O Inter tem cerca de 340 Conselheiros. 300 com mandato de 4 anos, dos quais metade (150) são eleitos ou reeleitos a cada 2 anos. Os outros quarenta e poucos são natos, ou seja, não precisam ser reeleitos. O natos são os ex-Presidentes do clube, ex-Presidentes do Conselho e Conselheiros que mantiveram essa condição por mais de 30 anos. Eu, sou Conselheiro desde dezembro de 2010.
Para fazer alguma diferença nesse contexto, é preciso pertencer a algum Movimento Político. O Inter tem cerca de 10 Movimentos com representantes no Conselho Deliberativo. Alguns que já foram grandes e hoje tem menos de 10 Conselheiros, outros que crescem e/ou mantêm-se com cerca de 30 a 40 Conselheiros. O maior de todos contabiliza cerca de 100 Conselheiros, mas os efeitos do racha da Situação ocorrida na última eleição fazem com que, na prática, quase nenhum Movimento possa saber, exatamente, com quantos votos pode contar a cada votação no Conselho.
Dependendo da matéria submetida à apreciação do Conselho, os Movimentos mudam seu ponto de vista de acordo com critérios muito mais complexos que, simplesmente, o fato de estarem na Situação ou na Oposição. Nem isso, hoje, é muito claro no clube. Isso se evidenciou em dois momentos este ano: nas reuniões que debateram a alteração do modelo de financiamento das obras do projeto Gigante Para Sempre (que após muito debate acabou com aclamação unânime) e na apreciação das Contas do ano 2010, onde houve Conselheiros votando de acordo com critérios eminentemente técnicos e/ou políticos.
Nessas votações, muitas vezes um Movimento decide votar em bloco, ou seja, impondo a todos os seus Conselheiros votarem de determinada maneira. No entanto, não se pode garantir que todos obedecerão à essa decisão, nem mesmo prever com absoluta certeza quantos comparecerão à essas reuniões. Quanto a isso, da minha brevíssima experiência, ao menos posso dizer que tenho visto bons quóruns no Conselho. Em quase todas as reuniões deste ano, havia mais de 200 presentes. Considerando que no primeiro turno das eleições do ano passado houve recorde de presenças, com 314, dá pra se dizer que a assiduidade dos Conselheiros neste ano é satisfatória.
Pois bem, considerando todas essas circunstâncias, talvez se tenha uma melhor ideia de que um Conselheiro, sozinho, pouco ou nada tem condições de fazer. Claro, tudo depende de habilidade política, capacidade de relacionamento. Mas no meu caso, torcedor anônimo, isso é evidente. Fosse eu um ex-Presidente, bem, daí a coisa seria diferente. Ainda assim, é através da atuação coletiva que se obtém melhores resultados.
No meu caso, sou associado ao Movimento INTERnet/BV, que ficou mais conhecido em 2008, ao se candidatar sem coligar-se com nenhum outro Movimento e obter 23 cadeiras no Conselho, através do voto direto do sócio. À época, a então Chapa 3 ganhou algumas linhas nos jornais da Capital. Em 2010, nos coligamos com outros 2 grupos, compondo a coligação Convergência Colorada. Essa, até hoje ainda ganha uma ou outra nota sempre que há alguma votação no Conselho do clube. Mesmo assim, o Convergência, sozinho, não chega a 1/3 do Conselho, apenas para que se tenha uma vaga ideia da dificuldade que existe para se obter algum efeito prático nas ações do clube.
Contudo, feitas todas essas considerações, tenho certeza de que quem aguentou ler até aqui deve estar se perguntando: tá, mas e o futebol? Pois é, e o futebol? É aí que talvez incida a maior decepção da maioria dos sócios que um dia chegam ao Conselho.
Como Conselheiro, se tem acesso a algumas dependências do clube que o sócio ou torcedor não tem. Pode-se entrar em algumas áreas do vestiário ao final dos jogos, por exemplo, ou em alguns treinos. Mas saber do que realmente se passa no departamento de futebol, não. Até compreendo essa situação. O futebol é a atividade fim do clube, é onde são geridos os “segredos industriais” da instituição. E do jeito que as coisas vazam para a imprensa, muitas vezes através de Conselheiros, é absolutamente compreensível esse fechamento do futebol.
