segunda-feira, junho 16, 2008

89 Adeus, ou até mais...

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Fernando,

Já disse o poeta que a vida é a arte do encontro. Assim nos encontramos há quatro anos. Nesse tempo todo estive integralmente ao teu lado, mesmo nos momentos em que parecíamos distantes. E fui feliz. E da mesma forma te fiz completo, glorioso. Quando de mim quiseste o nome, fui Glória. Quando de mim necessitaste apoio, fui Popular. Quando de mim esperaste força para revanche, fui Gigante. Quando quiseste meu manto, fui Colorada. Quando em casa te recebi, te dei o pôr do sol.

Para descrever-te usaria a máxima da recíproca, me deste tanto ou mais do que eu a ti. Tua presença determinante em minha vida apequenou todas minhas anteriores frustrações. Por tantas vezes a vida brincou com meus sonhos e me deparei com o que parecia ser o grande momento. E o destino me mentiu, adiando meus desejos mais profundos, condenando-me à espera paciente, esperançosa, quando muito incrédula - contudo resistente; pois o futuro me levaria a ti, predestinado.

És grande, bravo. És único em minha história.

Elevamos nossas almas a lugares nunca antes explorados por nossas individualidades. Nos amamos. Nossa alcova se vestiu de vermelho, mediu o universo e se chamou Marte. Porém, vivemos para aprender a medida de nossa passagem, que se mensura através de herança intangível, imutável. O passado respira por memórias e nesse momento luto inconformada contra a passagem do ciclo que nos torna ontem. Isso dói.

Superando as lágrimas, revejo tudo que construímos e te digo que suporto a indescritível sensação de perda porque faria contigo tudo outra vez. É chegada a hora que sabíamos ser inevitável lá no começo, quando éramos paixão. E hoje a despedida se faz honesta, desprovida de qualquer mágoa, porque somos amor, que não acaba, transforma.

Segue tua senda no desconhecido, levando contigo a certeza de que nada vai nos separar, para sempre eu vou te amar.

Eternamente tua,

Glória do Desporto Nacional.