quarta-feira, março 18, 2009

46 Seu João e as fontes de receitas

Peço desculpas em avançado, mas hoje o post vai se estender um pouco mais do que o habitual.

“Seu João” é um homem vivido, austero senhor de rosto sofrido marcado por mais de meia década de existência. As mãos calejadas e o aspecto cansado revelam uma vida árdua e de muita privação, mas também de uma existência digna, honrosa e de trabalho honesto e dedicado.

Seu João tem uma família que ama e dois filhos dos quais se orgulha imenso. Não vê nenhum demérito em seu trabalho como frentista, que apesar de nada glamouroso coloca comida na mesa e garante educação, saúde, moradia e todas as necessidades básicas de um ser humano e seus dependentes.

Prestativo, atencioso e de papo fácil, Seu João se transforma quando fala do seu amado colorado.

É tomado de uma emoção comovente quando fala dos títulos brasileiros da década de 70, do gol de Figueroa que ouviu pelo radinho de pilha ao lado de seu falecido pai, das sofridas décadas de 80 e 90.

Não seria exagero dizer que depois dos seus filhos e de sua família o Colorado é uma das grandes alegrias e orgulhos na vida de Seu João.

Torcedor fanático, recorda com êxtase dos títulos recentes e prevê que muitos ainda virão.

Não fui capaz de conter as gargalhadas quando ele me contou que na casa dele até o cachorro é colorado. Em uma casa de pai tão colorado assim, os filhos não poderiam seguir caminho diferente.

Seu João já foi inúmeras vezes ao glorioso Beira-Rio, tantas quantas foram possíveis com um orçamento reduzido, menos ainda com a responsabilidade de sustentar uma família.

Hoje, em tempos de crise, poucos são os luxos que Seu João lhe permite, e por mais custoso que lhe seja, não tem condições financeiras de comprometer seu orçamento se associando ao Colorado.

Obviamente quando há um ou outro jogo mais importante e também há disponibilidade financeira e de ingresso, mesmo que ao custo de se privar de outras necessidades, Seu João veste sua camisa 10 e engrossa o canto em uníssono da apaixonada torcida colorada no concreto do Gigante.

Coisa linda de se ver. Paixão sincera, difícil de explicar com palavras. Realmente tocante. Não estou aqui falando de algo fictício e sim de personagens e sentimentos reais.

E é exatamente para o mercado que tem como público-alvo o “Seu João” e assemelhados que vejo uma grande oportunidade de contentar e fidelizar o torcedor, em contrapartida aumentando as receitas do clube.

Você, leitor do BV, em sã consciência, por mais amor que Seu João tem ao colorado, acha que o mesmo é capaz de investir 1/3 de salário mínimo em uma camisa de jogo oficial de seu time de coração? Obviamente não. O mesmo vale para comprar uma camiseta para seus filhos ou investir em um modelo mais recente.

Aliás, ao preço de R$ 180,00 apenas uma pequena parcela da população mais abastada e afortunada têm condição de tal investimento. Se multiplicarmos que existem lançamentos anuais, especiais e comemorativos, manter-se atualizado acaba-se por somar um considerável investimento.

Por si só o preço realmente é bem significativo em comparação com o salário mínimo brasileiro, ainda mais tendo em vista que as camisetas de jogo de qualquer clube europeu podem ser compradas por 60€ na Europa, e obviamente o salário mínimo europeu é bem superior ao salário terceiro-mundista.

Esse preço não é uma realidade apenas colorada, pois praticamente qualquer camiseta de clube grande, independente do fornecedor acaba por sair na faixa entre R$ 150,00 e R$ 200,00.

O que acontece com o torcedor que deseja comprar uma camiseta de seu amado clube mas não tem condições financeiras? Simples! Camiseta falsificada, comprada em qualquer camelô de esquina com qualidade lastimável mas preço cerca de 6x menor (em média de R$ 30,00).

Assim perdem os clubes, perdem os fornecedores de material esportivo, perde o torcedor, este incapaz de contribuir com seu clube e de adquirir um produto licenciado e de qualidade superior.

Confesso que não tenho conhecimento para afirmar categoricamente que não existe viabilidade logística e produtiva para os clubes, associados a seus fornecedores de material esportivo disponibilizar linhas alternativas de camisetas de jogo oficiais.

Por linha alternativa de camiseta de jogo oficial entende-se um material licenciado, com padrão de qualidade Reebok (ou de outro fornecedor), estética similar a linha oficial, mas que devido a utilização de materiais alternativos (por exemplo tecidos de menor qualidade, sem tecnologia PlayDry, com menos detalhes e pormenores) resultem em um preço infinitamente inferior. Algo em torno de R$ 50,00.