Além disso, o que mais decepciona, é a quantidade de boatos infundados que se espalham, no mais da vezes, decorrência dos interesses eleitorais deste ou daquele Conselheiro, deste ou daquele grupo de Movimentos. Já cansei de ouvir “informações” que não se confirmaram. É o tipo de situação que te deixa indignado e que pode te deixar em maus lençóis. Ora, antes de ser eleito Conselheiro, eu dava muito mais valor à “palavra do Conselheiro”. Hoje, percebo que se o que um membro do Conselho diz não se concretiza, pode não ser por má fé do referido interlocutor, mas pode ele mesmo ter sido induzido em erro.
Atualmente, a quantidade de boatos que rondam o Departamento de Futebol são incontáveis. Boatos sobre jogadores, membros da Comissão Técnica, dirigentes, ex-dirigentes, empresários, enfim.
O que posso dizer é que, na medida do possível, tento representar os inúmeros torcedores com quem tenho contato diário, principalmente através da internet, fazendo valer nossos interesses dentro do meu Movimento. Obtendo êxito, busco levar essas ideias à coligação que integramos e, quando se obtém muito sucesso, se consegue algum efeito prático no Conselho e, se for o caso, alguma consequência prática na gestão.
Ainda assim, estamos falando quase sempre das atividades meio do clube, não do futebol. Claro, isso é fundamental, afinal é a estrutura administrativa da instituição que gere seus recursos, trabalha para melhor aproveitá-los e tudo, evidentemente, para que se forneça ao clube as melhores condições de investir no futebol. Trata-se, sim, de uma atividade de grande relevância. E afinal, é através dessa atuação que se obtém relevância política para, finalmente, conseguir vencer a cláusula de barreira do Conselho para chegar ao segundo turno das eleições presidenciais quando, então, todos os sócios exercem seu direito de voto. Aí sim, se poderá chegar ao futebol.
Antes disso, todavia, continuamos como todo torcedor, enlouquecidos com determinadas contratações, escalações, substituições. Mas, mais que isso, seguimos atordoados com o sem fim de especulações acerca das reais motivações das diferentes e surpreendentes relações de jogadores anunciadas para cada nova rodada dos campeonatos que disputamos.
Para fazer alguma diferença nesse contexto, é preciso pertencer a algum Movimento Político. O Inter tem cerca de 10 Movimentos com representantes no Conselho Deliberativo. Alguns que já foram grandes e hoje tem menos de 10 Conselheiros, outros que crescem e/ou mantêm-se com cerca de 30 a 40 Conselheiros. O maior de todos contabiliza cerca de 100 Conselheiros, mas os efeitos do racha da Situação ocorrida na última eleição fazem com que, na prática, quase nenhum Movimento possa saber, exatamente, com quantos votos pode contar a cada votação no Conselho.
Dependendo da matéria submetida à apreciação do Conselho, os Movimentos mudam seu ponto de vista de acordo com critérios muito mais complexos que, simplesmente, o fato de estarem na Situação ou na Oposição. Nem isso, hoje, é muito claro no clube. Isso se evidenciou em dois momentos este ano: nas reuniões que debateram a alteração do modelo de financiamento das obras do projeto Gigante Para Sempre (que após muito debate acabou com aclamação unânime) e na apreciação das Contas do ano 2010, onde houve Conselheiros votando de acordo com critérios eminentemente técnicos e/ou políticos.
Nessas votações, muitas vezes um Movimento decide votar em bloco, ou seja, impondo a todos os seus Conselheiros votarem de determinada maneira. No entanto, não se pode garantir que todos obedecerão à essa decisão, nem mesmo prever com absoluta certeza quantos comparecerão à essas reuniões. Quanto a isso, da minha brevíssima experiência, ao menos posso dizer que tenho visto bons quóruns no Conselho. Em quase todas as reuniões deste ano, havia mais de 200 presentes. Considerando que no primeiro turno das eleições do ano passado houve recorde de presenças, com 314, dá pra se dizer que a assiduidade dos Conselheiros neste ano é satisfatória.
