sexta-feira, abril 18, 2008

76 Alegoria do heroísmo

76
ESCRITO POR RAFAEL SEVERO

Fiquem frios, pois tudo vai dar certo. Eu garanto que vai: basta que cada um de nós ceda um pouco de heroísmo, o qual acumulamos como gordura pra queimar nos momentos de apuros. Todo mundo já cometeu um ato de heroísmo alguma vez na vida. A própria sobrevivência hoje em dia é uma questão de heroísmo.

Falo do próximo jogo contra o Paraná - não basta ir ao estádio torcer, temos que ser heróis. E os jogadores? Devem ser de aço em campo, heróis forjados pelo manto colorado, rubro como sangue. Tá certo que heroísmo não dá em árvore, mas de algum lugar esses "porras "vão ter que extrair a porra do heroísmo. Como aquele heroísmo do greNAL do século, onde viramos o jogo mesmo com um "herói" a menos.

Heroísmo do nosso último grande centroavante, o Gérson Cachaça, que mesmo debilitado pela AIDS, nos deu o único título de expressão no período de seca das décadas de 80 e 90. Aliás, lembro sempre desse período triste, pois ele nos indica o nosso grau de heroísmo, quando não abrimos da nossa paixão, do nosso coloradismo. Sim, nós resistimos. E somos heróis por isso. Como herói foi o Sóbis, quando levou heroicamente a bola entre os zagueirões do San Pablo e enfiou uma "patada" certeira, rente à grama, no canto do decantado herói san-pablino, Rogério Ceni.

Ou o que dizer dos incontáveis atos de heroísmo do nosso herói-mor, Fernandão? Conduziu o time com maestria dentro de campo e vibrou batendo forte no peito de aço após ter "atolado" a bola no fundo das redes do Ceni. Nosso herói não ergueu apenas as taças mais importantes da nossa história, ergueu junto toneladas da história heróica do Colorado gaúcho e brasileiro.

História feita por heróis como Abigail, Tesourinha, Larry, Bodinho, Don Elias, Falcão, Manga, Taffarel, Valdomiro, Tinga e tantos outros. Heróis como Abel Braga. Sim, Abel Braga, ainda que o que lhe sobre em heroísmo lhe falte em neurônios. Convoquemos, pois, a aura vencedora e heróica destes monstros sagrados para a quarta-feira. Que ela paire na atmosfera sagrada do Gigante, como na campanha da Libertadores 2006. Como no jogo contra o Libertad, por exemplo, quando afirmo para os amigos que nunca vi a torcida colorada tão participativa, tão heróica. Cantou e apoiou do primeiro ao último minuto do jogo, criando um caldeirão insuportável para os paraguaios. Foram 50 mil pessoas em pé, pulando e gastando a garganta. A Popular ocupava o beira-rio todo. E isso eu nunca tinha visto no Gigante, confesso. O Beira-rio ganhou aquele jogo.

Repito: precisamos ganhar o jogo de quarta como heróis, com bravura. Precisamos ser altruístas com o time. Então o seremos. Seremos mais, seremos heróis. Heróis como o Louis, que deu vida a seu coloradismo lá dos confins do Tio Sam. Heróis como o famosíssimo trio corneta, que leva porrada de tudo quanto é lado e ainda continua aqui, na boa, firme. Heróis como os ditos beatos de plantão, que manifestam cegamente seu amor ao clube. Heróis (ou heroínas) como a Diana, que conquistou brilhantemente seu espaço no meio desse "mar de sacos" que povoa a virtualidade do blógue. Enfim, heróis como os outros bloguistas e inúmeros comentaristas que por aqui marcam presença e fazem o espaço crescer...

Querem Saber? Toda essa minha alegoria sobre o heroísmo é bobagem! Tem é que jogar futebol. Além do mais, seria um desperdício gastarmos nossa cota de heroísmo com o pequeno Paraná...