Bom agora é a ultima grande final. Leia e vote no melhor. Boa sorte!
BLOGUISTA #8
É hora de voltar.
Nos afirmamos como maior time do Brasil por uma década inteira. Perecemos no purgatório nas duas seguintes. Na metade desta, tivemos uma glória afanada escandalosamente. Mas, como proferiu o poeta Emanuel Neves, somos muito maiores do que qualquer um pode imaginar; nos anos seguintes, imbuídos de fé, raça e persistência, chegamos onde ninguém chegou. Após muitos anos, os fiéis do templo à beira do Guaíba receberam novamente títulos condizentes com sua paixão. Se hoje ostentamos, orgulhosos, uma coroa sobre o velho brasão, é devido aos torcedores colorados. Mais ninguém.
Mas é hora de voltar.
Dois mil e sete não foi um ano de todo ruim. Logo pensamos na última jóia da coroa, mas não falo apenas da Recopa. Não há como negar: além da paixão, é a rivalidade que nos faz ser gigantes. Foi ela que nos fez trilhar o Mundo, continente por continente, para superar o que o arqui-rival tinha de mais precioso. Invejoso, ele tentou em 2007 ofuscar nossas conquistas, imitando com imperfeição o caminho colorado no ano anterior. Como quem copia uma receita, observaram nossas atuações sobre Nacional, LDU e Libertad. “Façamos valer o fator local”, concluíram. Assim o fizeram – e só. Quando saíam do ninho, guerrilhavam desamparados. Eles não tinham Rentería. Não tinham Sobis.
Resistiram, devo admitir. Trôpegos e cambaleantes, avançaram. Mas nada temíamos. Como que em um pacto, um combinado silencioso, dissemos a Riquelme: faz tua parte, e a taça será tua. O camisa 10 tratou de colocar as coisas em seu devido lugar.
Talvez não tenhamos nos dado conta da importância do fracasso tricolor. Desde 2003, ascendemos gradativamente até o ápice, em 2006. Foi o início de uma nova era; da nossa era. Toda a história da dupla gre-Nal pode ser contada assim – por períodos de predominância unilateral. Esta década, meus irmãos, é nossa. Pois, se o rival tentou nos tirar deste caminho, falhou miseravelmente. Dois mil e sete foi um sonho conturbado. Nada mais.
Agora, é hora de voltar.
No início deste ano, parecíamos prontos para repetir 2006. No entanto, algumas pedras teimam em permanecer no nosso caminho. Pedras pequenas, mas desagradáveis. O que começou como uma brincadeira inocente (?) da imprensa virou cobrança; o poderoso Carrossel parou de funcionar, dizem os segundinos, deliciados. Clamam que 2007 não foi um pesadelo vermelho, mas o início da fatídica derrocada. Estarão eles certos? Acidentes no percurso não devem ser de maneira alguma desconsiderados, mas deixaremos duas derrotas condenarem todo um trabalho à margem da desconfiança?
Acidentes são comuns e – até certo ponto – saudáveis. Tudo depende do que é concluído a partir deles. Temos grupo. Temos vontade. Teremos humildade? Para retomarmos o caminho das vitórias é necessário muita atenção, inclusive com as pequenas pedras.
Embalados pela doce brisa de Yokohama, adormecemos em 2006 como o maior time do mundo. Agora, é hora de voltar.
BLOGUISTA #13
INTER - Antes, durante e depois...
Final... e agora sobre o que escrever?!! Aproveitar que muitos pedem que se fale sobre o Projeto Gigante Para Sempre?! Ser polêmico e falar sobre o Alex, Abel?!! Quem sabe cair no senso comum e dizer o que todos já sabemos sobre o time, seu posicionamento e desempenho até o momento contra adversários medíocres (salvo Dubai)?! Ou ainda dissertar sobre carrosséis, rodas-vivas, laranjas e bergamotas?!!
