quinta-feira, abril 24, 2008

59 I N E S Q U E C Í V E L

59
Escrito por Diana Oliveira

Não sou melhor que ninguém, nem pior.
Não acredito em superstições, acredito na insistência.
Não tenho fé em religião, tenho fé nas pessoas.
Não desisto, resisto.
Sou chata, braba, teimosa.
Gritona, calada, irredutível, arrependida.
Sou grande quando me imponho, pequena quando choro.
Não escrevo, engano.
Acredito, me iludo. Decepciono, me atiro.
Confio, me entrego.
Pondero quando consigo.
Envolvo-me intensamente a cada dez anos.
Dou-me o direito a atitudes que não devo.
Tenho uma metralhadora na fala.
Devo cuidar mais das pessoas que amo.
Não vivo sem minhas amigas.
Admiro todos os meus amigos.
Amo a minha família.
Devo mais atenção aos meus.
Preciso mudar, melhorar, comigo e com os outros.

Não vou mudar tanto assim. Não serei muito diferente daqui há vinte, trinta anos. Nem sei se vivo até lá. Mas viva estará, com clareza, perfeição, na memória, até o último de meus dias, a verdade sobre o que aconteceu no Beira Rio em 23 de abril de 2008. Sou mísera ignorante na tentativa de transpor em palavras o que presenciei. O Internacional jogou com 40.000 almas, que ali ofertaram seu melhor ou pior; que dali fizeram, nessa imensurável galáxia, um mundo a parte: vermelho. E as estrelas, brancas. De lá saímos objetivamente classificados à próxima fase da Copa do Brasil. Contudo, esta Glória nos marcou, evidenciando que inacreditável é pra desenganado, indescritível é pra COLORADO.