Neste colorado que vos escreve há um “que” de reticências pairando no ar.
Ressabiado com eventos que se assemelham em demasia aos recentes anos de decepções futebolísticas, a pergunta que vos questiono é uma só: “quais as reais aspirações do colorado nesse campeonato brasileiro?”
Iremos brigar pelo título? Ou a Libertadores estará de bom tamanho face as deficiências de mecânica de jogo e péssimo momento técnico de alguns jogadores? Ou pior ainda, sem comando e sem jóquei deveremos no fim nos conformar com a Sulamericana?
Confesso-lhes que não tenho a resposta para esses questionamentos. A questão anímica, sinceramente, parece preponderante para balizarmos aonde esse time pode chegar.
Em uma ponta do iceberg, um time que passou o primeiro semestre praticamente de maneira irretocável, chegando à final da copa do Brasil e liderando o campeonato brasileiro jogando com time misto e com foco dividido entre as duas competições.
Em contrapartida, um segundo semestre de uma equipe sem confiança, conformada com a derrota e com a queda de rendimento, sofrendo gols a rodo e incapaz de apresentar um futebol convincente.
Jogadores outrora decisivos divorciaram-se do bom futebol, a zaga antes intransponível falha com frequência assustadora e o esquema com 3 volantes mostra-se improdutivo, afundando técnico e taticamente.
Das últimas 5 partidas fora de casa, derrotas “ao natural” para Atlético-Pr, Botafogo, Grêmio e Flamengo, e uma mísera vitória contra o Náutico, distantes mais de 2 meses atrás.
A saída de Nilmar e Álvaro, somadas ao retorno de Sorondo e afastamento, momentâneo ou não de D´Alessandro e Magrão mexeram radicalmente na fotografia do time.
Mudança que pode ficar ainda mais acentuada com a chegada de Edu, Eller e talvez Cléber Santana. O destino ainda está se encarregando de dar uma força, forçando o afastamento do pesado, lento e caricato Índio pelas próximas 2 ou 3 rodadas.
Muda-se a fotografia do time e muda-se o rótulo de favorito ao título (agora em mãos paulistas). Muda-se mesmo até as certezas e as convicções.
O que se espera, acima de tudo, é que mude o estado resoluto em que vêm se aceitando as derrotas e se adiando as mudanças realmente necessárias.
Mudança de postura, de discurso, de ambição. Mudanças de escalação e de esquema tático.
Se o novo Inter que projeta-se para o segundo semestre é o de real postulante ao título nacional e não de vaga a Libertadores, a volta das vitórias fora de caso é inadiável.
Três pontos contra o Santo André são fundamentais para a reconstrução de uma confiança abalada, que não atinge apenas os jogadores, mas mostra-se incrustada no seio da ressabiada torcida colorada.
Qual Inter veremos sábado? Ou melhor, o que ambiciona este time?
Estou ansioso pela resposta.