No entanto, posso afirmar categoricamente que existe viabilidade comercial, e que tal produto ia vender que nem água.

O torcedor acaba por ter uma opção a mais de adquirir um produto de qualidade e contribuir com seu clube e seus parceiros ao invés de estimular o mercado ilegal e alternativo.

E garanto também que tal produto não ia atingir apenas as camadas menos favorecidas. Exemplo clássico? Você quer presentear um amigo, R$ 50 é um investimento bem mais viável que R$ 180, não é?

Há realmente um mercado bem promissor que está sendo abocanhado por camelôs, falsificadores, vigaristas. Porque não ingressarmos nessa fonte de receita e fidelizarmos o torcedor colorado? Todos tendem apenas a ganhar. Menos os falsificadores, é claro.

46 Comentários:

diana oliveira disse...

davi,
já tocamos (mov. internet/bv) nesse assunto com representante da reebock, te confesso q percebi pouco interesse, me decepcionei. o cara repetiu sistemanticamente: nós somos números.

creio eu q esse estudo já foi feito - do retorno em oferecer este tipo de produto. e acho q a situação atual é mais favorável à reebock.

tem até uma hipótese q provavelmente foi considerada pela empresa. hoje, comprar uma camisa oficial é super caro, mas o torcedor guarda grana, vende a mãe, faz qquer coisa, mas compra (pq é do clube e é com paixão).

o q acontece qdo a reebock oferece uma camisa "quase" oficial, por valor 3x menor? a pinta guarda mamãe em casa e compra a mais barata. te digo, este tipo de pesquisa de mercado é feita. por isso o cara nos disse tantas vezes: somos números.

foda né? capitalismo selvagem.
e por falar em selvageria, camelô não é vigarista, companheiro!
político ladrão que superfatura contrato é vigarista.
a base da pirâmide, q paga essa conta, se vira como pode.

falsificador de cd é vigarista? negativo operante!
vigarista é o dono da gravadora que poderia vender um cd a 10 (com lucro) e vende a 25. e o artista não leva um furado nessa venda. nenhum artista ganha com venda de discos, vai tudo pra gravadora. eles ganham com shows.

por isso a internet acabou com as gravadoras (viva!) e ajudou os artistas a se idependizarem na divulgação do trabalho.

cuidado aí meu amigo, pode ter certeza q o seu joão tem algum amigo camelô.

abrç

diana oliveira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Estevam - arenavermelha.blogspot.com disse...

Grande Davi,

A Reebok até lançou um produto +/- com essas características, mas, à R$ 89,90, o que não deve ter atraído muitos interessados. Pois nem bordado o distintivo era.

Realmente as camisas (entre outros produtos oficiais de clubes) no Brasil são caras baseadas no poder de compra da população.

Eu tenho um amigo em Curitiba que faz assim: ele aguarda os modelos antigos ficarem defasados e compra novo bem barato nas "liquidações". A Centauro de Curitiba esses tempos colocou camisas do Inter em promoção, ele comprou a de 2006 por R$ 49,90 e a de 2007 por R$ 79,90. Uma zerada, 2008, tava 149,90.

Cada um se vira como pode...

Davi disse...

Discordo Diana, o torcedor humilde compra uma camiseta pirata. Não são todos que tem como guardar dinheiro pra comprar uma camiseta oficial, pq simplesmente é um valor astronomico comparado com seus dividendos.

Eu mesmo poderia comprar umas 3 dessas camisetas de valor inferior se existissem. E não estou guardando pra comprar 3 oficiais não, simplesmente não compro.

De qualquer forma relega-se uma parcela de potenciais consumidores e contribuintes com o clube. Te garanto que se fizer uma pesquisa que uma boa parcela da torcida menos favorecida não tem e nunca terá camiseta oficial. E uma boa parte delas tem uma cópia.

Capitalismo selvagem como vc mesmo disse.

Quanto a camelôs, não posso generalizar dizendo que são vigaristas e essa não foi minha intenção.

Concordo que comparando os burocratas que extorquem o povo e o cidadão que rouba uma maça, apesar do lógico paradoxo moral, vc considera que o segundo caso não é furto? Eu não.

Abraços

Davi disse...

Estavam, não sabia disso, consegues um link pro material?

Sem dúvida cada um se vira como pode, pena que parece não haver esforço ou iniciativa que,independente da forma, tente direcionar e fidelizar o torcedor a comprar um produto do clube e não de terceiros.

Gonçalves disse...