Pois bem, considerando todas essas circunstâncias, talvez se tenha uma melhor ideia de que um Conselheiro, sozinho, pouco ou nada tem condições de fazer. Claro, tudo depende de habilidade política, capacidade de relacionamento. Mas no meu caso, torcedor anônimo, isso é evidente. Fosse eu um ex-Presidente, bem, daí a coisa seria diferente. Ainda assim, é através da atuação coletiva que se obtém melhores resultados.
No meu caso, sou associado ao Movimento INTERnet/BV, que ficou mais conhecido em 2008, ao se candidatar sem coligar-se com nenhum outro Movimento e obter 23 cadeiras no Conselho, através do voto direto do sócio. À época, a então Chapa 3 ganhou algumas linhas nos jornais da Capital. Em 2010, nos coligamos com outros 2 grupos, compondo a coligação Convergência Colorada. Essa, até hoje ainda ganha uma ou outra nota sempre que há alguma votação no Conselho do clube. Mesmo assim, o Convergência, sozinho, não chega a 1/3 do Conselho, apenas para que se tenha uma vaga ideia da dificuldade que existe para se obter algum efeito prático nas ações do clube.
Contudo, feitas todas essas considerações, tenho certeza de que quem aguentou ler até aqui deve estar se perguntando: tá, mas e o futebol? Pois é, e o futebol? É aí que talvez incida a maior decepção da maioria dos sócios que um dia chegam ao Conselho.
Como Conselheiro, se tem acesso a algumas dependências do clube que o sócio ou torcedor não tem. Pode-se entrar em algumas áreas do vestiário ao final dos jogos, por exemplo, ou em alguns treinos. Mas saber do que realmente se passa no departamento de futebol, não. Até compreendo essa situação. O futebol é a atividade fim do clube, é onde são geridos os “segredos industriais” da instituição. E do jeito que as coisas vazam para a imprensa, muitas vezes através de Conselheiros, é absolutamente compreensível esse fechamento do futebol.
Além disso, o que mais decepciona, é a quantidade de boatos infundados que se espalham, no mais da vezes, decorrência dos interesses eleitorais deste ou daquele Conselheiro, deste ou daquele grupo de Movimentos. Já cansei de ouvir “informações” que não se confirmaram. É o tipo de situação que te deixa indignado e que pode te deixar em maus lençóis. Ora, antes de ser eleito Conselheiro, eu dava muito mais valor à “palavra do Conselheiro”. Hoje, percebo que se o que um membro do Conselho diz não se concretiza, pode não ser por má fé do referido interlocutor, mas pode ele mesmo ter sido induzido em erro.
Atualmente, a quantidade de boatos que rondam o Departamento de Futebol são incontáveis. Boatos sobre jogadores, membros da Comissão Técnica, dirigentes, ex-dirigentes, empresários, enfim.
O que posso dizer é que, na medida do possível, tento representar os inúmeros torcedores com quem tenho contato diário, principalmente através da internet, fazendo valer nossos interesses dentro do meu Movimento. Obtendo êxito, busco levar essas ideias à coligação que integramos e, quando se obtém muito sucesso, se consegue algum efeito prático no Conselho e, se for o caso, alguma consequência prática na gestão.
Ainda assim, estamos falando quase sempre das atividades meio do clube, não do futebol. Claro, isso é fundamental, afinal é a estrutura administrativa da instituição que gere seus recursos, trabalha para melhor aproveitá-los e tudo, evidentemente, para que se forneça ao clube as melhores condições de investir no futebol. Trata-se, sim, de uma atividade de grande relevância. E afinal, é através dessa atuação que se obtém relevância política para, finalmente, conseguir vencer a cláusula de barreira do Conselho para chegar ao segundo turno das eleições presidenciais quando, então, todos os sócios exercem seu direito de voto. Aí sim, se poderá chegar ao futebol.
Antes disso, todavia, continuamos como todo torcedor, enlouquecidos com determinadas contratações, escalações, substituições. Mas, mais que isso, seguimos atordoados com o sem fim de especulações acerca das reais motivações das diferentes e surpreendentes relações de jogadores anunciadas para cada nova rodada dos campeonatos que disputamos.