quinta-feira, abril 17, 2008

73 Equívocos, aprendizados e meu colaborador.

73
Escrito por Diana Oliveira

AVISO: Meu post de hoje está extenso, mas são assuntos diferentes. Quem não quiser ler mais a respeito do jogo de ontem, pula pro fim que tem um texto do colaborador Estevam Robetti.

Credito a vitória em Caxias ao técnico Abel Braga, da mesma forma que o responsabilizo pela derrota de ontem. Primeiro (o maior) equívoco foi atuar com posições invertidas de Alex e Roger. Um é meia esquerda e jogou pela direita, o outro, direita e jogou pela esquerda. Infrutíferas condições para ambos e determinante para que se consolidasse extrema dificuldade da bola chegar até o Nilmar.

Através da transmissão ouvi do técnico Bonamigo a ordem para seu ataque entrar na área pelo meio. Aí vejo o segundo erro de Abel, foi sendo perceptível durante a partida que pelos lados não produzia com real perigo o time da casa e que a tendência seria o meio que estava escancarado. Então era urgente a entrada de um primeiro volante. Mas, que volante? Sandro ou Danny Moraes. Este último poderia até substituir Orozco, boa parte desse problema seria sanado: 352 e empate lá.

Até o primeiro gol sofrido a partida estava difícil, mas sob controle. O gol foi por acidente, Clemer (que vinha bem no jogo) escorregou no campo molhado e deixou a bola escapar. Daí pra frente o time se desestabilizou e que falta faz Fernandão. Outra questão, tudo bem, eu até disse adeus amor pro Edinho, mas sem um volante que guarde posição, ou zagueiro de líbero, com poder de marcação, fica difícil. Esse jogador não é Guiñazu, nem Magrão, ambos avançam constantemente, jogam mais soltos. Eu quero um Edinho que saia jogando, pois inteligentemente o Paraná foi pra cima do Marcão e perdemos a única via de saída de bola: esquerda. Se não tem esse volante, então volta amor que pelo menos não tomamos gol! Mas sabemos que o elenco oferece jogadores pra função, um dos dois garotos que citei acima.

Entendo que com tantas baixas o técnico tinha poucas opções para esta posição, contudo, era imprescindível que buscasse uma solução dentro do grupo, mesmo que esta não fosse a primeira idéia. Mesmo havendo a preferência por mudar de esquema. A tática usada em Caxias vinha garantindo um resultado positivo na noite de ontem, mas no primeiro gol sofrido, passados dez minutos, Abel deveria ter tido alcance para efetivar essa modificação. Pois um gol era vitória magra, dois já complica. O segundo gol foi falha braba da defesa.

Mas dá pra reverter? Claro que dá. Começa pelo ataque, Fernandão junto do Nilmar na área. São três na zaga do Paraná e todas as atenções ficam no golden boy. Com capitão por ali o foco obrigatoriamente se divide. Depois, um primeiro volante de carteirinha. Continuando e sempre importante lembrar, sem Alex na direita e Roger na esquerda! E pra completar, Magrão ou Guiñazu cobrindo a marcação do Bustos no lateral esquerdo deles que jogou muito bem - na dificuldade de cruzar, avançava em diagonal com velocidade.
É isso. Casa lotada e vamo-le-que-vamo.

Conforme anunciado, aí está a contribuição nesta coluna do Enciclopédia.

Escrito por Estevam Robetti,

Estamos em época de apresentação de balanços no futebol brasileiro, então, vamos falar um pouco desses números: O Internacional é um dos clubes que mais evoluiu no sentido de crescimento de receitas no futebol brasileiro, porém, isso não quer dizer necessariamente que tudo foram flores:

O Inter teve um faturamento em 2004 de R$ 64,757 mi, fruto principalmente das vendas de Nilmar e Daniel Carvalho, sendo que o custo do departamento de futebol do clube (salários e gratificações de jogadores, comissão técnica, etc) ficou em torno de R$ 28,493 mi. Claro que existiram outras saídas de dinheiro do clube, mas convém analisar que, as principais empresas de análise financeira e auditoria no mundo esportivo sugerem que um clube deve manter o custo de seu departamento de futebol em, no máximo, 60% do faturamento. Nesse ano esse custo ficou em 44%.

Em 2005 o Inter, dando seguimento ao seu plano de reestruturação financeira e futebolística, apesar do sucesso nos gramados, teve um faturamento de R$ 49,658 mi, representando 23% de queda em relação ao ano anterior. Isso ocorreu porque o Inter não vendeu jogadores relevantes e com isso não fez caixa, e com a política de contratos longos, viu seu custo no departamento de futebol bater nas alturas (eu não tenho os números exatos, mas segundo as estimativas, o custo do futebol foi de R$ 55,93 mi – 112% do faturamento)... Caímos do 5.º lugar em faturamento no país para o 9.º lugar.

Já em 2006, ocorreu uma reviravolta e o Inter, embalado pelas vendas de jogadores e pelos títulos da LA2006 e do Mundial bateu recorde em faturamento, atingindo R$ 108,9 mi, o segundo maior faturamento do Brasil, atrás apenas do São Paulo (R$ 120 mi). Só que os custos do departamento de futebol atingiram R$ 78,3 mi (40% a mais que no ano anterior), o maior do Brasil, e representando 72% do faturamento do clube. Claro que tivemos comissões, prêmios e vendas de jogadores (que geram custos também) mas ainda assim é um valor extremamente alto. Outro fator a ser analisado também é que, desses R$ 108,9 mi, R$ 47 mi foram provenientes de vendas de jogadores, sendo que o custo foi de R$ 22,7 mi (entre divisão de direitos de jogadores, comissões sobre vendas, etc..), ou seja, tivemos um lucro de aprox. R$ 24 mi. E também desse número podemos tirar que, sem a venda de jogadores, o Inter faturou R$ 62 mi em 2006, ou R$ 5,2 mi por mês. É um número bastante expressivo.

E agora temos 2007. Segundo a Lei 10.672/03, art. 46-A, inciso I, os clubes são obrigados a apresentar seus balanços até o último dia do mês de abril do ano seguinte. Esse ano vamos ter a possibilidade de visualizar como foi o ano do Inter sem os títulos e principalmente, responder a principal dúvida do ano passado: quanto foi e aonde foi aplicada a grana da venda do Pato. Será interessante ver também como foram as despesas com futebol, pois se considerarmos que até o fim do ano passado estimava-se que a folha do Inter beirava os R$ 3 mi/mês, e considerarmos um coeficiente de encargos (+/- 100% s/ folha) teremos um custo mais ou menos igual a 2006, se não for maior. Será que conseguimos atingir aquele patamar "ideal" de 60% que eu citei acima? Só o Balanço dirá. Quem for assinante da Zero Hora, fique atento, até o fim do mês o Inter deve divulgar o balanço nos principais jornais do estado (quem puder, guarda uma cópia pra mim, pois o Inter não divulga na internet), o Corinthians acabou de divulgar o dele, então o do Inter não deve tardar.