Retrancas e ferrolhos defensivos têm sido uma constante em Libertadores.
Times fechados, duas linhas de quatro, meio-de-campos congestionados, excesso de jogadores com características defensivas como principal característica.
Alguma especulação em jogadas de bola parada e tentativas escassas e fortuitas de um gol em contra-ataques
E este o modelo que vejo sendo implantado em nosso time.
Ao menos para esta primeira fase.
Três zagueiros, dois volantes (que por mais qualidade que têm não são pensadores), três a quatro supostos armadores (os dois laterais, um único armador, e um meia-atacante) e apenas um atacante, isolado na frente.
3-4-2-1, 3-4-1-2, 3-5-2, 4-4-2, 4-5-1, 3-6-1.
Os números não dizem nada.
O que importa é quantos jogadores são capazes de - além de desempenhar funções defensivas – se somarem aos jogadores de frente e participarem da articulação e definição ofensiva.
Edu parece sofrer de desleixo, Taison a muito perdeu seu ímpeto goleador, caindo demais pelos lados e concluindo pouco a gol e Walter, bom, este justamente no momento em que poderia brilhar…
Kléber e Giuliano, por características próprias, apesar da excelente qualidade técnica, sofrem de aversão a incursões na pequena área e conclusões a gol.
E ai reside o suposto desequilíbrio, que tem levado a algumas críticas ao sistema adotado até então.
O time padece de definidores e de ímpeto ofensivo.
Não obstante um único atacante, este as vezes recua em demasia para auxiliar na articulação pois qualquer marcação razoavelmente executada no Giuliano e no Kléber faz com que Alecssandro sofra de inanição.
E assim o time tem dificuldades de furar retrancas, pois falta um articulador para auxiliar nas tarefas de criação e se as laterais forem bloqueadas, apenas um lance ocasional ou um lampejo individual pode resultar em gol.
Se este é a melhor maneira de enfrentar uma competição copeira como a Libertadores, poderemos ter uma melhor amostragem amanhã.
Jogo difícil, onde somar pontos é essencial.
Este é o padrão de jogo, ao menos na primeira fase, onde é fundamental somar a maior quantidade de pontos possíveis para escapar de confrontos perigosos e obter a vantagem de decidir sempre em casa.
Creio que com o andar da carroça as melancias irão se ajeitar.
É possível sermos campeões com qualquer sistema tático, mas acho natural, e até mesmo inevitável um maior equilíbrio da equipe, com a retirada de um dos zagueiros e a adição de um atacante/armador.
Confio em Fossati, treinador experiente e conhecedor do futebol sul-americano.
E, apesar de algum receio com o futebol apresentado até então, resta-nos nada a não ser torcer e apoiar a equipe na reconquista da América.
Sei que todos gostaríamos de ter um atacante de exceção, mais um zagueiro confiável e uma dose maior de ousadia na formação do elenco.
Mas para quem já foi campeão com Michel, Adriano Gabiru e Rúbens Cardoso como jogadores titulares nas primeiras fases, acho que não custa nada ter esperança.
Afinal, a equipe que começa não é necessariamente a equipe que termina.