segunda-feira, fevereiro 28, 2011

32 Números

32
4-4-2. 4-3-3. 3-5-2. 4-5-1. 3-6-1. 4-2-4. 3-4-3. 3-3-4. 4-2-3-1. 4-1-4-1.

Os números podem dizer muita coisa, mais também podem não revelar nada. Principalmente no que tange a escalações táticas.

A tradicional “sopa de letrinhas” (nesse caso, de números) não importa. O número de zagueiros, VOLANTES, meias, atacantes, também não.

O que realmente importa são as funções que os determinados jogadores desempenham, e suas características.

Um jogador que não tem 20 gols na carreira como profissional, que não chuta a gol e que não entra na área pode fazer as funções de articulação?

Um jogador que não mantém posição, carrega a bola em demasia e não sabe marcar sem fazer faltas pode ser considerado um primeiro volante?

Um zagueiro que não tem mais o vigor de outrora e está sem explosão, pode estar exposto ao combate direto a todo momento, sem cobertura nenhuma?

Um atacante de lado de campo pode ter como função a criação e a articulação ofensiva?

Por fim, pode, independente do esquema tático, um treinador que prima pela teimosia, pela insistência em suas ideais e princípios que, mesmo que comprovadamente infrutíferos não são revogados?

O que precisa ser revogado é essa idéia arcaica de futebol que impera sob o comando de Celso Roth.

A linha divisória entre insistência/teimosia e convicção é muito tênue. E nosso treinador não parece saber diferenciá-las.

O time joga com apenas um centroavante, um jogador de lado de campo e um único articulador cerebral que fica sobrecarregado. Sem equilíbrio, é notável que o futebol fica muito aquém quando existem apenas 3 a 4 jogadores responsáveis pelas ofensividade da equipe, enquanto os outros 6 cumprem essencialmente tarefas defensivas (exceção feito aos dias cada vez menos comuns de Kléber como um falso meia esquerda).

Espero que, se a luz divina não dê o ar de sua graça em nosso treinador, que alguém da direção interceda.

Com o retorno de Bolívar, Sóbis, D’Alessandro e Tinga não se pode colocar a culpa na falta de material humano.

A solução de dois problemas crônicos se tornam imperativos para uma melhora notável no futebol apresentado pela equipe:

1. Correção do lado direito defensivo: Índio deve ser sacado do time, com o ingresso de Bolívar e a manutenção de Sorondo. Posteriormente, deve ser acertada a mecânica de cobertura pelo primeiro volante quando da subida de Nei ao ataque, bem como uma ajuste do posicionamento do lateral, que quando sobe deixa uma avenida as suas costas. O primeiro volante, Bolatti (contratado para isso) deve resguardar mais posição, aos moldes de Sandro no ano passado. Guinazu será segundo volante (jamais articulador) e responsável pela cobertura quando das subidas de Kléber.

2. Articulação: D’Alessandro precisa receber auxílio na articulação. Várias alternativas podem ser testadas. Em um 4-4-2 clássico, Oscar, Tinga (caso se recupere fisicamente) e até mesmo Zé Roberto podem ser testados. Neste caso, Damião e um jogador menos centralizado, como Sóbis ou até mesmo Cavenaghi completariam. A outra alternativa é um esquema 4-2-3-1, com Damião centralizado, D’Alessandro como “engache”, Zé Roberto na esquerda e Sóbis/Cavenaghi na direita. Mais importante que a alternativa, deve-se cobrar insistentemente articulação e chegada na área para conclusão desses meias.

A chance de títulos passa muito além de números, nomes e esquemas.

É necessário repensar a idéia de futebol.