Em meio às dúvidas e tentando fugir de assuntos diariamente discutidos optei por escrever sobre a forma como um colorado de 20 e poucos anos, nascido na década de 80 e que acordou para o futebol na década de 90 vê o time e sua crescente evolução, ou seja, o antes, durante e depois do Sport Club Internacional no meu ponto de vista... e vamos logo que o texto tem que ser curto... hehehe
Antes:
Para mim, ser colorado na década de 90 era mais que uma simples opção, era algo como um atestado de persistência, perseverança, originalidade até... enfim, era única e exclusivamente a paixão pelo clube, pelo manto vermelho, pelo Gigante da Beira-Rio...
Salvo o remoto ano de 92 com a conquista da Copa do Brasil, a década de 90 nos trouxe anos de inúmeras decepções, de “quases”, onde quase ganhamos, quase classificamos, quase...
Libertadores era um campeonato esquecido no passado para um clube que teimava em ficar em 9º lugar em Brasileirões que classificavam 8 para a fase de mata-mata, para um time que cometia vexames na Copa do Brasil, sendo desclassificado em casa para times de pouca ou nenhuma expressão.
Uma década de saudosismos, onde o nosso consolo frente às conquistas azuis era a lembrança de um passado remoto, de um rolo-compressor, de um campeão invicto que outrora habitou a Padre Cacique... a hegemonia regional nunca foi tão importante nestes tempos, pois o que se podia comemorar eram os Gauchões e olhe lá! Nosso parâmetro de comparação era o co-irmão... enfim, uma época para ser esquecida (e para aprender com os erros)...
Durante:
O Século XX trás esperanças ao Gigante da Beira-Rio... a palavra da vez é “planejamento”, os contratos são longos, o que faz com os jogadores passem a ter um maior comprometimento com o clube... há continuidade de grupo e comissão técnica, as finanças estão equilibradas, temos sócios, cada vez mais sócios... o clube começa a dar os primeiros passos rumo ao inevitável e bem-vindo profissionalismo. Naturalmente surgem os títulos, o reconhecimento. O co-irmão já não é mais parâmetro, pois não cabemos mais no Rio Grande, a América também se torna pequena, o Mundo é nosso limite... mas o mundo também é nosso!
O Internacional enquanto clube volta a ter o status e o respeito que andou esquecido em tempos e gestões passadas... todos querem vestir o manto, servir um clube estruturado, com erros e acertos... mas como o olhar no horizonte, com vontade de vencer, planejado para vencer...
Chegamos ao ponto em que hoje, uma derrota, um tropeço em campeonato regional é considerado um horror, um absurdo, o fim dos tempos... ao ponto de questionarmos o time mesmo quando vencemos o Campeão Italiano, quando derrubamos o Campeão Alemão. Hoje Gaúchão é uma chatice, uma perda de tempo, um risco a nossos caros jogadores... os tempos mudaram, os parâmetros mudaram, nós queremos mais, exigimos mais, e acho isso extremamente natural e saudável. O clube alça vôos mais altos, nosso parâmetro em terras tupiniquins é o SPFC e a maneira com que mesmo com o passar dos anos eles têm conseguido se manter em evidência, lucrando com a venda de jogadores e com a imagem do clube... é tempo de nos estabelecermos definitivamente como um clube de ponta...
Depois:
O futuro do clube pertence a nós torcida, jogadores e direção... nosso parâmetro passa a ser nosso potencial, sabemos do que somos capazes, onde podemos chegar e o que precisamos fazer para chegar lá. Já nos pegamos discutindo como faremos para acomodar nossos futuros 100.000 sócios no nosso futuro novo-velho estádio.
Somos um clube centenário, com um olho na Copa do Mundo e as excelentes possibilidades de, com o esforço conjunto de direção, jogadores e torcida, lucrar com ela e expandir ainda mais a marca Internacional, mas sem perder o foco, mantendo a busca permanente por títulos, pela montagem de grupos qualificados, pelo lançamento de jovens promessas, pela reposição de peças à altura, na busca por jogadores comprometidos, dispostos a trabalhar, com vontade de vencer...
Nosso limite é o mundo, queremos e vamos buscá-lo novamente e para isso a receita é a mesma, trabalho e a humildade... Vâmo Inter...