terça-feira, outubro 07, 2008

22 Déjà vu (um tópico otimista pra variar)

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[1] Déjà vu é quando nós vemos ou sentimos algo pela primeira vez e temos a sensação de já ter vivido ou experimentado aquela sensação anteriormente. O termo é uma expressão da língua francesa que significa, literalmente, “já visto”.

Diversas teorias errôneas, como inatenção, vidas passadas ou visões sobrenaturais, surgiram para explicar o fenômeno. Já a hipótese de que verdadeiramente já seu viveu aquela cena antes é inválida, uma vez que essas ocorrências nunca poderiam recriar a situação com exatidão devido à falta de sentimento associada a cada acontecimento na vida das pessoas.

Déjà vu também não é uma visão do futuro, uma vez que o fenômeno ocorre somente em momentos exatos, e jamais em situações anteriores.

Na verdade, a sensação é causada por um estado do cérebro, por fatores neuroquímicos. Os especialistas afirmam que o déjà vu é uma experiência baseada na memória e que os centros de memória do cérebro são os responsáveis pelo fenômeno.

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Confesso que nos últimos dois anos o Inter anda tão déjà vu que foi difícil encontrar um tema para o tópico de hoje. Tudo é tão cíclico. As vitórias que empolgam seguidas de derrotas contundentes. As mesmas falhas. Os mesmos frangos. As mesmas deficiências, os mesmos méritos. Difícil mesmo não chover no molhado.

Difícil não repetir o mesmo discurso que há de se dar crédito a direção, que o clube vem sendo muito bem administrado e que as perspectivas são ótimas.

Impossível não cair na mesmice do conformismo que encara a Libertadores como algo distante e que ao mesmo tempo, na primeira vitória do time faz com que tudo se torne novamente tão próximo, e depois, na primeira derrota, tão distante.

“Mais do mesmo” seria ainda seria trazer a tona que o clube precisa laterais, goleiro e sobretudo, entrosamento e continuidade da equipe.

No entanto, vale a pena ponderar uma pequena questão. A continuidade. Alguém se lembra daquela história, um ciclo na verdade, onde erro a erro, aprendizado a aprendizado, vitória a vitória, em 5 anos uma equipe do sul do país saiu de quase rebaixada a campeã mundial? Pois bem. Continuidade. Palavrinha mágica esta.

Muitos vão argumentar que já são 7 anos de continuidade. Que o clube precisa de oxigenação, novas ideias, novos diretores. Não os recrimino. Eu pessoalmente tenho uma visão diferente. Uma visão por ciclos.

E para mim, claramente estamos começando um novo ciclo, que na análise fria de todo o contexto tem excelente perspectivas. O clube é visivelmente bem administrado, o plantel, apesar das deficiências, qualificado, e o quadro social, entre os maiores do mundo.

Obviamente a direção não soube avaliar bem as circunstâncias, e este novo ciclo está começando de maneira tardia e sem a velocidade desejada. Prova esta é que temos um goleiro em visível declínio técnico, talvez o último elo de um ciclo que, apesar de ser o mais vitorioso do clube, enfim acabou.

Críticas pontuais ao trabalho da direção cabem, e não são poucas. A reforma do Beira-Rio. A falta de planejamento no futebol. O ocaso administrativo do futebol que fez-se refém de técnicos e ideias de futebol não condizentes com a grandeza do clube. Verdade seja dita: há muito por melhorar.

Vencer e conquistar títulos todo ano não são uma constante em time nenhum do mundo. Só pra ficar em um exemplo, não existe tricampeão brasileiro na história. No entanto, estrutura e boa administração sempre geram resultados, seja a curto ou a longo prazo. Esqueçam os resultados por um momento, e pensem em todo o trabalho que está sendo realizado. Nunca vi futebol ser feito da noite pro dia. E é nesta continuidade que acredito.

Motivos administrativos e econômicos para crer em dias melhores existem. Lideranças também, principalmente Fernando King Carvalho. Reeleição. Dois novos anos, 4 anos no total, um ciclo completo. Para que de erro em erro, aprendizado a aprendizado, vitória a vitória, o próximo déjà vu seja a conquista da libertadores e do mundial.