Uma das formas de financiamento das reformas do Beira-Rio, pelo que se tem dito, principalmente nos últimos tempos, seria com a utilização de recursos próprios. Pois bem, taí um expressão que tem me incomodado muito nestes dias!
Estive na Reunião do Conselho Deliberativo do Inter onde nosso novo Gerente Executivo (profissional), Aod Cunha, expôs a previsão de défcit gigante para o ano de 2011. Nessa ocasião, ele demonstrou que uma das principais fontes de receita do clube, nos últimos anos, vem sendo os empréstimos bancários.
Sim, os mesmos dos quais qualquer dona de casa minimamente instruída sabe que deve fugir como diabo foge da cruz, em virtude dos enormes juros que essa forma de financiamento impõe. Ou seja, uma das principais fonte de receita do clube é, também, uma de suas principais causas de endividamento. Não à toa, é o primeiro item a ser cortado por Aod em sua gestão financeira no Inter.
Pois bem, se o Inter é deficitário e precisa cessar o uso de financiamentos bancários como fonte de receitas, onde estão os chamados recursos próprios para a realização das obras no Beira-Rio? Ora, estão nas instituições financeiras, é claro!
Alguém dirá que há também a venda de camarotes e suítes! Mas daí eu pergunto: o clube de futebol que toma empréstimo como fonte de receita, arrebenta tubulação de esgoto pra fazer a fundação da cobertura, vai saber vender camarote e suíte? Não e por uma simples razão: esse não é o negócio do clube.
Os erros primários acima citados, no gerenciamento de finanças e de obras, são decorrentes da falta de conhecimento específico nessas áreas. Isso é elementar! Então, ainda que dispuséssemos de qualificadíssimos corretores de imóveis trabalhando gratuitamente no Beira-Rio para efetuar a venda de mais de uma centena de caríssimos camarotes (se é que há mercado para isso), ainda teríamos que considerar os custos dessa obra específica.
O que quero dizer, em suma, é que os recursos próprios que por muito tempo se disse para a torcida que existiam, nada mais passam de financiamentos bancários tomados a juros exorbitantes. E isso, a meu ver, são recursos que, de próprios, não têm nada!
Só que quando entro no Beira-Rio, vejo como todo mundo, que metade da Social já não está mais lá. Começou a ser derrubada antes mesmo do primeiro gol do Mazembe em Abu Dhabi. E agora, o que leio e ouço é, em outras palavras: te vira, Conselheiro, decide o que é melhor pro clube.
Pois bem, é nisso que tenho me detido nos últimos dias e é sobre isso que tratarei esta noite, em reunião do Convergência Colorada, e amanhã, na Reunião do Conselho Deliberativo do clube. Firmaremos contrato com uma empreiteira ou tomaremos novos empréstimos junto à instituições financeiras? Eis a questão. Deixar o estádio parcialmente demolido é que não dá!
Recursos próprios? Sei...