Grenal sempre foi jogo pegado. Mesmo quando a disparidade técnica dos times era gritante, para qualquer lado, o jogo era encardido. Garra, vontade, determinação sempre foram adjetivos presentes e decisivos no jogo. Placares elásticos são raridade e jogos com inúmeras chances de gol de lado a lado, ainda mais.
Cansei (cansei mesmo) de ver grenais disparelhos na década de 90. Olha, tchê, era danado. Apresentávamos cada escalação que vou te contar. Ou melhor, nem conto por que o causo é triste. Mas embora apresentássemos times sofríveis do ponto de vista técnico (não sempre, mas na maioria das vezes), engorssávamos o caldo e, em algumas boas oportunidades, vencíamos também.
Pois no grenal passado eu esperava que ao menos a superioridade técnica individual do nosso time preponderasse. Nossa zaga já não existe mais, é quase um vestígio, mas ainda assim, por ser clássico, jamais imaginei que veria tamanha frouxidão. Não só por ser grenal, não só por ser final de campeonato (ainda que o menos valorizado de todos), mas também pelo regulamento.
Pô, jogo em casa, com saldo qualificado como critério de desempate e o time frouxo, aberto, escancarado. Até criou na frente, o que convenhamos, não era mais que a obrigação. Mas pegou pela frente um time frágil, só que focado no jogo. E nós, o que apresentamos? Pouco, muito pouco, quase nada.
Há muitas reformas a serem feitas no Beira-Rio. Mas as mais urgentes, são as de dentro do vestiário. No mais, podem até parar as máquinas!