Existe um movimento irreverente aqui na Espanha para nomearem uma rua com nome de Rua da Mãe que Pariu Casillas, goleiro da seleção. Tem até um site http://www.calledelamadrequeparioacasillas.com
Ele realmente foi um dos heróis da Eurocopa, defendeu pênalti, é capitão da equipe. O técnico Luis Aragonés desmanchou-se em elogios ao campeão Iker Casillas, dizendo que é um exemplo dentro e fora de campo, essas coisas todas.
Mas o peculiar está na homenagem à mãe, uma senhora muito simpática, diversas vezes entrevistada no decorrer da campanha. É a primeira vez que eu vejo dirigirem-se à figura materna de um personagem futebolístico de maneira carinhosa. Tá certo que Casillas não é juiz, mas vida de goleiro também não é fácil, sabe muito bem disso, com todo respeito, a mãe do Renan.
E a do Taffarel também. Na Copa de 90 tinha um comercial de caldo de galinha, esse de pôr na comida. Aparecia numa filmagem a senhora mãe do Taffarel e noutra a do Dunga, justamente os dois massacrados pela derrota contra a Argentina e eliminação daquele mundial. Quatro anos depois foram os protagonistas do tetra e posso apostar que ninguém saiu às ruas exclamando: filhos de santas!
Sem dúvida é um xingamento universal:
Brasil, filho da...
Espanha, hijo de una...
Estados Unidos, son of a...
Na Arábia, @#$^&%*...
Ou sei lá como se diz. Sei que até no Tibet deve existir o termo pra tal “afago”.
Agora, me diz, pra que falar assim das mamãezinhas?
Ponderando, há de se observar outro aspecto. O xingamento máximo que pode atingir na veia da fúria do ser humano é o direcionado à sua mãe. É como pisar na sua origem. É como um empurrão pelas costas. É um murro que impulsiona o revide. Tudo porque mãe é mãe. É sagrado. Assim sendo, concluo que quando a pessoa grita filho de uma... está fazendo de propósito e sabe muito bem no que pode acarretar.