Nei ajeitou, bateu com força e a bola fez aquela trajetória que mais parece traço de Niemeyer, morrendo no canto direito do goleiro Elizaga. No exato instante em que o gol aconteceu, caíram os primeiros pingos d’água, ainda miúdos e esparsos. Mas dali até os graúdos durou poucos minutos e logo estávamos mais colorados do que nunca e ensopados como sempre, quando chove.
Poderíamos criar inúmeras interpretações para o acaso que envolveu o golaço e a chuva. A primeira delas é que choveu pra não “secar”.
A segunda pode ser: São Pedro se emocionou de tal maneira com aquela pintura de gol, que derramou lágrimas do céu. Mas aí o santo que me desculpe, vai chorar assim hein... Foi praticamente um desabafo.
Ou talvez tenham sido grandes colorados que passaram por aqui e lá em cima estão, como Gildo Russowsky. Imaginem um senhor distinto, despejando lágrimas de chuva sobre a torcida colorada, pelo gol que iniciou nossa trajetória continental em 2010. Esta versão me agrada, é poética.
Algumas crenças populares acreditam que chuva abençoa, lava os caminhos, limpa o que for ruim, purifica. Já ouvi sobre isso em casamentos, mas nunca sei se não é apenas consolo dos noivos que preparam aquelas festas ao ar livre.
De qualquer maneira, quando gritei gol, ergui as mãos, abracei meus amigos e olhei pra cima, havia algo de mágico naquelas gotas de chuva. Por poucos segundos lembrou cena de filme, em câmera lenta. Virei o rosto pra cima e me deixei levar por aquele movimento suave que sobre mim caía. Um leve transe de poucos segundos. E de repente, o canto da torcida retoma o ritmo da cena, a chuva engrossa e volto pro foco tenso e nervoso da disputa.
No final, já com a camisa pingando e os tênis encharcados, gritei gol pela segunda vez.
Há certo mistério nessa competição. Alguma coisa envolve os times que pisam no gramado. Tem um não sei que de raro brilho. Surge nas quatro linhas, se expande pela arquibancada e não sei mais onde vai parar. O céu já não é o limite.
Talvez o segredo esteja guardado no nome da copa, que carrega um tanto de luta, de ideologia, outra parte de sonho e de conquista: Libertadores da América.
Começou.
* Pra não dizer que não falei de flores: Mas é muita cara de pau do Daniel Carvalho. Aprendeu a não jogar por amor no Inter. E onde foi que aprendeu a jogar gordo, se arrastando, correndo mais na noite do que de dia?
Poderíamos criar inúmeras interpretações para o acaso que envolveu o golaço e a chuva. A primeira delas é que choveu pra não “secar”.
A segunda pode ser: São Pedro se emocionou de tal maneira com aquela pintura de gol, que derramou lágrimas do céu. Mas aí o santo que me desculpe, vai chorar assim hein... Foi praticamente um desabafo.
Ou talvez tenham sido grandes colorados que passaram por aqui e lá em cima estão, como Gildo Russowsky. Imaginem um senhor distinto, despejando lágrimas de chuva sobre a torcida colorada, pelo gol que iniciou nossa trajetória continental em 2010. Esta versão me agrada, é poética.
Algumas crenças populares acreditam que chuva abençoa, lava os caminhos, limpa o que for ruim, purifica. Já ouvi sobre isso em casamentos, mas nunca sei se não é apenas consolo dos noivos que preparam aquelas festas ao ar livre.
De qualquer maneira, quando gritei gol, ergui as mãos, abracei meus amigos e olhei pra cima, havia algo de mágico naquelas gotas de chuva. Por poucos segundos lembrou cena de filme, em câmera lenta. Virei o rosto pra cima e me deixei levar por aquele movimento suave que sobre mim caía. Um leve transe de poucos segundos. E de repente, o canto da torcida retoma o ritmo da cena, a chuva engrossa e volto pro foco tenso e nervoso da disputa.
No final, já com a camisa pingando e os tênis encharcados, gritei gol pela segunda vez.
Há certo mistério nessa competição. Alguma coisa envolve os times que pisam no gramado. Tem um não sei que de raro brilho. Surge nas quatro linhas, se expande pela arquibancada e não sei mais onde vai parar. O céu já não é o limite.
Talvez o segredo esteja guardado no nome da copa, que carrega um tanto de luta, de ideologia, outra parte de sonho e de conquista: Libertadores da América.
Começou.
* Pra não dizer que não falei de flores: Mas é muita cara de pau do Daniel Carvalho. Aprendeu a não jogar por amor no Inter. E onde foi que aprendeu a jogar gordo, se arrastando, correndo mais na noite do que de dia?