A camiseta de 2006 a vermelha tava sendo vendida a 99 pila na loja do shopping aqui de Canoas, a Diana falou certo, foi perguntado pelo Conselheiro Ricardo quanto à isso, segundo o cara da Reebok disse que não tinha como fazer esse produto com um custo menor do que 59 reais se não me engano, agora não lembro bem se era o custo pra fazer ou o custo pra vender...não sei até que ponto essas linhas alternativas poderiam avançar nesse campo de produto que se parecesse com uma camiseta oficial ou parecida com de jogo..quanto a valores é um negocio complicado, lembro que gostaria de que os Cards sugeridos até pelo Louis fossem comercializados de forma bem barata e que estivessem a disposição nas lojas, para que se pudesse ao menos pessoas como o João do textos não sairem com as mãos abando de lá quando entrassem...deram pra alguns jogadores cards para serem distribuidos, mas eu nunca vi nenhum.

Guilherme CB disse...

Se não me engano Davi, o Boca tem uma camisa similar a oficial mas com preço e material inferior.

O problema eu acho que a diferença de preço é impossível ser tão grande.

Se a oficial custa R$ 170,00 uma alternativa custaria 99,90 ou 89,90.

Tem que levar em consideração que os custos de produção em nosso país é um tanto quanto alto e ainda somos masacrados por impostos.

Talvez produzindo na China ficaria mais barata, mas teria que fazer em larga escala. Um risco.

Não tiro a razão da RBK. Empresas são numeros.

Gonçalves disse...

Outra coisa que deve ser complicada e manter uma certa qualidade, sem um custo, já tivemos problemas até com o produto oficial e caro, quem garante que não teríamos problemas com produtos mais baratos também?

Unknown disse...

Platini enlouqueceu

http://jogodenegocios.blog.terra.com.br/2009/03/18/platini-quer-mudar-a-champions-league-clubes-nao/

O cara ainda aproveita para avacalhar a Sul-Americana...

Michel Platini, presidente da UEFA, está batendo de frente com os clubes europeus e até com alguns de seus diretores. O ex-jogador francês disse à imprensa de seu país que gostaria de criar um único campeonato continental, que substituiria a Champions League e a Copa da Uefa, e assim voltar ao sistema antigo, quando eram disputadas apenas partidas eliminatórias entre os clubes de toda a Europa. Seriam criadas três divisões, com 20 ou 22 clubes em cada etapa.

O novo torneio já tem até nome: Super Liga Européia.

Mas dificilmente Platini terá sucesso em sua nova empreitada. Os clubes já se manifestaram contra as mudanças e não estão dispostos nem a abrir o debate sugerido pelo dirigente, que ressaltou em suas entrevistas a diferença entre os seus desejos dele a a realidade atual. “Todos conhecem minha filosofia sobre os torneios europeus, mas precisamos ser cuidadosos. Se dependesse só de mim, eu voltaria ao esquema de partidas eliminatórias.”

O torneio a que Platini se refere é a antiga Copa Européia, que começou a ser disputada em 1955. Em 1992 foi criada a Champions League que conhecemos e, de lá pra cá, tornou-se o campeonato mais importante do mundo, com os melhores jogadores, fãs no mundo todo e, claro, com os melhores contratos de marketing, patrocínios, direitos de televisão, etc.

Já a Copa da Uefa surgiu em 1971 e é o segundo torneio mais importante da Europa, reunindo, numa explicação sintética, os clubes que não conseguiram atingir as primeiras colocações na última temporada, mas também consegue chamar a atenção da mídia e dos patrocinadores (e fica a pergunta: por que a Conmebol ainda não seguiu o mesmo modelo para a Copa Sulamericana?). A partir da próxima temporada, ela vai ganhar um banho de loja, que inclui a mudança de nome para UEFA Europa League e de logomarca.

Já a ECA (Associação de Clubes Europeus), que reúne 137 agremiações, disse que “rejeita esses rumores infundados, que objetivam apenas acabar com a harmonia no futebol europeu. Estamos muito felizes com as competições atuais e nenhuma mudança está na nossa agenda.” Claro, não falariam isso se não estivessem lucrando com o formato vigente.

Gonçalves disse...

Bah Paulo..isso ta mais com cara de tipo mudar pra dizer que "foi eu que fiz!!!"...o engraçado é que num lugar não muito distante essa frase é muito lembrada, só que da forma inversa, NÃO vamos mudar porque fui eu que fiz..huiahuia

romulo disse...

