quarta-feira, julho 02, 2008

5 Remisnicências - Meus primeiros dez anos de futebol

A primeira partida que lembro de ter assistido foi a do bicampeonato brasileiro, em 1976. São lembranças vagas. Recordo mesmo do gol de falta do Valdomiro e da festa da torcida (eu morava em Porto Alegre, na época). Batemos o Corinthians por 2x0.

A final de 1977, entre Atlético MG x São Paulo, eu assisti, mas tenho menos lembranças, ainda. Daquele ano de más lembranças futebolísticas, recordo apenas do salto mortal desastroso de André Catimba, na decisão do Gre-Nal, e da agressão do são-paulino Chicão em Ângelo, do Galo, solenemente ignorada pelo árbitro.

Em 1978 as lembranças são mais vivas. A Copa na Argentina, e o fiasco do Peru. A semifinal do Brasileiro, quando fomos eliminados pelo Palmeiras, e a decisão do Gauchão, em um jogo-extra, quando Valdomiro liquidou com a carreira de Corbo, goleiro gremista. Na final do Brasileiro, inesquecível foi o pênalti bobo cometido por Leão, que deu um “cascudo” em Careca, após defender um cruzamento. Foi expulso e o ex-colorado Escurinho acabou no gol.

O ano de 1979 começa com um bloqueio: não consigo lembrar do Gauchão daquele ano. Em compensação, o Brasileiro é rico em recordações felizes: o Gre-Nal, a vitória sobre o Cruzeiro, no Mineirão, as semifinais, contra o Palmeiras e as finais, contra o Vasco. Nunca vi um atleta jogar tanto quanto Falcão, na vitória de 3x2 sobre o Palmeiras, em São Paulo.

A temporada de 1980 era para ser consagradora! No campeonato brasileiro, uma campanha excelente, que terminou de forma trágica, naquela derrota para o Atlético, em pleno Beira-Rio. Um resultado surpreendente, como a derrota na estréia, para a Itabaiana. Na Libertadores, outra boa campanha, que termina em fracasso: o radinho de pilha cheio de estática chegou a me alegrar, quando consegui decifrar que a partida estava 1x0 para o “zzz..acional”. Infelizmente, logo lembrei que o adversário tinha um nome parecido. Mas já era tarde, já havia provocado todos os primos gremistas que estavam na casa da minha avó, local de reunião da família, quando eu morava no interior. No campeonato gaúcho, assisti pela TV o Internacional perder o título sem perder Gre-Nal.

Em 1981 começava uma época difícil. Falcão já não vestia mais o manto rubro. Lembranças boas foram a grande atuação de Batista, no massacre sobre o Verdão (6x0), e o gol de Silvinho no Gre-Nal decisivo do título gaúcho: Paulo Roberto está procurando o ponta colorado até hoje. Neste mesmo ano, pela primeira vez fui ao Beira-Rio, assistir um empate com o Bangu (0x0).

Do ano de 1982, lembro bem de uma derrota de virada, para o Flamengo, no Beira-Rio (3x2), que sepultou nossas chances no Brasileiro. Depois, a vitoriosa excursão à Europa, onde conquistamos a Joan Gamper. E no Gauchão, os 5 gols de Geraldão em 2 Gre-Nais. No Brasileiro, assisti minha primeira vitória no Beira-Rio: 2x0 no Brasília, gols de Geraldão e Roberto Lampião.

Em 1983, ficou marcado na minha memória o empate em 1x1 com o Sport, em Recife, que eliminou o Colorado, mesmo com a vitória sobre o Galo, na última rodada. Saímos atrás do marcador, empatamos, e tivemos boas chances de virar o jogo, mas ficou mesmo 1x1. No campeonato gaúcho, ganhamos o título sem muitas dificuldades, com uma rodada de antecipação.

O ano de 1984 marcou uma disputa caseira. O Brasil de Pelotas estava entrando na melhor fase de sua história, e meu pai, xavante doente, tornou-se o meu maior rival futebolístico. Criamos até um novo clássico, o Bra-Nal. No campeonato brasileiro, o Brasil ajudou a eliminar o Internacional, junto à Lusa de Tite e o Flamengo de Zico. A seguir, veio a conquista do Torneio Heleno Nunes. Começamos a campanha devagar, sem empolgar, mas levantamos a taça. Na esteira, o Internacional foi a base da Seleção Olímpica que pela primeira vez ganharia uma medalha. No campeonato gaúcho, perdemos as duas partidas para o Brasil, no hexagonal final, mas mesmo assim comemoramos o tetra, porque na penúltima rodada, enquanto perdíamos por 1x0 para os xavantes, em pleno Beira-Rio, o Grêmio levava 3x0 do Nóia, em Novo Hamburgo.

