
Dia 15 de Abril uma das maiores tragédias da história do futebol completou 20 anos. Embora ainda hoje ninguém tenha sido responsabilizado, a tragédia de Hillsboroug foi um marco na modernização do futebol inglês.
A morte de 96 torcedores do Liverpool por esmagamento serviu de base para a criação do Relatório Taylor. Esse documento defendeu a humanização dos torcedores de futebol, que deixaram de ser bandidos até prova em contrário, enquanto que os estádios deixaram de ser presídios para virarem casas de espetáculo.
Antes, quanto mais grades melhor, depois da tragédia as invasões de campo passaram a ser punidas com multas. Antes, os estádios eram com policiais sem treinamento específico, presentes para prender desordeiros e resolver qualquer dificuldade na base da porrada. Depois, foi maximizado a utilização dos seguranças privados, os "stewards" treinados para orientar, atender e proteger os torcedores.
Houve uma mudança cultural de cima para baixo. Os clubes e federações foram indutores da mudança, enquanto que aqui no Brasil, ainda vivem com aquela mentalidade da Inglaterra dos anos 80 (pré-Hillsborough): tudo é culpa dos torcedores. Os problemas são resolvidos pela força, não pela inteligência. Exagera-se na atenção às minorias organizadas e ignora-se o atendimento de quem paga a conta: o torcedor de bem.
Humanizar os estádios é a melhor homenagem que se pode fazer aos 96 "reds" do Liverpool
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Mais sobre o "Taylor Report", (aqui).
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- Confirmando nosso 39º título gaúcho no próximo domingo, infelizmente não teremos belas imagens como aquelas da festa do título de Yokohama (que circulam pelo país, ilustram produtos licenciados, painéis, posteres, etc.).
- Ocorre que haverá invasão de campo, tradicional no Beira-Rio. Centenas de aspones, "vips" e um número exagerado de repórteres, um atrapalhando o trabalho do outro, principalmente dos fotógrafos (os únicos que deveriam ficar).
- Até os gandulas dão volta olímpica...
- Tenho assistido a "Champions Leage", não há repórter de campo e não se perde nada sem as elucubrações intelectuais dos jogadores. Entrevista tem hora e local. Em frente ao "backdrop" com os patrocinadores, de preferência.
- Acabar com os repórteres de campo é impossível. Quem vai mexer nesse vespeiro? Mas os profissionais poderiam ter bom senso, respeitando pelo menos a volta olímpica que é para o torcedor que está na arquibancada.
- Se vencermos(humildade nunca é demais), Guiña levantando a taça. Que momento!