Ótimo tópico.
Hoje mesmo estava fazendo as contas do mês para ver se encaixo a compra da camisa nova do centenário..
é realmente uma facada + os olhos da cara

ps. alguém tem opinião sobre a qualidade da impressão do número? quero colocar o número e o nome que eu escolher, não to afim de esperar o brasileiro começar hehehe

ps2. viram o preço do jogo Brasil x Peru? ta certo isso? R$70,00 A INFERIOR! Porque os senhores da CBF colocam o mínimo de 30 no Maracanã e 70 aqui?!

Estevam - arenavermelha.blogspot.com disse...

Davi, o produto que eu tinha visto, não achei mais na loja do inter, mas tem esse, que é praticamente igual, só que tem o 99 nas costas:

http://www.lojadointer.com.br/produto/index_ch.aspx?pc=345&nome=Camiseta+Reebok+Internacional+Rumo+ao+Centen%u00e1rio

E o preço é o mesmo também, R$ 89,90.

Uma coisa que eu estava falando com o Gonça hoje cedo, em decorrencia do post do Arena sobre o uniforme 3 que vão lançar, era sobre essa questão de valores, realmente deve ser complicado para a Reebok colocar alguma peça no mercado com valor inferior a 89 reais em se tratando de peça do Inter, afinal, se pegarmos produtos Reebok sem ligação com o clube, os valores já começam maiores que 50, 60 reais, e nos produtos "oficiais" ainda tem um percentual que vai pro clube...

Não estou defendendo a Reebok, porque acho as camisas caras, mas acho que um produto oficial a menos que 80,00 não vai rolar, infelizmente... Podiam tentar baixar o preço da camisa oficial, que é o item mais procurado, pelo menos.

É impressão minha ou parece que o preço de "camisa de time de futebol" no Brasil é tabelado? Reebok, Puma, Nike, Adidas é tudo o mesmo preço, com variação de poucos reais. Será que todas usam o mesmo material ou coincidentemente os custos são os mesmos? Até parece que combinam um valor para todas as marcas...

Davi disse...

Estevam, acho que os custos devem ser muito parecidos, isso levando em conta a competitividade tb.

Falo isso pq observei que em paises da Europa os valores das camisetas oficiais dos times grandes, independente de fornecedor também circulavam na mesma faixa (60€).
Constatei isso na Africa do Sul também.

Abraços

cjr-sp disse...

No que eu acho, olhando por cima a REEBOK nao tem condiçoes de produçao em alta escala para viabilizar um preço de 50 reais, final por exemplo. Isso pq as marcas famosas de material esportivo mesmo produzindo nos lugares menos aprazíveis do planeta estao sob holofotes de todos os grupo de direitos humanos e ongs afins de tal maneira que nao há como fazer lá um produto que chegue na loja para ser vendido a 50 paus.

Apenas para ilustrar..quem já teve comercio deve saber que no minimo precisa-se dobrar o preço do produto para se ter lucro(e olha lá),...ou seja, o Inter estaria pagando hipoteticamente 25 reais para revende-lo a 50 na loja.

Dos 25 retira-se 3 reais, digamos assim para o Inter de royalties e mais custos de fabricaçao e mais impostos, etc...e chega-se a conclusao que é inviável a produçao no brasil e até fora por essas marcas famosas de material esportivo. Pois elas tem que respeitar, mesmo na china, uma serie de coisas...foi-se o tempo que elas nao eram vigiadas.

POREM...se o contrato nao fosse de exclusividade com a Reebok, aí sim poderíamos importar direto da China uma camisa de um fabricante local a 3,00 reais, ela pronta com os defeitos e tal...e ela chegaria aqui a 6,00 reais com impostos e tudo mais...e daria para ser vendida tranquilamente a 30,00 na loja. E Com certeza se quizessem ir por esse caminho poderiam comprar uma por 5 reais lá... identica a oficial com playdry e tudo mais e daria para ser vendida a 50,00 reais na loja do Inter.

Entretanto nao teria o selo de marca famosa. E isso só poderia acontecer se o contrato nao fosse de exclusividade. Mas qual clube se arriscaria a nao usar um uniforme de grife???

Fora que o fabricante chines nao dará uma quantia anual de x milhoes pelo contrato que o clube tem com a Reebok por exemplo.

Se assim, o fizesse teria que embutir um custo nas camisas e teria que ter um numero minimo de milhares de camisas que aí nao temos como mensurar sem pesquisas nas maos.

Ainda assim, acredito que daria para ser bem menos que os 170 da oficial se fosse uma marca chinesa e que pagasse ao Inter o que paga a Reebok por contrato...visto que ao comprar um produto reebok, está embutido aí uma bela soma em MKT que no produto generico nao teria.


é mais ou menos por aí, acredito eu...

