Uma das coisas mais legais de participar do INTERnet/BV está no reconhecimenhto da minha mediocridade com as letras, juntas - que formam palavras e que, mais unidas, tocam a alma do leitor. Digo que é legal porque fica muito fácil ver-se pequena diante do talento dos meus colegas que nasceram pra isso. Eu tô aqui de Wellington Monteiro, só enganando. E isso nem importa, afinal, somos todos teus seguidores.
Carta aberta a Henrique Poppe
por Emanuel Neves
Mestre,
Não sabemos onde te encontras agora, mas temos a convicção de que manténs lugar cativo no círculo destinado aos precursores das grandes coisas. Na certa, tua mente brilhante e ávida faz par com as de vultos nobilíssimos, orbitando em searas de alta ordem, empenhando-se em labores de inimaginável importância. Assim, de antemão, desculpe-nos por tomar teu tempo – se é que aí há tal medida.
Mas a verdade, mestre Henrique, é que aqui o quarto mês do ano já chegou e pôs-se a caminhar. Logo ali à frente, suplantará o seu terceiro dia, presenteando o peso de um século dos nossos à maior das tuas obras. Sabe-se lá em quais tarefas tens te embrenhado por ai desde que prematuramente partiste, em que projetos – decerto magníficos – dispensaste tuas atenções nesse período todo. Mas se tiveste a oportunidade de acompanhar o andamento do prodígio que ajudaste a nascer, percebeste o quanto crescemos desde a época da Rua Arlindo.
É provável que, na arrancada de nossa epopéia, tu não pudesses vislumbrar um horizonte tão maravilhoso quanto o que veio a se concretizar. Pois saibas, mestre, que tudo se deu à reboque do teu idealismo. Os preceitos que nortearam tua vida e teus atos estão impregnados naquilo que um dia tu chamaste de Sport Club Internacional. Escondida por trás das 13 letras do nome do clube que amamos, sustentando o brasão campeão de tudo neste planeta, existe toda a série de valores que moldaram tua conduta e tua forma de pensar.
Quando a pena rubricou teu aval na ata fundamental da instituição que agora torna-se secular, tu – talvez sem imaginares – preenchias o requisito positivista de perenizar-se pelo feito. E não paraste por ai.
Se puderes, corra a linha do tempo até um domingo qualquer e admire o estádio lotado. É um portento, grandioso demais até no nome. As multidões se vão até ele em carreira, acodem-se em verdadeiras e intermitentes procissões. Há na velha arena da Padre Cacique, por onde quer que se mire, toda a sorte de simbolismos coletivos e particulares. Cada pedaço do Gigante abriga em sua memória centenas de pequenos milagres e tragédias, de confissões, promessas e êxtases hieráticos – muitos vividos sobre joelhos quedados no cimento, sublimados em rostos traçados por lágrimas. Sentando-se em qualquer ponto, vê-se o chão cor de esmeralda e seus arcos brancos – e eles sugerem tudo de mais bendito que possa haver.
Não seria um templo, mestre Henrique?
Quem defende o clube que tu criaste possui uma maneira única de enxergar a vida: toda ela à mercê do Internacional, ao sabor dos seus desígnios. Há a verdadeira dependência pela camisa cor de sangue, armadura da alma, manto obrigatório em nossa liturgia – e vesti-lo constitui-se genuflexão bastante singular. Há a reverência eterna a Pirilos e Tesourinhas, Larrys e Bodinhos, Figueroas e Falcões, Tingas e Fernandões, figuras a quem encaramos em pleno torpor, marejando os olhos – e, misteriosamente, nos parecem carregar halos sobre a fronte. E o que seriam os cantos senão verdadeiras chaves místicas, conexão instantânea com nossa essência, preparando a atmosfera em átimos, impelindo-nos força indizível? O Celeiro de Ases em uníssono é praticamente um transe coletivo.
Não seria um culto, mestre Henrique?
O clube altruísta e igualitário que tu imaginaste, a instituição sem barreiras de qualquer tipo, que abriria a porta do esporte a todos, confirmou e extrapolou os seus propósitos. Democraticamente, aceitou simpatizantes de toda a espécie, instaurando novos paradigmas, exatamente como tu determinaste. Porém, não se poderia prever que, uma vez identificado ao Clube do Povo, o colorado não encontraria mais opções: pegaria-se controlado pela ditadura da paixão vermelha, envolvido a ponto de nada mais importar, preso e fiel ao solitário dogma de amar o Internacional sobre todas as coisas.
Graças a Deus.
Mestre Henrique, tu superaste Castilhos e Comtes, criaste tua própria doutrina. Hoje, somos mais de oito milhões de adeptos do Coloradismo de Poppe, na vertente única do amor irrestrito à Academia do Povo.
Na aurora do primeiro centenário do Sport Club Internacional, a nação alvirrubra agradece ao seu fundador por ter criado a nossa razão de viver.
Muito obrigado, mestre.
Em nome da centenária família colorada.
por Emanuel Neves
Mestre,
Não sabemos onde te encontras agora, mas temos a convicção de que manténs lugar cativo no círculo destinado aos precursores das grandes coisas. Na certa, tua mente brilhante e ávida faz par com as de vultos nobilíssimos, orbitando em searas de alta ordem, empenhando-se em labores de inimaginável importância. Assim, de antemão, desculpe-nos por tomar teu tempo – se é que aí há tal medida.
