O melhor técnico é o nosso. Esse foi o título do texto que escrevi (aqui) em 13 de Março de 2009. Na época, o Grêmio debatia a troca de seu treinador, Celso Roth. Quando ele saiu achei ótimo, afinal era começo de 2009 e o Grêmio começava a se preparar. Para 2010.
Ainda nesse texto que escrevi em março, "linkei" uma estatítica publicada no Globoesporte.com com o número de troca de treinadores nessa década em cada um dos grandes clubes do Brasil. Inter, São Paulo e Cruzeiro eram (são) os que menos trocaram. O Corinthians, um dos campeões de trocas, acabou na Série B. Parou de trocar, e está "muito bem, obrigado". E o Mano nunca foi unânimidade entre os críticos de resultados imediatos da mídia guasca.
No Blog Expresso da Bola, do Décio Lopes, ele faz uma comparação com clubes europeus que não têm o hábito populista de trocar o treinador como no Brasil. "Já não se trocam mais de técnicos como quem troca de roupa [no Brasil]. Embora a tolerância ainda seja bem pequena e a saída seja sempre muito conveniente ao cartola que, assim, acha outros culpados para o seu fracasso na hora de contratar, planejar e estruturar". É sempre fácil e cômodo para o "cartola" despedir o treinador. É isso que fazem os "cartolas" mais tipicamente "cartolas" do Brasil.
O futebol é muito mais do que escolher quem vai ao campo, é um trabalho diário que envolve pessoas e, conseqüentemente, a gestão delas. Pessoas, no caso os jogadores, têm problemas, têm família, têm temperamentos. Pessoas exigem gestão. Nem sempre é só o treinador quem acompanha isso. Treinador, não é psicólogo, nutricionista, preparador físico, nem "manager". Treinador não contrata. Nem zagueiro, nem LATERAIS! Pois é, desde 2006 só vendendo laterais e improvisando é dose.
No citado texto do Décio Lopes, após listar vários treinadores de grandes clubes que ficam por 5 ou 7 temporadas sem ganhar nada, ele escreve: "Detalhe: lá eles nem têm os campeonatos estaduais “me-engana-que-eu-gosto” para ganhar um titulozinho de vez em quando e melhorar o astral". "Me-engana-que-eu-gosto" multiplicado por 16 é o Campeonato Gaúcho, no qual o Inter disputa jogos contra equipes de baixíssimo nível, que, muitas vezes, fecham as portas depois do fim do campeonato. 16 equipes na Série A, tudo para alimentar os interesses políticos da Federação Gaúcha, FGF. Se fosse um torneio selecionado de 8 times (o que é compatível com nosso tamanho populacional) todos contra todos em turno e returno, o campeonato seria mais disputado, difícil e equilibrado. Sendo crime atrapalhar a Dupla nos torneios nacionais e internacionais. Tadinho dos clubezinhos? Faz uma "Copa Farroupilha", no lugar da série B, com 16 ou 18 equipes, só que mais longa, organizada, etc.
Mas voltando ao treinador e concluindo. Defendo que a troca de treinador seja algo planejado e, sempre que possível, no começo da temporada. Todos eles erram, todas as equipes têm momentos de futebol irritante e preocupante. Houve a pressão psicológica da final da Copa do Brasil nos jogadores (desfalcados, perdemos). Enfim, há uma série de questões que podem estar erradas e eu prefiro confiar que se for necessário alguma mudança, o colorado mais indicado para dar a palavra final é o que está lá. Todos clamam por "profissionalismo", mas gostam mesmo é de emotivismo, amadorismo. Então, ainda que eu sinta raiva pelas derrotas, ficaria com o Tite até o fim do ano. E, ainda bem, que o Grêmio não ficou com Celso Roth até o fim da Libertadores.