Com preferências de jogadores, esquemas táticos e forma de jogar futebol. No começo do ano, após um 2009 de muitos “quase”, coloquei meu chapéu de Roman Abramovich em ação. Tal qual o "milionário russo jogador de Championship Manager da vida real", elegi as prioridades para reformular o plantel colorado.
Lateral direito, zaga, primeiro volante, terceiro homem de meio campo, centroavante.
Estas eram as prioridades/deficiências. Procurei fazer uma lista com 2 a 3 nomes para cada uma dessas posições. Opções viáveis, algumas de maior investimento outros nem tanto. Mas nada mirabolante, tipo Messi, Gerrard, Maycon, Lúcio e outros atletas no auge, com salários milionários.
Afinal, apenas o chapéu era igual ao russo, e não a conta bancária.
Nas laterais, Vítor (ex Goiás, agora Palmeiras), Cicinho ou Léo Moura (Flamengo). A lista de zagueiros pretendidos era formada por Breno e Alex Silva. Na primeira "volância", a eficiência discreta de Rodrigo Souto ou a marcação implacável de Williams do Flamengo. Ibson, Tinga e Jádson seriam as opções para as meias. Por fim, Kléber "gladiador", Fred e Sóbis para reforçar o ataque.
Pois bem. Estamos no segundo semestre e quase na metade do campeonato brasileiro. Destes nomes, quais deles seriam contratações acertadas? Vítor, Rodrigo Souto, Cicinho, Léo Moura, Kléber Gladiador... Nomes que HOJE não empolgam; passam por fases discretas, pra não dizer irregulares.
Fred, apesar da unanimidade, ganha salário estelar (europeu) e têm passado boa parte do ano no departamento médico. Breno é reserva sem muitas oportunidades no futebol alemão, e parece distante de confiável. Apesar da qualidade, hoje uma aposta.
Ibson e Jádson estão em mercados sem visibilidade, e consequentemente, não sabemos precisar em que momento técnico estão. Sóbis retornou, mas ainda está muito aquém do seu potencial e de sua melhor forma física. Pode-se dizer, com certa relatividade, que da lista, apenas Tinga e Alex Silva passam por um bom momento.
Alex Silva, apesar de hoje estar machucado, foi um dos pilares que permitiu ao São Paulo chegar a fase semifinal da libertadores, compensando o péssimo momento de Miranda, as improvisações do medíocre Richarlysson e um sistema defensivo inconsistente, fruto de um Ricardo Gomes totalmente sem comando.
Tinga, bom, este é um cara que torna o time coeso, ataca e defende com igual intensidade e demonstrou não ter parado no tempo. Sóbis, pelo oportunismo de seu primeiro gol e pela potencialidade que têm, pode ser incluso no grupo dos acertos.
A questão é que vejo muitas críticas a nomes, mas futebol NÃO É CIÊNCIA EXATA. O Real Madrid que o diga, que todo santo ano torra o que tem e que não tem e acaba sendo apenas um arremedo de time.
Apenas quero ilustrar que nem mesmo as apostas seguras, de comprovada qualidade se tornam certeiras.
Todo time quer ser campeão, e apenas um acaba sendo. O sucesso futebolístico depende de muitas variáveis. Preparação física, logística, planejamento, treinamento, capacidade de reavaliar rumos, tomar decisões. E para complicar, o time ainda tem que "dar liga", os jogadores chaves tem que estar em um bom momento, as lesões tem que passar longe, e até mesmo os deuses do futebol tem que colaborar.
(In) Felizmente, não existe verdade absoluta nem lógica no futebol. Existe trabalho (salve Muricy), obstinação, qualidade, e é claro, uma boa dose de sorte. Por isso, a próxima vez que o Inter anunciar um Celso Roth da vida, sempre pondere o inexplicável.
Afinal, futebol não tem lógica nenhuma.
Deve ser por isso que é tão apaixonante.

Ps: Me perdoa Celso Roth!!!!!