Mas a verdade, mestre Henrique, é que aqui o quarto mês do ano já chegou e pôs-se a caminhar. Logo ali à frente, suplantará o seu terceiro dia, presenteando o peso de um século dos nossos à maior das tuas obras. Sabe-se lá em quais tarefas tens te embrenhado por ai desde que prematuramente partiste, em que projetos – decerto magníficos – dispensaste tuas atenções nesse período todo. Mas se tiveste a oportunidade de acompanhar o andamento do prodígio que ajudaste a nascer, percebeste o quanto crescemos desde a época da Rua Arlindo.
É provável que, na arrancada de nossa epopéia, tu não pudesses vislumbrar um horizonte tão maravilhoso quanto o que veio a se concretizar. Pois saibas, mestre, que tudo se deu à reboque do teu idealismo. Os preceitos que nortearam tua vida e teus atos estão impregnados naquilo que um dia tu chamaste de Sport Club Internacional. Escondida por trás das 13 letras do nome do clube que amamos, sustentando o brasão campeão de tudo neste planeta, existe toda a série de valores que moldaram tua conduta e tua forma de pensar.
Quando a pena rubricou teu aval na ata fundamental da instituição que agora torna-se secular, tu – talvez sem imaginares – preenchias o requisito positivista de perenizar-se pelo feito. E não paraste por ai.
Se puderes, corra a linha do tempo até um domingo qualquer e admire o estádio lotado. É um portento, grandioso demais até no nome. As multidões se vão até ele em carreira, acodem-se em verdadeiras e intermitentes procissões. Há na velha arena da Padre Cacique, por onde quer que se mire, toda a sorte de simbolismos coletivos e particulares. Cada pedaço do Gigante abriga em sua memória centenas de pequenos milagres e tragédias, de confissões, promessas e êxtases hieráticos – muitos vividos sobre joelhos quedados no cimento, sublimados em rostos traçados por lágrimas. Sentando-se em qualquer ponto, vê-se o chão cor de esmeralda e seus arcos brancos – e eles sugerem tudo de mais bendito que possa haver.
Não seria um templo, mestre Henrique?
Quem defende o clube que tu criaste possui uma maneira única de enxergar a vida: toda ela à mercê do Internacional, ao sabor dos seus desígnios. Há a verdadeira dependência pela camisa cor de sangue, armadura da alma, manto obrigatório em nossa liturgia – e vesti-lo constitui-se genuflexão bastante singular. Há a reverência eterna a Pirilos e Tesourinhas, Larrys e Bodinhos, Figueroas e Falcões, Tingas e Fernandões, figuras a quem encaramos em pleno torpor, marejando os olhos – e, misteriosamente, nos parecem carregar halos sobre a fronte. E o que seriam os cantos senão verdadeiras chaves místicas, conexão instantânea com nossa essência, preparando a atmosfera em átimos, impelindo-nos força indizível? O Celeiro de Ases em uníssono é praticamente um transe coletivo.
Não seria um culto, mestre Henrique?
O clube altruísta e igualitário que tu imaginaste, a instituição sem barreiras de qualquer tipo, que abriria a porta do esporte a todos, confirmou e extrapolou os seus propósitos. Democraticamente, aceitou simpatizantes de toda a espécie, instaurando novos paradigmas, exatamente como tu determinaste. Porém, não se poderia prever que, uma vez identificado ao Clube do Povo, o colorado não encontraria mais opções: pegaria-se controlado pela ditadura da paixão vermelha, envolvido a ponto de nada mais importar, preso e fiel ao solitário dogma de amar o Internacional sobre todas as coisas.
Graças a Deus.
Mestre Henrique, tu superaste Castilhos e Comtes, criaste tua própria doutrina. Hoje, somos mais de oito milhões de adeptos do Coloradismo de Poppe, na vertente única do amor irrestrito à Academia do Povo.
Na aurora do primeiro centenário do Sport Club Internacional, a nação alvirrubra agradece ao seu fundador por ter criado a nossa razão de viver.
Muito obrigado, mestre.
Em nome da centenária família colorada.
*esta é a mensagem do Mov. INTERnet/BV as coloradas e colorados
*veja a programação das comemorações aqui:
15 Comentários:
O Manu é mestre...
E como já te disse em off, tu é o Manu de saias...
O manu escreve muito.
Diana
Depois do jogo o post "AO VIVO" desaparece novamente ok...
Além do cara escrever bem é de uma simplicidade singular, baita amigo e nobre Conselheiro que o mesmo Inter que o Henrique criou proporcionou da gente conhecer neste ano que passou.
Se a Diana é o WM, eu sou o Maycon, hahahaha!
Baita abraço deste seguidor da Doutrina de Paixão de Henrique Poppe, ou, simplesmente, colorado!
PQP!
Eu sou o Edinho......Manu é Pato !
Frase da Noite:
A Festa do Centenário já começou, lá no Centenário (Caxias)
hauauauau
"Cada pedaço do Gigante abriga em sua memória centenas de pequenos milagres e tragédias, de confissões, promessas e êxtases hieráticos – muitos vividos sobre joelhos quedados no cimento, sublimados em rostos traçados por lágrimas." (Emanuel Neves)
É!
amém!
off topic: o greminho entregou o jogo para antecipar o grenal!
que vergonha greminho! irao pagar caro!
Cadê os elogios do Alcemar?
PERFEITO !
Parabéns ao Emanuel.
E aí Diana, grande colorada do ano de 1978 no especial da ZH.
Grande!
Diana
nem tão pouco, vai. Digamos que você é o Alex das letras.
(INTERprete como quiser, hehehehhe).
Muito bom! Dá-lhe colorado!
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