Enquanto todo mundo falava em Flamengo, Copa do Brasil, poupar titulares no Brasileirão, o Inter encarou o Palmeiras e registrou o maior público da rodada. Até aí, quase ou nenhuma novidade. Todo mundo sabe que jogo no domingo às 16h atrai bom público. A novidade foi que, nessas circunstâncias, a EPTC resolveu trancar parcialmente a Av. Padre Cacique, criando corredores sem saídas e embretando vários torcedores que desejavam chegar ao estádio.
Mas não dá nada, quem chegou tarde viu o gol do Danny no show do intervalo que virou o novo placar eletrônico do Beira-Rio. Aliás, aquilo ali não é placar, pois faz de tudo, menos indicar quanto tá o jogo. Mas tá bonito e criativo, principalmente a promoção do intervalo. Que espetáculo, todo mundo levantando a carteirinha de sócio pra aparecer no telão.
Outra baita novidade foi a numeração fixa. Que os titulares tinham a prerrogativa de jogarem sempre com o mesmo número não é novidade. Ano passado, D’Alessandro era sempre o camisa 15. Este ano assumiu a 10. Mas no domingo, Bolívar, mesmo na zaga, foi 2, Marcelo Cordeiro foi 16, Glaydson 14, Andrezinho 17 e Alecsandro 18. No banco, Guiñazu com a 5, Nilmar com a 9 e D’Alessandro com a 10. Somente Danny com a 3 do Índio, Danilo com a 4 do Álvaro e Rosinei com a 11 do Magrão, destoaram. Isso porque os referidos titulares não foram nem relacionados. Mas não deixou de ser uma novidade no Inter e acho que ela deve ser saudada.
Também me chamou a atenção ver o time reserva jogando com o mesmo desenho tático do titular. Pode parecer óbvio, mas o time de domingo era um clone tático do de quarta. Os laterais pouco ou nada sobem. É a tal da linha de quatro defensiva. Até aí tudo bem. Não foi Colombo, mas esse ovo, quem colocou em pé pela primeira vez foram os italianos. Só que na linha de quatro defensiva do Inter, os laterais esperam demais os avanços dos adversários e isso me preocupa.
Houve um lance do segundo tempo em que isso ficou evidente. O jogador palmeirense avançou livre pela direita e alçou a bola sem qualquer marcação para a área. Resultado final do lance: Diego Souza cabeceou a bola na trave do Lauro. Lauro que, menção justa seja feita, vem jogando excelentes partidas. Esperamos que continue assim, juntamente, é claro, com a defesa que, com Danny no miolo de zaga, parece ficar menos assustada e lenta.
O interessante desses jogos é que, ao menos pra mim, sempre é final de campeonato. Fico numa ansiedade bárbara na arquibancada, chuleando os três pontos feito louco. Três pontinhos aqui, mais três ali e, pouco me importa se o título virá num sábado, após um empate do Corinthians ou do Cruzeiro, para ser comemorado no domingo, com derrota para o Barueri. Tipo o que aconteceu com o Barcelona, na Espanha, neste fim de semana. Do Brasileirão eu quero o título e cada jogo é uma final!
Mas amanhã também poderemos ter uma final! Sim, pois no mata-mata, todo confronto é uma final! Se a vitória não garante o título agora, até um empate pode nos eliminar. Mas para ser campeão, vencer o Flamengo ou o União de Rondonópolis vale a mesma coisa, só muda a ordem cronológica dos jogos. Tem que ganhar de todos.
Além do mais, é claro que o estádio estará lotado e o clima será de grande decisão. O Beira-Rio vai ser, mais uma vez, um grande caldeirão, sem dúvida alguma! E rugirá como nunca na hora em que a Popular puxar o hit inspirado na Brasília Amarela dos Mamonas Assassinas. O ensaio de domingo já comprovou isso. Em termos de torcida, tudo leva a crer que teremos uma reedição do show da final da Copa Sul-Americana. Espero que o resultado de campo seja igualmente satisfatório, mas com menos sofrimento, de preferência.
São dias de intensa emoção, que certamente ficarão guardadas na memória e nos corações de muitos colorados, como eu e meu filho. No domingo, chegamos ao estádio já com bola rolando. E graças à atenção que tive que dar ao meu pequeno, me desliguei em alguns momentos da partida e aliviei um pouco da tensão com ele, com quem me divirto nas situações mais inusitadas.
Só mesmo o paladar de um guri de quatro anos de idade para conjugar, em cerca de quarenta e cinco minutos, um picolé de uva, um Fandangos e um refri. Isso, é claro, não poderia deixar de vir acompanhado de um pedido para ir ao banheiro aos quarenta minutos do segundo tempo. E para fazer o número dois!
Felizmente, ele teve a tranquilidade necessária para fazer o que precisava, em pleno estádio, em tempo de voltarmos para a arquibancada e comemorarmos juntos o gol do D’Alessandro. Ao final, saí todo orgulhoso, contando pra todo mundo o que o meu filho fez! Bem coisa de pai bobo. Eu sou, mas quem não é?
Que domingo! O dia do picolé de uva, do Fandangos e do refri! Nunca me esquecerei. Acho que é por coisas assim que a gente vai ficando saudosista. Lembranças boas sempre fazem a gente ter saudade do passado. Mas, ao mesmo tempo, não vejo a hora que chegue amanhã. Que novas experiências me aguardam? Não sei, mas uma coisa é certa: todos ao Beira-Rio!