Bom texto para reflexão, DAVI.

sds coloradas.

col disse...

Galera, a discussão está muito boa mas uma coisa vocês devem lembrar: o Inter tem monopólio sobre si mesmo. Se o Inter quiser levar a idéia adiante (que eu acho muito boa), ele pode negociar isso na próxima assinatura de contrato. Se a Rebock não quiser fazer, garanto que tem umas 3 ou 4 outras do mesmo nível de serviços prestados que gostariam de assumir o seu lugar.

Davi disse...

Vou levantar uma informação que me foi passada por um colega que trabalha na Petenatti, industria textil de Caxias do Sul. Segundo ele até pouco tempo a empresa produzia a camiseta do Palmeiras "semi-pronta" e enviava para a fornecedora, que só estampava sua marca e outros pormenores. O custo de cada peça segundo ele era muito inferior aos R$ 50. Essa informação não procede?

Colocando a pergunta de outra forma, é impossível vender uma camiseta de qualidade por menos de R$ 50.00? E que seja licenciada pelo clube?

Ou é impossível/inviável/desfavorável economicamente oferecer opções de preços inferiores apenas para as grandes fornecedoras de material esportivo? (Adidas, Nike, Puma, Lotto, Reebok...)

Abs

cjr-sp disse...

Outro problema, é que a Reebok está envolvida em outros projetos de longa maturidade com o Inter, tipo o museu e outras coisas...senao me engano, li que parte dos recursos vem dela...para o museu colorado.

cjr-sp disse...

O problema é que na hora que a grife famosa estampa o seu logo...aí encarece o produto em muito pois muito do custo da marca é puro MKT. Entao acredito que seria inviavel economicamente mesmo para ter um produto das marcas famosas por um preço acessivel de 50 reais...

Agora, sem grife se faz tranquilamente. Só que aí tem os contratos de exclusividade e outros interesses tb involvidos...

diana oliveira disse...

davi,
primeiro, eu não concordo com esse pensamento, como bem disse, capitalismo selvagem.

tu, com certeza, tem alguma camisa oficial. e compraria três das "quase", se existissem, podendo deixar de comprar uma oficial. a empresa gasta o mesmo em mão de obra q produz uma camisa oficial (cara) e uma "quase" (barata). o valor agregado está em marca e tecido.
mesmo vendendo mais, haveria uma parcela do consumidor que flutuaria da oficial pra "quase". e estas empresas não querem correr riscos.

repito q não concordo, tô apresentando uma realidade de mercado.

o q a reebock faz hoje é liberar o inter pra vender em suas lojas produtos q ela não fabrica. ex: camiseta CAMPEÃO DE TUDO.
me parece insuficiente, se fossem visionários investiriam sim na camisa que está de acordo com a realidade brasileira.

sim, um cara q rouba uma maçã pode ser considerado ladrão. tal como uma menina de 12 anos nordestina, miserável, q dá pra estrangeiro pra ter o q comer, será chamada de prostituta.
contudo, se eu não concordo com a teoria do "somos números", não posso reduzir as pessoas aos fatos, esquecendo o contexto.

até pq, se assim o fizesse, diria q seu joão é um simples frentista. e o vi como um grande colorado.

abrç

Marco disse...

COL

O problema de rescindir com o fornecedor de material esportivo é que eles podem retaliar.

Veja o caso do Flamengo: quiseram fazer leilão, a Nike não entrou na onda.

Agora, eles estão fornecendo só o que está no contrato. Os jogadores do Fla, ao sair do jogo, têm que deixar o uniforme no vestiário, para ser lavado e usado no jogo seguinte.

Iuri disse...

Quando saiu notícia contra pirataria no site do inter eu mandei email comentando que não existe combate à produtos fasificados sem alternativa oficial em conta.

Porque a camiseta para o povão tem que ser dry-fit? Uma camisa de algodão vermelha você compra por aí a 7 reais, uma sintética sai por aí mesmo. Isso, minha gente, já é o preço final ao consumidor, o custo de produção não deve ser nem metade disso.

É tão difícil fazer umas camisetas imitando a oficial em material mais barato e usando uma serigrafia?

Não venha o Inter e a Rebook falar que não dá, se não dá o que é isso que os camelôs fazem? Milagre? Claro que não, é só uso de materiais e métodos mais baratos.

Mas aqui no Brasil o pessoal tem uma cabecinha muito ruim mesmo, preferem vender uma camisa a 180 do que 30 a 10 pila (que daria 300 reais). É assim em quase todos os ramos, mas cabe ao inter colcoar a parceira de material esportivo nos eixos e fazê-la criar produtos baratos. Só que parece que temos medo... é medo de ficar sem banrisul na camisa, medo de ter um patrocinador diferente dos azuis, medo de criar uma linha popular... Ou será preguiça?

