segunda-feira, março 16, 2009

92 Bunda e opinião

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A minha, creio eu, nunca foi dos padrões “preferência nacional”, já a da Sara, minha amiga, é a bunda mais bunda que eu já vi. É o forévis que todo cidadão sonha ter em casa, sempre pensei. Há poucos dias conversávamos e comentei que já levei mão na bunda de alguns desaforados por aí. Dá uma raiva, porque o abusado chega sorrateiro, só dá tempo de sentir aquela mãozinha e pronto, o cretino já saiu vencedor. E pior, tem alguns que saem rindo, com cara de tarado e pinta de campeão. Que ódio. Certa vez eu andava pelo Bom Fim e não é que o petulante me tascou a mão na bunda, montado numa bicicleta. Fiquei tão braba, saí correndo atrás do infeliz, que, lógico, escapou faceiro, me deixando naquela cena ridícula e furiosa.

Pois acreditem, a Sara, com tudo aquilo de traseiro, nunca levou mão na bunda sem sua devida permissão. Quase não posso acreditar. Até já preparei um discurso, caso me ocorra novo infortúnio, gritarei: porque não passa a mão na Sara! Talvez eu seja descrente dos atributos de minhas nádegas. Talvez eu supervalorize as de minha amiga, embora já tenha me deparado com versos eufóricos sobre o desejo por suas curvas, tem neguinho que morreria por aquele bumbum. Ou, quem sabe, é tão perfeita a bunda de minha amiga que os caras ficam até com medo, atingiu status de entidade, sei lá, uma santa bunda.

O fato é que bunda e opinião, cada qual sofre com a sua.
Pois bem, respeito a bunda da Sara e a opinião do Louis, até porque, com permissão de sua esposa para um comentário irreverente, nunca vi o popô do Gringo. Mas, desculpa aí my boss, sou tão fissurada no futebol do Nilmar quanto os rapazes por bunda. Garotinho joga bonito e muito. Reconheço que sua produção ofensiva no quesito gol está devendo, mas ele gasta a bola no ataque, busca jogo e é o cara mais perseguido pela zaga. Ele é o próprio inferno do zagueiro.

Engraçado que ontem saí do Beira Rio justamente pensando nisso, como joga esse Nilmar. Não que tenha sido “aquele” jogo, foi mais uma tarde/noite em que quase todos os ataques colorados tiveram participação dele. Normal. Mas o magrelo toca naquela bola com beleza única. Talvez os caros leitores contestem minha posição com argumento de querer gol, antes do belo jogo. Aí voltamos pro início, bunda e opinião... Pois eu gosto muito de ver futebol bonito, embora nem sempre tenha na beleza meu objetivo. Deixei no Edinho todos meus “fins que justificam os meios”. Era amor de mãe, que tudo perdoa. Já com Nilmar sou mãe de miss, ninguém joga mais bonito. Sendo assim, quero Golden Boy em campo, com seu pé de pano (ninguém é perfeito) marcando os gols que lhe faltam pra ganhar – só então - merecida notoriedade.