terça-feira, junho 10, 2008

122 Respeitem Este Clube

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No final de 2007 o Inter antecipou uma parcela das férias de seus jogadores, aproveitando-se de um intervalo de duas semanas no Campeonato Brasileiro. Jogamos as últimas rodadas do Brasileirão tendo um bom desempenho e terminamos o ano com grandes expectativas.

2008 começou ainda em dezembro passado, com a reapresentação antes do embarque para Dubai. Lá, os resultados foram muitíssimo satisfatórios, confirmando uma tendência da atual direção colorada: a vocação para ganhar títulos festivos. Não que isso não seja bom, pelo contrário, é ótimo. Mas só de circo não se vive, também se precisa do pão.

Eis que o time voltou do Oriente Médio feliz e orgulhoso. Só que de janeiro a abril, vivemos exclusivamente de Gauchão e das fases inexpressivas da Copa do Brasil, uma excrescência do calendário do futebol nacional. O problema dos estaduais é que fica difícil saber se o time está engrenando ou enganado. Para ficar apenas com os estados mais expressivos no futebol brasileiro, vemos os atuais campeões Carioca e Mineiro com bons times que, embora tenham sido precocemente eliminados na Libertadores, vêm confirmando suas expectativas no Brasileirão. Em contrapartida, os campeões Paulista e Gaúcho estão patinando feio na largada do nacional.

O fato é que vencemos o Gauchão paralelamente a uma virada empolgante contra o Paraná pela Copa do Brasil. Isso, ainda com desfalques gerados pelas mais variadas causas, inclusive por um inédito surto de Hepatite A. Aparentemente, tudo estava bem. No entanto, pelo que se depreende das primeiras cinco rodadas do Brasileirão, o Inter estava mesmo enganando.

A essa altura do campeonato (literalmente), espera-se da direção colorada um discurso firme e realista. Além disso, aguarda-se, ato contínuo, medidas concretas que mostrem à torcida com clareza os rumos do time neste ano. Vou grifar: neste ano.

Deixem o centenário exclusivamente com o Marketing e a Comunicação Social. Trabalhem o futebol do clube para a próxima rodada como prioridade máxima, como se disso dependesse a sobrevivência do clube. Mesmo porque, neste momento, ninguém pode afirmar, com certeza, o que os três pontos do próximo jogo, ou a falta deles, significarão ao final do campeonato.

Não tapem o sol com a peneira. Não enalteçam a qualidade do grupo, ainda que haja. Não tragam mais justificativas para nenhum percalço, por mais que elas existam. Admitam que o momento é crítico. Reconheçam que um time sem técnico e em péssima fase técnica é um time em crise. Mostrem-se grandes, à altura do desafio que lhes está sendo imposto pelos fatos e administrem, gerenciem esta crise que, de fato, existe e é grave.

Façam uma faxina generalizada. Dispensem, demitam, negociem, enfim, desinfetem o vestiário de todo o tipo de bicheira, seja técnica, seja comportamental. Esclareçam à torcida o que se passa, ajam com transparência, já que só jogar de camisa branca não resolve mais.

Depois disso, trabalhem! Mexam-se, corram, briguem, lutem, esforcem-se, façam das tripas, coração, mas qualifiquem o grupo de profissionais colorados, jogadores e comissão técnica. Tragam um técnico e esclareçam detalhadamente as razões de sua contratação. Apontem seu perfil, seu currículo e o seu salário também! Venham a público e digam quais as características que foram determinantes para a sua contratação.

Por fim, admitam o erro gritante de jamais terem falado que o Inter quer ser Campeão Brasileiro! Vaga na Libertadores jamais deveria ter sido colocado, ainda que subliminarmente, como projeto para o centenário do clube. O clube é muito maior que isso! O Inter tem que estar, no mínimo, sempre brigando para estar na Libertadores, não só no Centenário. O clube não fechará depois de 4 de abril de 2009!

Já que a torcida do Flamengo plagiou o Tema da Vitória da nossa torcida, vamos nós, agora, copiar uma enorme faixa que os rubro-negros estendem no Maracanã em seus jogos: “O Brasileirão é Obrigação!” A ambição é a medida do tamanho de um clube ou, ao menos, da sua direção.

Time, funcionários, conselheiros, dirigentes, patrimônio, quadro social e toda a torcida, de modo geral, formam este todo que é o Sport Club Internacional. Pois neste momento, essa coletividade que compõe a nação colorada exige providências imediatas por parte da direção. Portanto, façam a sua parte, coloquem-se à altura da torcida e da história do Clube do Povo do Rio Grande do Sul. Em suma, senhores dirigentes, respeitem este clube! Ele é um Campeão do Mundo!