Daniel Chiodelli disse...

Excelente tópico, Davi! Hoje, merece 10 estrelas! O tema precisa ser abordado, não só por nós, mas também pela direção do Clube do Ppovo(?).

Va lá, a elitização do futebol é um fenômeno universal, não seria diferente aqui. As camisas oficiais custam caro pois, mesmo que tivéssemos modelos a R$ 50,00, muitos torcedores como o Seu joão, igualmente não poderiam comprá-las.

O desafio que se impõe à direção dos grandes clubes, especialmente aqueles que têm ou deveriam ter maior identificação popular, é encontrar alternativas criativas para cativar o torcedor que não paga mensalidade, não compra produtos oficiais, não pode mais frequentar o estádio e nem pay-per-view consome, mas mantém a força do clube através da paixão que se transmite de geração a geração.

O capitalismo é selvagem? O ser humano é selvagem! Devemos lutar contra essa característica do bicho? Acho melhor tentar apaziguá-la através da razão. Leva tempo, exige paciência, mas é mais fácil acalmar o bicho aos poucos do que tentar domá-lo à força. Ao menos, me parece.

col disse...

Marco, eu fiz referência (tentei acho) a uma eventual renovação de contrato. Alguém sabe qual a duração do contrato atual?

Davi disse...

Diana, concordo. Tive uma visão errada do seu pensamento.

Chiodelli, otimo comentário. Como fidelizar e cativar esse torcedor que não paga mensalidade? Eis o grande desafio.

Iuri, também acho que não seria tão dificil oferecer uma camiseta com preços menores, mas como os colegas bem falaram, certamente não seria uma camiseta Reebok ou afins. Querer é poder, eis talvez a questão. No entanto não podemos esquecer que não temos uma analise mercadologica que embase o real interesse de uma fornecedora multinacional. Ao que tange ao Inter, aparentemente não há esse interesse de momento.

Abs

Davi disse...

Col, se não estou enganado o contrato com a Reebok é ate 2011.

col disse...

O que mais me deixa chateado no caso do seu João não é nem a camisa. É o fato do cara ter assistido muitos jogos do Inter e, depois da extinção da Coréia, ele deve assistir a uns 10 jogos do Inter por ano na RBS.

É mais ou menos o mesmo que tomar um fora da mulher amada porque ela conheceu amigos ricos.

Não quero entrar na discussão na Coréia, mas pensem bem na dor desse cara. Não poder assistir os jogos do Inter.

col disse...

Valeu, Davi.

Anônimo disse...

aposto que sem a tecnologia playdray a camisa nao ia feder ou se rasgar.

Estevam - arenavermelha.blogspot.com disse...

Só um adendo, salvo engano, o contrato, segundo o pouco que divulgaram, é até 2012, mas, tem um porém: ao contrário do contrato anterior, que era de 2006 até 2009, o novo não teve nenhum detalhe revelado, ou seja, enquanto no anterior sabíamos duração e valor recebido por ano (4,4 mi/ano por 4 anos) o contrato atual não teve essa divulgação, apenas anunciaram que renovaram e que era até 2012...

Davi disse...

Col, infelizmente o futebol é cada vez mais elitista. É uma realidade, e o aumento do número de sócios só confirma isso, pois o clube acaba priorizando a fidelização do torcedor que contribui o ano inteiro com o clube. Novos tempos, acabou-se o romantismo no futebol.

col disse...

Sim Davi, mas que dá pena de alguns, isso dá.

Unknown disse...

Já li uma entrevista de um executivo de uma multinacional de material esportivo em que ele dizia que não valia a pena lançar uma camiseta com preço inferior, pois mesmo os torcedores mais humildes só queriam comprar a oficial. Sinceramente, não acredito nisso, basta observar o grande nº de camisetas falsificadas nas ruas. O preço das camisetas dos grandes clubes brasileiros é um absurdo. Como já foi dito, as camisetas dos clubes europeus são bem mais baratas, se compararmos o salário médio do trabalhador europeu e do brasileiro. Cada vez mais, os torcedores humildes são "empurrados" para fora do mundo do futebol. Há uma historinha que não sei se é verdadeira, mas poderia tranqüilamente (que se exploda a reforma gramatical, rsrrsrs) ser verídica, um torcedor "coreano" encontrou o então presidente do Inter no pátio do Beira-Rio e disse o seguinte: "presidente, cuide muito bem do Inter, por favor. O Sr. tem suas empresas, eu não tenho nada. Além da minha família, eu só tenho o Inter!"

