Eu não estava presente na reunião que fundou o Internacional. Eu não votei nas cores que seriam as do clube. Eu não joguei a primeira partida da história colorada. Tampouco assisti ao jogo no qual superamos o rival em confrontos diretos.
Também não vi o Rolo Compressor nos Eucaliptos. Nem vi o melhor time do mundo da segunda metade da década de setenta no Beira-Rio. Ainda assim, um certo dia, me encantei com o time da camisa colorada.
Eu sou daqueles tantos que amava um time e o admirava por seus feitos do passado que teimavam em não se renovar no presente. Mas mais que o destino, me mantive teimoso na minha adoração e renovei minha paixão pelo Inter a cada derrota, por mais doída que fosse.
Ser colorado sempre foi, pra mim, motivo de orgulho. Aprendi em duras épocas que uma história rica não só em feitos, mas em princípios e valores, deve ser preservada e, mais que isso, celebrada. E assim me mantive fiel, até o dia em que vi meu time vencer.
Após conquistar o Bicampeonato da América, assistindo a todos os jogos dessas duas conquistas no Beira-Rio, mais um no Morumbi, posso dizer que a alegria maior de ser campeão é a de sentir que estou revivendo glórias que aqueles que me antecederam já o fizeram, cada qual a seu tempo.
O melhor de tudo de ser colorado é saber que as novas vitórias trazem muito mais que novas taças para o nosso armário, novas faixas para os nossos peitos. O melhor, é saber que essas vitórias renovam nossos princípios, renovam nossa história e mantêm renovada, mais ainda, nossa paixão.
Novas conquistas atraem novos adeptos, novos seguidores, novos torcedores. Pois a missão de todo colorado, neste momento, é ensinar aos mais novos por que é tão bom ser colorado, por que é tão representativo, por que é tão distinto. É isso que traz mais brilho às nossas taças, é isso que traz mais relevância aos nossos feitos.
Iguais aos outros, nós? Não, não faria sentido. Nascemos para ser diferentes e assim o somos. Com todo respeito, mas com muito orgulho também.
Campeão do Mundo, Bi Campeão da América e Tri do Brasil! Sim, hoje sou isso tudo, mas mesmo assim e, aconteça o que acontecer no futuro, continuarei sendo o mesmo que sempre fui: colorado. Por que identidade não se iguala.