O Inter, no passado, já caiu na Copa do Brasil para América-MG, Londrina, Ceará, Fortaleza e Remo, sem contar em Paraná, Paulista e Criciúma.
Em recentes edições do Brasileirão conseguiu a façanha de ser derrotado para Ipatinga, Vasco (duas vezes em 2008, ano do rebaixamento do clube), Figueirense e Portuguesa.
Não se pode esquecer das tradicionais derrotas para equipes inferiores como Paraná, Juventude, Coritiba, São Caetano e similares.
É impressionante como esse Inter lembra a Seleção Brasileira. Isso não é um elogio, é uma crítica.
O Inter só cresce em jogo grande.
Em jogo pequeno, se acomoda e exibe a mesma mediocridade da Seleção de Dunga. Para os desavisados, vale lembrar que o atual escrete canarinho sob o comando do capitão do tetra é capaz de ganhar com autoridade de Argentina, Portugal e Itália e perder ou empatar contra Bolívia, Equador e Peru.
Parece bom, mas é ruim.
O que adianta o Inter ser grande em um Grenal se dormir no ponto contra um Sport na Copa do Brasil?
Com todo o respeito à Copa Sul-Americana, o objetivo central do segundo semestre de 2008 era conquistar vaga para a Libertadores no ano do Centenário.
E o Inter não pegou a vaga. Jogou demais contra o Boca e de menos contra o Ipatinga. E, curiosamente, o jogo de Ipatinga valia tanto quanto o primeiro.
O Inter precisa apagar o passado e ficar apenas com as lições aprendidas.
Por que os pequenos atrapalham o Inter?
O falastrão presidente Vitório Piffero na sua inexplicável sina de prepotência fustigou o Tricolor depois da recente sofrida vitória sobre o União-MT ao declarar que “Está mais fácil ganhar do Grêmio”, lembrando as duas vitórias em clássicos este ano.
Brincando, brincando, falou a verdade.
E nem foi tão original assim.
Contra adversários que também ambicionam a vitória, como o rival local, medem-se forças e, na lógica, vence o melhor – e o Inter, hoje, tem mais individualidades do que o Grêmio.
Contra retrancas, porém, escancara-se uma limitação colorada: sua veloz dupla de ataque não encontra espaço para correr.
E, no embate que resta, o do ringue da grande área, Nilmar e Taison (este contrariando o nome) são pesos-penas a enfrentar brutamontes.
Sem contar que o principal apoiador da dupla, D’Alessandro, é outro tampinha, que, nessas condições, tem cometido o erro de chamar o jogo de corpo-a-corpo.
Menos mal que está entrando em forma aos poucos o centroavante Alecsandro – 1,83m, 81 kg, cabeceador e bom na parede – que, aliás, quando tem entrado, muda o panorama e vem dando uma boa resposta. Sem mencionar no Walter, que esperamos que deixe de ser uma promessa e reafirme suas qualidades.
Mas pra furar retrancas não pode entrar sem lateral-direito e iniciar o jogo levantando bola na área.
É preciso uma solução permanente.
Que, obviamente, passaria por jogadas pelos lados.
Como rearmar o Inter, tornando-o forte contra grandes e pequenos?
Esse equilíbrio cabe a Tite encontrar.
Talvez lhe fosse útil estudar o melhor time da Europa no momento, o Manchester United, que usa uma dupla de atacantes centralizados – Berbatov e Rooney –, que é abastecida por dois ponteiros, e, ainda assim, tem a defesa mais eficiente do campeonato inglês.
Mas se sabe que dirigir time é mais administrar vaidades estrelares do que encontrar o esquema tático adequado.
Minha opinião? Nem é preciso pensar muito, tampouco inventar. Mas vai sobrar gente muito boa e graúda no banco.
E você, o que pensa?
Uma ótima quarta-feira a todos.