Ramon Dongo disse...

Teve um amigo meu que uns anos atrás (lá pelos idos de 02/03) foi à Espanha e quando visitou Barcelona, aproveitou pra ir ao Camp Nou. Não sei se a maioria dos clubes europeus adotam essa prática, mas o nosso filho [:)] Barcelona tinha naquela época camisas como sugerida pelo Davi. Detalhe: parece que a renda ficava toda com o clube, já que não havia o simbolo da nike estampado, só o escudo do Barça... A fonte é o meu amigo esse, mas não tenho motivos pra duvidar dele...

Outra coisa: não dá pra aceitar, num universo de 80 mil sócios, público de 15 mil. Nem mesmo em gauchao contra o Interzinho. Tá mais do que na hora de lançar um plano família de vendas de ingresso ou ainda venda do gauchão todo antecipada. Se o estádio nao lotar ao menos a renda fica garantida... Mas aí o buraco é mais embaixo!

Fabiano- POA-Germany disse...

Badanha:
HAUHHAHAHHUAH!!! Isso é um fato, pode estar fazendo 35 graus, eu uso a camisa com uma regata por baixo senao o budum pega.

Pablo Faria disse...

Que legal que alguém falou disso. Minha última camisa oficial do Inter, nem lembro de que ano é. No fim do ano passado, comprei uma bela camiseta vermelha lisa na Hering e mandei bordar o escudo do Inter na frente, no meio. Saiu tudo por $50. Pq é que torcedor vai querer "play dry" e o escambau? Eu gostaria, sim, de ter uma camiseta esteticamente igual à de jogo. Mas por $150, decidi não comprar nunca mais (mesmo se passar a ganhar muito melhor do que hoje). É uma pena, mas acho muita sacanagem cobrar isso. Mas, problema do clube. Eu não me incomodo mais, pois cheguei à conclusão que camisa de jogo não significa nada. O que vale é a cor e o escudo. Então, se o Inter/Reebok quiserem manter a estratégia, tudo bem (embora eu não concorde). Eu tô bem com minha produção particular! hehehehe... Abraços!

Alberto - Porto Xavier - RS disse...

Se a camiseta oficial custar R$50,00, a pirata sairá por R$20,00. Adivinha qual o "pobrezinho" vai comprar?

Preços populares para camisetas oficiais? Utopia. Se os preços diminuírem e a idéia der com os burros n´água, como eles aumentarão os preços novamente? Sonho.

Não há interesse do Clube, nem dos patrocinadores.

Cleber_Tapes/RS disse...

Ta difícil do Marimon e do Marco entenderem acho que vou ter que desenhar.....hehehehe

eu perdi a discussão la em baixo então coloco aqui

meu ataque é

UM CARA QUE FAÇA GOL

também conhecido como PRIMEIRO ATACANTE ou CENTROAVANTE = a ALEXSANDRO

UM CARA QUE CAIA PRAS PONTAS QUE CHAME A MARCAÇÃO E DE PREFERÊNCIA DE O PENÚLTIMO TOQUE NA BOLA

também conhecido como SEGUNDO ATACANTE = a Nilmar

o Nilmar hoje no Inter ta jogando de PRIMEIRO ATACANTE
por isso ta sempre surgindo oportunidades de gol pra ele mas como isso não é o que ele faz de melhor ta errando os gols
como ele tem boa qualidade alguns ele marca

e ai estamos nós

acho que fico claro

então eu não mudo de opinião

a minha opinião sobre o Nilmar é

OU ELE JOGA DE SEGUNDO ATACANTE OU TEM QUE SENTAR NO BANCO

Julio.Colorado em Sampa disse...

O assunto é interessante porém utópico. Jamais teremos camisas oficiais baratas se a empresa que as produz...
1-Pagar royaltes
2-Pagar para o clube valor condizente com a sua importância
3-Ter seus funcionários registrados e pagar todas as verbas trabalhistas e sociais
4-Pagar todos os tributos de 1º mundo, apesar dos serviços prestados pelo Estado serem de 3º mundo.
5-Os produtos serem distribuídos por empresas que também cumpram os topicos 3 e 4.
6-Usar materias primas de 1ª linha.
7-Ter lucro (óbvio ululante).

Felizmente não vivemos em Cuba e, evidentemente, as empresas investem num clube de futebol em busca de maior visibilidade de sua marca. O valor pago ao clube tem que sair da venda das camisas e, se a empresa paga, sei lá, uns quatro milhões de reais para o Inter, é evidente que este valor será rateado nos custos da quantidade prevista de vendas no ano.
Tem uma máxima na área de vendas que diz "Não existe almoço gratis".

