quarta-feira, junho 17, 2009

46 Ônibus ou Mercedes?

46
O fatídico ano era de 2005, distantes 13 anos do último título de relevo colorado, uma longínqua Copa do Brasil em 1992

De líder a 4º colocado em uma trágica noite onde não houveram jogos de futebol muito menos bom senso até a escandalosa e trágica arbitragem no decisivo e imperativo jogo contra o Corinthians, o gosto que ficou na boca de todos os colorados foi o mais amargo possível.

Vale destacar a jocosa frase do vice de futebol do Corinthians na época, desdenhando das diferenças de investimento entre os plantéis e exaltando a parceria M$I que despejava milhares e milhares de dólares de origem duvidosa no clube:

"A verdade é que enquanto uma pessoa tem duas Mercedes Benz para andar, outras precisam pegar ônibus".

O autor dessa pérola, uma das coisas mais odiosamente preconceituosas e “anti” tudo que um time de massa como o Corinthians significa, é hoje o atual presidente do clube, o Sr. André Sanchez.

Pois bem, quatro anos depois, o ônibus colorado que conta com condução correta e trilha o caminho da solidez e da boa administração foi longe, muito longe:

2 Campeonatos Gaúchos
1 Taça Libertadores da América
1 Copa do Mundo FIFA
1 Recopa Sulamericana
1 Copa Sulamericana
1 Copa Dubai

As Mercedes corinthianas entretanto, conduzidas com soberba, caos administrativo e prepotência acabaram por enguiçar, tendo passado um bom tempo na mecânica que só abria na “segunda”.

Com o sumiço da parceria faltaram recursos e sobraram contas e dívidas de herança maldita, e o percurso percorrido por este “possante” carro foi bem, mas bem modesto:

1 Campeonato Paulista
1 Campeonato Brasileiro Série B (que nem consta no site do clube, tamanho o orgulho da “façanha”)

Fato é que uma rivalidade muito grande surgiu, resquício de uma conquista que nos foi usurpada e de uma animosidade que só cresce desde então.

Hoje, os papéis se invertem e os recursos e investimentos vultuosos, aliados a boa estrutura administrativa e econômica pendem para o lado colorado.

No entanto, que a Mercedes colorada seja guiada pela humildade, pela sobriedade e pela raça que caracteriza nossas conquistas.

Não esqueçamos que nossas origens e nosso estilo farrapo de vencer e sobrepujar os inimigos no campo de batalha são alicerçados na virtude e no caráter e nunca na soberba ou na empáfia.

Jamais desmerecemos nossos inimigos.

E por fim, que os ânimos exaltados e acirrados se restrinjam ao futebol e que a paz reine e impere entre as torcidas.

Como formadores de opinião, temos nossa responsabilidade de clamar pelo respeito, pela civilidade e pela rivalidade sadia, que ainda é o grande barato do futebol.

Todos já estamos nervosos, ansiosos, em espírito de batalha: juntos, desde já jogamos juntos e empunhamos nossas armas ao lado de nossos guerreiros colorados.

Em uníssono, hoje bradamos que esse “pais tropical, abençoado por deus e bonito por natureza” tem um novo dono e que o mundo não é o bastante!

Agora é guerra! Vamo vamo Inter!