quinta-feira, junho 19, 2008

35 Tirem as Crianças da Sala!!

35
Buenas, deduzo que, já que estão na frente do computador, estejam todos sentados... peço ainda que, por favor, os mais ingênuos respirem fundo e fiquem calmos... aí vem a notícia mais impactante desde que descobrimos que Papai Noel não existe, tirem as crianças da sala e pasmem...

Futebol é um Negócio!!

Sim, negócio, e daquele tipo que envolve muito, mas muito mesmo, dinheiro, grana, pila, money, cash, tostão, bufunfa...

Poderia ficar aqui divagando sobre as contratações dos times do mundo inteiro, sobre o que eu acho ser o real motivo para a decisão vergonhosa de se fazer uma Copa do Mundo no Brasil, sobre porque a Seleção Brasileira é cada vez menos brasileira e mais da CBF, sobre os interesses de redes de TV, de fabricantes de material esportivo, enfim, tem pano pra muita manga esse assunto... mas, como eu não sou nenhum estudioso do tema, vou balisar meus “achismos” no enfoque que eu acredito conhecer um pouco, e tentar fazer uma análise simplória da situação do nosso Sport Club Internacional perante essa realidade.

Assim como todo e qualquer negócio em que se almeje algum resultado concreto, o futebol requer planejamento. Já disse aqui, reiteradas vezes, que acredito no planejamento a longo prazo do clube, o qual, no meu ponto de vista, começou em 2002 com a chegada de Fernando Carvalho à Presidência.

Nestes seis anos (o que eu acredito ser um planejamento de médio prazo em se tratando de futebol) tivemos muitos erros, quase caímos no primeiro ano de gestão do The King, contratamos profissionais (?) do naipe de Júnior Baiano, Joel Santana, Didi “facada”, entre outras nabas que nem vale a pena citar para não deprimir... entretanto tivemos diversos acertos, assim como chegaram nabas, chegaram Profissionais da estirpe de Fernandão, Guiña, Magrão, Sorondo, Eller, Jorge Wagner, Tinga... vencemos 5 Gauchões, um Brasileirão, Libertadores, Mundial e Recopa, e ainda levamos um torneio amistoso de lambuja contra a poderosa Inter de Milão... então, que me desculpem os pessimistas, mas se isso não é um balanço positivo eu não sei mais o que pode ser.

Agora peço desculpas aos místicos, crentes, supersticiosos e afins... mas sou demasiado cético para acreditar em qualquer outra justificativa para este balanço extremamente favorável que não o planejamento. Todavia, se faz necessária uma nota de descontentamento com a atual direção acerca da sua falta de visão a curto prazo, mas apenas uma nota, pois não acho que esses dois anos (porque duvido que essa atual direção se reeleja) coloquem em xeque os planos de longo prazo (10 anos) do clube.

O fluxo de jogadores para o exterior é intenso, e nada indica que ele vá cessar, bem pelo contrário. Logo, acredito ser inevitável que jogadores como Daniel Carvalho, Diogo Rincón e/ou Nilmar (na sua primeira passagem pelo Inter), deixem o clube, tendo em vista o pouco poder do mercado da bola brasileiro frente aos grandes compradores estrangeiros, podemos sim discutir os valores das transações, mas isso é outra história.

Cito estes jogadores, pois, foi a saída deles, e de outros que agora não me recordo, que deu condições ao clube para contratar a base Campeã do Mundo, assim como a saída do Pato, nos proporcionou recursos financeiros para acrescentar qualidade ao grupo em agosto do ano passado, e assim será também com a venda do F9, Sidnei e possivelmente Wellington Souza, as quais possibilitarão, pelo menos em termos financeiros, mais um adicional de qualidade (e aqui se encaixa perfeitamente minha crítica a falta de visão da direção atual).

Portanto, não existe este papo-furado do Píffio de que o Inter não é um clube vendedor, pois temos um pequeno detalhe nos contratos, chamado de MULTA RESCISÓRIA.

Então, de nada adianta vestir o manto preto do luto e virar viúva de jogador de futebol, eles vão, o Clube fica. Profissionais da bola, além de terem o privilégio de um salário totalmente desproporcional à realidade das demais profissões, não são obrigados a trabalhar onde não querem, quando mudam de clube o fazem por livre e espontânea vontade (isso não é um juízo de valor, apenas uma constatação). Todos profissionais que saíram do Inter nos últimos tempos, SEM NENHUMA EXCEÇÃO, o fizeram por DINHEIRO. Dinheiro este que é interessante para os cofres dos clubes, e para o bolso de empresários e jogadores.

Inclusive, se nesse exato momento que escrevo o texto, um gringo ingressar na sala da direção com um caminhão de dinheiro, paga a multa e leva quem ele quiser. Se bobear o cara nem faz um jogo de despedida, nem joga contra o Vitória final de semana... afinal, como já dizia nosso sábio "amigo" Geraldo Rodrigues, "...ninguém compra sapatos novos e deixa-os parados na loja."