha", existe. Sabemos que tínhamos time para disputar as primeiras posições. Mas a realidade é outra.

A Confraria TAMBORES DE YOKOHAMA, que foi fundada por Colorados que foram ao Japão, foi fundada no meio de muita euforia, no iniciar do ano que parecia ser o mais importante de nossas vidas. Cantávamos sempre COLORADO, COLORADO, NADA VAI NOS SEPARAR, SOMOS TODOS SEGUIDORES, PARA SEMPRE VOU TE AMAR.

Mas a situação foi piorando. Perdemos o Gauchão de maneira até displicente, pois acreditávamos que o ganharíamos ao natural. Demos férias longas aos Campeões do Mundo. Atrasamos o recondicionamento do time. Colocamos o time "C" a jogar, com diversas promessas. Acabamos por "torrar" diversas delas. Deveríamos ter colocados os reservas Campeões do Mundo desde o início. Mas os mantivemos com os titulares, naquela hibernação veranil. Quando a situação se tornou muito complicada, trouxemos os titulares de maneira apressada. O resultado todos sabem.
E este ato de desespero, tentando evitar o fracasso no Gauchão, nos empurrou para o fundo do buraco na Libertadores 2007 também. É claro que sei que estávamos num grupo difícil. Mas éramos os Campeões Mundiais FIFA. E os adversários haveriam de tremer ao nos ver entrar em campo. Mas os inúmeros revéses no campeonato regional fizeram com que eles percebessem que o "bicho não era tão feio assim". E lá fomos nós. As vezes mal escalados, as vezes desentrosados, as vezes desmotivados, as vezes sem todos os titulares. O resultado também é conhecido por todos: FOMOS DESCLASSIFICADOS NA PRIMEIRA FASE. E o pior, aquele timinho da "Azenha", que possui só uma estrela, que para nossa desgraça foi moldada no Beira-Rio, o Mano Menezes, foi realizando milagres até chegar a Final. A gangorra estava de volta. Menos mal que o Boca fez justiça.

As expectativas voltaram-se todas para o Campeonato Nacional. Tínhamos uma novidade. Abel não era mais nosso treinador. Contratamos o Gallo, que até acredito um dia vir a ser um bom técnico, por ser jovem, inteligente, ter liderança, ter sido formado por grandes técnicos, entre eles o Luxemurgo, ter idéias inovadoras. Mas o Internacional, em plena reconstrução, não poderia ter servido de "balão de ensaio" para uma promessa de treinador. A crônica gaúcha, por sua vez, ácida, forte, por vezes prepotente, e com o agravante de possuir alguns ranços com a Direção Colorada, resolveu minar o clube demolindo o técnico. A força da mídia é indiscutível. Rapidamente, todos os gaúchos, Colorados e pijamistas, ridicularizavam o Gallo.

Nosso time beirava posições medíocres na tabela. Os treinadores sonhados ou eram caros ou haviam se recolocado recentemente, como era o caso do Geninho. Muitos, embalados pela mídia gaúcha que é muito bairrista, tentavam colocar algum treinador gaúcho no Inter. E não era hora para novos testes. E, acreditando que a Diretoria Colorada havia entendido isto também, veio a solução caseira. Sim, caseira porque o Abel Braga ainda morava em Porto Alegre. E reconduziram-no para o posto de liderança de nossos time. Os primeiros resultados positivos vieram. Abel, de fato, é um grande motivador. Consegue resultados mais rápidos que muitos técnicos. Mas, na minha opinião, falta-lhe consistência para um trabalho de longo prazo. Olho o time e não vejo uma jogada de aproximação, não vejo uma jogada ensaiada, não vejo um exímio batedor de faltas, não vejo uma estrutura de time. Por vezes, nem garra vejo. Muito pelo contrário. Vi nossa Diretoria contratar o Guiñazu, guerreiro, portenho, incansável marcador, jogador inteligente. E sabem o que o Abel disse para ele? Para diminuir a pegada pois seria expulso em todos os jogos no Brasil. E quando vejo o Renan pegar um pênalti e ninguém correr para abraçá-lo, quando vejo o Alex dar uma chegada num pijamista no Grenal e todos eles o cercarem e só uns 2 Colorados irem em defesa do Alex, ver o juiz roubar a favor do São Paulo e ninguém pressioná-lo, tenho a convicção de que tem algo errado no vestiário. Está faltando "gosto de sangue na boca". Ao invés de termos leões, temos "gentlemen".

Enfim, como Presidente da Confraria TAMBORES DE YOKOHAMA digo, estarei ao lado de meu time SEMPRE. Nas vitórias e nas derrotas. E toda a Confraria tem o mesmo espírito. Se atravessamos o mundo para buscar o maior título que um clube de futebol pode alcançar, NADA VAI NOS SEPARAR do time de nosso coração. Entretanto, isto não significa dizer que somos "ovelhinhas". Isto quer dizer qe somos guerreiros. Que sabemos que agora é hora de lutarmos. Lutarmos até o final desta batalha, até o final deste ano terrível. Depois vamos "lamber nossas feridas", depois vamos procurar as pessoas competentes, responsáveis pelo nosso time e nos posicionarmos. E é isto que desejo que todo Colorado faça. Que se unam a nós e torçam. Torçam até conseguirmos nos ver livres da divisão digna dos pijamistas e, se tudo der certo, conseguirmos uma vaga para a Sulamericana.

Tenho a convicção de que temos time para nos panejarmos melhor para 2008. Seremos campeões gaúcho, campeões da sulamericana, campeões da Copa do Brasil. Iremos para o ano do Centenário conquistar a Libertadores 2009 e, certamente, conquistarmos o BI MUNDIAL FIFA.
VAMOS VAMOS, MEU INTER.

Nolci Santos
Presidente da Confraria TAMBORES DE YOKOHAMA
www.tamboresdeyokohama.com.br