Fim de tarde, um ginecologista aguarda sua última paciente que não chega.
Depois de 45 minutos, ele supõe que ela não virá mais e resolve tomar um gin tônica para relaxar, antes de voltar para casa.
Ele se instala confortavelmente numa poltrona e começa a ler o jornal quando toca a campainha. É a tal paciente, que chega toda sem graça e pede mil desculpas pelo atraso.
- Não tem importância, imagine! - responde o médico – Olhe, eu estava tomando um gin tônica enquanto a esperava. Quer um também para relaxar?
- Aceito com prazer – responde a paciente aliviada.
Ele lhe serve um copo, senta-se na sua frente e começam a bater papo.
De repente ouve-se um barulho de chave na porta do consultório.
O médico tem um sobressalto, levanta-se bruscamente e diz:
- É minha mulher! Rápido, tire a roupa, deite na cama e abra as pernas, senão ela pode pensar bobagem!
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Um título estadual invicto, uma final de competição nacional, uma ótima colocação no brasileiro, sempre lutando na ponta de cima. Tudo é relativo.
Os números não mentem! Mentem?!?!
Quem olha os números e analisa apenas os resultados não entende o contexto e as tendências. As perspectivas não são animadoras.
Sim, estamos em crise! Estamos em vertiginosa e assustadora queda.
O esquema tático se mostra ineficaz, jogadores fundamentais atravessam crise técnica, a confiança está abalada.
Tudo aponta para um retumbante fracasso para aqueles que enxergavam um horizonte com nada menos que grandes conquistas. Até mesmo uma vaga para Libertadores não parece mais uma realidade, ou ao menos as tendências não apontam nessa direção.
Difunde-se entre a psicologia que uma pessoa, ao defrontar-se com a morte ou com alguma perda, passa por 5 fases/estágios distintos: negação, raiva, barganha, preocupação e aceitação.
Numa analogia a grosso modo, me parece óbvio que ao nos defrontarmos com a perda de títulos importantes ainda não conseguimos superar a primeira fase.
Em um campeonato de pontos corridos, há pouca margem ou quase nada para recuperação. Cada jogo vale a mesma pontuação e cada ponto perdido ou ganho pode fazer toda a diferença no final.
Os resultados já não condizem mais com o futebol apresentado, e só superando a fase da negação e reagindo à letargia e ao conformismo é que podemos ainda almejar algo neste segundo semestre.
Ainda dá tempo. Pode começar hoje. Jogo difícil e encardido. Mais uma decisão.
Não podemos nos esconder atrás de justificativas, explicações e sobretudo circunstâncias. Afinal, como a piada ginecológica nos demonstra, tudo é relativo.
Encarar e aceitar a crise de frente é a única saída. E claro, muito trabalho.