O décimo ano, 1985, marcaria o início de uma nova era sem títulos. E o começo até não foi ruim. O time começou o campeonato brasileiro de forma surpreendente: jogando as duas primeiras fora de casa, batemos o América no Rio (4x0) e o forte Corinthians, em São Paulo (1x0). Entre a 1ª e a 2ª fases, disputamos a Copa Bento Gonçalves. Depois de comemorar a eliminação do Grêmio, na semifinal, a surpresa: perdemos o título para o São Paulo de Rio Grande. Na 2ª fase do Brasileiro, chegamos na última rodada precisando vencer o Bangu, no Beira-Rio, para chegarmos à semifinal, mas perdemos por 2x1. Para piorar, tive de aturar o Xavante do meu pai eliminando o Flamengo e passando de fase. Finalmente, no campeonato gaúcho, perdemos o título no Gre-Nal decisivo: 2x1. Eu estava com 15 anos, e pela 4ª vez, desde que eu havia nascido, o Grêmio conseguia superar o Internacional.

5 Comentários:

Fábio Mota disse...

Falando de um assunto sem relação com o tópico. Alguém viu a campanha da RBS contra o Renan???
Eles colocaram no Globo Esporte desta terça-feira todas as "intervenções" do Renan no Gre-Nal e quando a imagem volta para o Paulo Brito ele sarcásticamente fala: Só levantou a perna nesse lance com o Rodrigo Mendes.
Quando que a RBS se preocupou em fazer isso no caso de um jogador do Grêmio que tenha sido expulso e que tenha gerado discussão???


Só pra não deixar batido, o Inter virou loja da esquina. Passou levou quem quiser??? Se continuar assim Luigi e Píffero não se elegem nem pra síndicos no RS.

Cleber_Tapes/RS disse...

belo texto raul

ja que estamos falando de jogos do passado, domingo passado eu tava olhando
tv esperando o começo do jogo Alemanha e Espanha, e zapiando pelos canais
ai vi que ia dar o compacto da final de 58 Brasil x Suécia.

fui olhar...

olha vo ti falar, não peguei no sono por sorte, jogo brabo de se ver
praticamente todos em campo não corriam mais que 2 metros.
erros de passe a toda hora, não tinha lançamentos longos.

os dribles eram feitos a um metro
do outro jogador.

olha uma coisa bisonha de se ver.

o pelé nesse jogo tava igual ao marcão na velocidade mais ou menos.

sei que o futebol mudou muito, depois olhando a final da Eurocopa, o melhor jogo de Futebol que vi depois de Inter e Barça,
chego a conclusão que o Futebol evoluiu, melhorou muito.

não considero o pelé rei

acho que isso é mais coisa de marketing.
ele fez os mile e tantos gols porque os zagueiros da época eram amadores
hoje em dia ele não chegava a 500 gols nem a pal.

sobre o Inter

é como falei

obrigado Guina, mas a cabeça dele ta tão cheia com a grana que vai ganhar
que ta até brotando cabelo

eu gostaria de ver ele e tinga no meio do Inter mas....

ja que não da pra ter os dois, prefiro mil vezes o tinga, pega a grana dele e mais a do sidinei e busca o tinga
que vamos melhorar e muito.

Schroder-EUA disse...

Raul eu lembraria entes de 79 se tivesse morado ai.Aqui lembro ate de 74, 75..mas no Brasil so a partir de 79.

Em 80 eu lembro o gauchao perdido em Sao Borja com gol de um Enoir que depois veio a POA comemorar no olimpico..foi tratado como heroi.

Marimas disse...

Muito legal Raul...

Tenho muita gente xavante na família tb... é meu segundo time.

Nelson - CONVERGÊNCIA COLORADA disse...

Pois o Alexxx joga assim Cleber, não dá uma ´arrancada` !!!!

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