Julio.Colorado em Sampa disse...

OFF TOTAL

Mensagem do Felipe para o MARIMON, RICARDO, SANDRO E GABRIEL.

Inter Campeão, vamo de van no churrasco do Inter, eu vo jogo do Inter e no hotel do Inter, sem avião, só carro ou van, busão também não. Vo usa roupa do Inter.

Pessoal, desculpa o off, o Marimon, o Ricardo, o Sandro e o Gabriel vão entender. O Felipe me intimou depois de me ver tanto neste blog com tela vermelha.

Alberto - Porto Xavier - RS disse...

Off-Topic: Bolívar Out!
http://www.clicrbs.com.br/clicesportes/jsp/default.jsp?tab=00003&newsID=a2445293.htm&subTab=00067&uf=1&local=1&l=&template=&section=noticias

Mais três meses de experiências... ou não. Estranho o fato de uma notícia dessas vazar 3 meses antes do fim do contrato. Será que cansaram das improvisações? Pque, é sacanagem colocar o clone pra jogar enquanto o original está em lugar não-sabido. Pois esse Bolívar que está no Beira-Rio hoje não é aquele velho Bolívar. Nem de longe.

JULIO! Concordamos em alguma coisa! Camisetas oficiais à preços modestos é UTOPIA TOTAL.

Marimas disse...

hahaha... blz Júlio, manda um abraço pra cria...

Cléber, vai de desenho mesmo, é melhor.

Fuizis... let's go to cassias.

Iuri disse...

Para os entendidos de emrpesas aí do blog, que dizem que é impossível fazer uma camisa a preços menores, me expliquem isso aqui:

http://www.lojadointer.com.br/produto/index_ch.aspx?pc=345&nome=Camiseta+Reebok+Internacional+Rumo+ao+Centen%u00e1rio

E isso aqui:

http://www.lojadointer.com.br/produto/index_ch.aspx?cc=54&sc=72&fc=0&pt=&pc=401&nome=Camiseta+Internacional+Listrada+Fashion
(não é só mudar a cor do tecido que fica quase a oficial por 50 paus?????)

http://www.lojadointer.com.br/produto/index_ch.aspx?cc=54&sc=72&fc=0&pt=&pc=541&nome=Camiseta+Reebok+Internacional+Am%u00e9rica+Colorada
(tem até o logo da conmebol para quem nãoc omprou na época da libertadores é só arrancar dela e meter numa vermelha)

Mas vamos à campeã, que por sinal eu vi agora e quero comprar:

http://www.lojadointer.com.br/produto/index_ch.aspx?cc=54&sc=72&fc=0&pt=&pc=268&nome=Camiseta+Internacional+Dry

VINTE REAIS SEUS FILHOS DA MÃE!! Vinte reais!!! É basicamente igual à oficial do ano passado sem as propagandas podres!

VINTE REAIS!

Fabiano- POA-Germany disse...

Julio, mas a Nike que aparentemente é uma empresa séria enfrentou uns dez anos atrás uma forte resistência devido ao fato de usarem a mão de obra praticamente escrava de alguns países pobres da Ásia. Será que eles reealmente cumprem tudo que escreveste?

Iuri disse...

Se não me engano, foi antes da copa de 2004 também que se descobriu que a empresa fornecedora das bolas da copa do mundo (não recordo qual) tinha uma fábrica em El Salvador, portanto aqui do lado na américa cdentral, bem pertinho dos olhos do mundo, que empregava criancinhas para costurar as ditas.
A razão é que as crianças tem mãos menores para enfiar dentro da bola (ela é costurada por dentro lembrem-se).

Deu o maior escândalo, mas a FIFA manteve as bolas e ficou por isso.

Grande empresas essas oficiais que protegem os direitos humanos, ah ham, claro, claro, claro.

PS: A Rebook tem fábrica no nordeste, contrata mão de obra bem barata por lá, de pessoas que não tem muita opção de vida a não ser enfrentar a seca do agresta. Triste isso :-(

Julio.Colorado em Sampa disse...

Fabiano, todas as grandes empresas de materiais esportivos tinham essa pratica nos paises asiáticos porém, de uns anos para cá, em razão de denuncias como a que você citou, eles passaram a ter mais cuidados e agir corretamente (imagino né, não ponho a mão no fogo).

Fabiano- POA-Germany disse...

Pois é Julio, é bem por aí. Por isso não acredito quando as empresas se fazem de coitadinhos.

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